Fisiculturismo

Arquitetura da boa forma: conheça caso de transformação da condição física

Sucesso nas redes sociais, com mais de 50 mil seguidores, empresário Samuel Alves supera obesidade e inspira pessoas que sonham em ter uma vida saudável, longe do sedentarismo

Os comentários em relação ao corpo e até a dificuldade para amarrar um cadarço foram a virada de chave para abandonar a obesidade. “Passei anos ouvindo das pessoas, alertando-me que estava engordando. Depois, gordinho. Então, gordo. Depois, muito gordo e obeso. Acharam que eu era o pai da minha esposa”, conta o empresário Samuel Alves, 35 anos. Essas situações fizeram com que ele decidisse mudar de vida.

A obesidade é uma doença que acomete mais de 6,7 milhões de pessoas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Perder peso exige muita disciplina e pode ser uma missão desafiadora. "Para todas as áreas de sucesso na vida, temos de ter disciplina. Disciplina de rejeitar. Disciplina de escolher. Disciplina de manter. Uma pessoa obesa, como eu era, tem muita disciplina em rejeitar o saudável”, conta.

A mudança de hábitos foi gradativa, começando pela alimentação e praticando exercícios físicos aos poucos, dia após dia. Foi assim que, em um ano, Samuel perdeu cerca de 40kg. “Despedi-me então da obesidade para a normalidade de uma pessoa saudável. Essa foi a primeira etapa do processo”, explica.

Arquivo pessoal/Divulgação - Empresário Samuel Alves, da obesidade ao fisiculturismo

O interesse pela atividade surgiu ao acompanhar a esposa, também fisiculturista, em competições fitness. "O fisiculturismo é um dos esportes que mais se exige uma exímia e perfeita alimentação saudável. Agora, vivendo na pele, com propriedade, relato o que há anos observo em outros atletas. Quanto mais você 'se mantém na linha', mais você se afasta do infortúnio de se embrenhar numa bola de neve da obesidade novamente. Manter-se na linha não é uma abstenção definitiva na vida de qualquer experiência gastronômica, mas preservar o controle. O fisiculturismo te ajuda a ter cada vez mais consistência e controle alimentar”, comenta Samuel.

O que era só um estilo de vida, tornou-se motivação para levar a história como incentivo para outras pessoas. A comunidade que estabeleceu conta com mais de 8 mil pessoas beneficiadas, que emagreceram com as metodologias e suplementação aplicadas por ele e a esposa. "Ou encontramos tempo para cuidar da saúde hoje, ou seremos obrigados a gastar nosso tempo cuidando das nossas doenças no hospital”, alerta.

O que dizem especialistas

A obesidade é uma condição multifatorial que envolve questões genéticas, ambientais e comportamentais. As consequências podem ser significativas para a saúde. A perda de peso é um objetivo desafiador para muitas pessoas e requer uma combinação adequada de alimentação saudável, atividade física regular e mudanças de estilo de vida. O fisiculturismo, embora seja frequentemente associado a um corpo musculoso e definido, exige uma abordagem específica de treinamento e nutrição para alcançar os resultados desejados. A reportagem conversou com duas especialistas para explicar o assunto.

Divulgação - Nutricionista esportiva Isabela Zago

Para quem está com sobrepeso ou obeso e deseja iniciar o processo de emagrecimento, para, talvez, futuramente, praticar o fisiculturismo, é necessário buscar uma dieta elaborada por especialista, a partir de uma avaliação. “O recomendado para esse grupo seria fazer um planejamento individualizado, sem estratégias tão restritivas”, esclarece a nutricionista esportiva Isabela Zago, 36 anos.

O treinamento de força é um grande aliado na prevenção, controle e tratamento do sobrepeso e obesidade. A nutricionista diz que a atividade promove alterações na taxa metabólica de repouso — que corresponde ao consumo de energia quando o indivíduo não está praticando exercício —, a perda de gordura e ganho de massa magra, principalmente no período de recuperação, após a atividade física.

Divulgação - Educadora física e nutricionista Daniele Borges

A educadora física e nutricionista Dani Borges, 33, explica que a motivação é essencial para quem quer começar a ter uma vida saudável, mas, no caso do fisiculturista, é necessário ir além. “Não é a motivação que vai levar o fisiculturista a qualquer lugar, é a disciplina. Os fisiculturistas não contam com a motivação. Eles treinam quando não estão com vontade, quando estão cansados, quando estão sem disposição, comem aquilo que não querem comer, quando têm de comer. É mais a questão da disciplina mesmo”.

Tanto a obesidade quanto o fisiculturismo envolvem questões de autoimagem e autoestima. Ao embarcar em uma jornada de perda de peso e desenvolvimento muscular, as pessoas podem experimentar uma melhora significativa na autoconfiança e bem-estar emocional. “De repente, uma pessoa com obesidade, começando uma dieta equilibrada e uma atividade física, não no nível do fisiculturismo, claro, passa a sentir prazer naquilo e a se sentir melhor com ela mesma. O humor melhora, ela começa a ver os resultados estéticos. Pode querer melhorar cada vez mais”, diz Dani.

*Estagiária sob a supervisão de Fernando Brito

Arquivo pessoal/Divulgação - Empresário Samuel Alves, da obesidade ao fisiculturismo
Divulgação - Educadora física e nutricionista Daniele Borges
Divulgação - Nutricionista esportiva Isabela Zago