A terceira etapa da Liga das Nações feminina de vôlei começa hoje para o Brasil em um duelo duríssimo contra a Itália, às 10h30 (de Brasília), na Tailândia. Depois de encarar duas trocas absurdas de fuso-horário na primeira fase disputada no Japão, e a segunda, em Brasília, o relógio biológico das atletas comandadas por José Roberto Guimarães volta a ser reprogramado para jogos de alto nível. Bangcoc está 10 horas à frente. O SporTV transmitirá a partida.
Em entrevista ao Correio Braziliense na semana passada, o técnico José Roberto Guimarães reclamou da confecção da tabela da competição e fez duras críticas à Federação Internacional de Vôlei. A entidade máxima da modalidade é presidida pelo brasileiro Ary Graça Filho.
"Estamos vivendo uma crueldade enorme. As jogadoras não podem sair de um campeonato nacional e entrar em uma Liga das Nações imediatamente. Já questionei a Federação Internacional. Não sei quem fez o calendário de jogar primeiro no Japão, voltar para Brasília, ir para a Tailândia e, depois, os Estados Unidos (fase final). Você pega a China, que vai estar três etapas na Ásia. Não é justo. Quando fizer um planejamento desta maneira, coloque as seleções no mesmo patamar. Temos que pensar na realidade, na longevidade da atleta. Não pode estar nesse turbilhão. Temos que competir para ganhar, senão descemos no ranking. É o que a gente tem que reivindicar", desabafou o técnico tricampeão olímpico nos Jogos de Barcelona-1992, Pequim-2008 e Londres-2012. O título da Liga das Nações ainda falta no currículo do paulista de 68 anos.
Além da Itália, o Brasil terá pela frente nessa fase as seleções do Canadá, Turquia e a anfitriã Tailândia. O trunfo para a partida de hoje é a oposto/ponteira Rosamaria. Ela defende o Busto Arsizio Volley no calendário do País da Bota e pode ajudar Zé Roberto com informações. O Brasil ocupa o quinto lugar na classificação geral com 18 pontos — seis vitórias em oito jogos.
"É uma etapa muito importante e decisiva para sequência da Liga das Nações. A Itália está com uma equipe mesclada, com jogadoras novas e outras mais experientes. É um grupo jovem, que vem jogando muito bem, mesmo sem uma das principais jogadoras, que é a Paola Egonu. Eu e a Lorrayna, que disputamos o Campeonato Italiano, estamos dando umas dicas. Estudamos bem o time delas para começar essa terceira fase com o pé direito. Vai ser difícil, mas temos condições de fazer bom jogo", disse Rosamaria ao site oficial da CBV.
Na etapa da Tailândia, o Brasil contará com as levantadoras Macris e Roberta, a oposta Lorrayna, a oposta/ponteira Rosamaria, as ponteiras Gabi, Julia Bergmann, Maiara Basso e Pri Daroit, as centrais Carol, Diana, Lorena e Thaisa, e as líberos Natinha e Nyeme.