VÔLEI

Contra os EUA, Seleção pode fechar campanha invicta em Brasília

Time comandado por Zé Roberto Guimarães tem três vitórias em três jogos. Obstáculo da vez será as norte-americanas, neste domingo (18/6), às 10h, no Ginásio Nilson Nelson

Não vale medalha, mas a Seleção Brasileira feminina de vôlei tem a chance de fechar passagem por Brasília na segunda etapa da Liga das Nações com chave de ouro. Embora o centro do poder do país também tenha sido uma das casas da Amarelinha na edição do ano passado do torneio internacional, a equipe não conseguiu vencer os quatro compromissos no Ginásio Nilson Nelson. Neste domingo (18/6), às 10h, a oportunidade de encerrar a campanha com perfeição será diante dos Estados Unidos.

É um jogo de altíssima carga emocional, técnica e recheado de história. Afinal, Brasil e Estados Unidos protagonizaram três das últimas quatro decisões olímpicas do vôlei feminino. Em Pequim-2008 e Londres-2012, a Seleção Brasileira foi absoluta com as vitórias por 3 sets a 1 para subir ao lugar mais alto do pódio. Na última edição dos Jogos, porém, em Tóquio-2020, a Amarelinha não conteve a intensidade das atletas da Terra do Tio Sam, foram derrotadas por 3 sets a 0 e ficaram com a prata.

Embora o último encontro das brasileiras com as norte-americanas não traga boas lembranças, existe um otimismo. A confiança, porém, não deve se transformar em comodismo. Isso porque as americanas estão não apenas na etapa Brasília, mas também seguem imbatíveis na Liga das Nações. Até aqui, são seis vitórias em seis jogos. A trupe comandada por Karch Kiraly segue em bom ritmo. Para elas, a fase classificatória é a chance de chegar em ritmo avassalador nas finais.

As norte-americanas são as únicas garantidas no estágio mais agudo do torneio. Conforme prevê o regulamento da Liga das Nações, o país-sede tem lugar assegurado nas disputas derradeiras de 12 a 16 de julho, em Arlington. O Brasil segue em busca da vaga, mas se apega ao retrospecto recente nas principais competições do cenário. O técnico Zé Roberto Guimarães liderou o time verde-amarelo à final da própria Liga das Nações 2022 — ficou com a prata após a derrota para a Itália — e à decisão do Mundial contra a Sérvia, também no ano passado.

Queridinha da torcida e um dos pilares do técnico Zé Roberto Guimarães, a oposta-ponteira Rosamaria Montibeller entende que o clima não pode ser de oba-oba e ajustes são necessários para superar as algozes nas Olimpíadas na Terra do Sol Nascente. "Tem um tempo que a gente não vence os Estados Unidos, então estamos atrás dessa vitória. É uma equipe sempre muito forte e com muitas jogadoras novas", analisa.

"O jogo é bem cedo e temos que aproveitar para colocar em quadra tudo que a gente viveu aqui em Brasília nos últimos dias. Toda a experiência que a gente tem ganhado como time, porque, querendo ou não, ainda estamos nos encontrando", revela. Para ela, a equipe ainda tem algumas faltas de entrosamento. "Tem que ter paciência e pensar no que temos que melhorar, porque o resultado é consequência", conclui Rosamaria.

Amor à Seleção

O país do futebol também é a nação do vôlei. Resultados e a paixão dos torcedores pelas Seleções masculina e feminina comprovam isso. A psicóloga esportiva Mariana Aguiar, de 37 anos, não mediu esforços para viajar de Janaúba (MG) até Brasília para acompanhar a segunda etapa do torneio feminino. Ela e a namorada Isabella Cardoso (24), também psicóloga, desembarcaram na capital para curtir todos os jogos. "Sempre acompanho os jogos de vôlei e, logo que soube que teria, decidi vir, até por conta do meu trabalho na área", destaca Mariana.

Para elas, a cereja do bolo será justamente o confronto contra as norte-americanas. E elas estão confiantes na vitória. "O jogo vai ser difícil, mas espero que a gente ganhe. Acredito que vai ser 3 sets a 2", comenta Mariana. Ela recorda que o Brasil perdeu para as adversárias no torneio disputado no ano passado. "Aquela vitória sobre a gente ano passado está entalada. Jogar contra os Estados Unidos é sempre bom e esse ano a vitória é nossa", palpita.

Para garantir a vitória diante das norte-americanas, as duas destacam a importância do retorno da central Thaísa, que ficou longe da seleção por cinco anos. "Ela está jogando muito nesta etapa", ressalta Mariana. O casal lembra do jogo difícil contra a Sérvia no qual a jogadora mostrou garra e foi a maior pontuadora da equipe verde-amarela. "Ela externaliza a raiva dela no jogo e isso dá uma força para a equipe. É muito bom vê-la em quadra de novo", pontua Mariana.

Júlia Eleutério/CB/D.A Press - Mariana Aguiar (E) e Isabella Cardoso estão sendo pés-quentes no DF