A Croácia é a primeira finalista da Liga das Nações da UEFA de 2023. Após derrotar a seleção Holandesa pelo placar de 4x2, os Vatreni garantiram vaga na terceira decisão do torneio desde a criação em 2018, e agora aguarda pelo confronto entre Espanha e Itália, na quinta-feira (15).
Pela primeira vez nas meias-finais, a equipe comandada por Zlatko Dalic - este dono de trabalho consolidado, de um vice e um terceiro lugar em Copas - agora partirá em busca do primeiro título em toda a história do futebol do país.
Após a queda para a Argentina nas semis da Copa do Mundo do Catar, o agora finalista, vinha de sequência positiva no pós-copa. Em duas partidas pelas eliminatórias da Eurocopa, diante de País de Gales e Turquia, venceu um e empatou o outro, com três gols marcados e um sofrido. Agora, confirma o bom momento com um grande jogo e a vaga na decisão.
Início de jogo lento
No princípio do confronto, as marcações prevaleciam. A maior parte dos duelos eram vencidos pelas defesas e os ritmos das equipes eram de muito estudo, com poucas chances claras e limitada presença da bola em ambas as áreas.
A primeira chance de perigo veio somente aos 14’, com o atacante do Liverpool, Gakpo. Após ser lançado ao ataque, chegou a ganhar na velocidade da defesa croata, mas o goleiro Livakovic foi mais rápido.
Aos 30 minutos, a equipe quadriculada teve a primeira chance. Livre de marcação na área, o atacante Kramaric dominou e bateu de primeira por cobertura em direção ao gol. A bola passou perto da trave, mas saiu pela linha de fundo.
Os Países Baixos, após terem perdido a melhor chance da partida com finalização por cima da meta de Koopmeiners, chegaram ao êxito. Após chegadas à área consecutivas, a Oranje, em boa jogada combinada entre Simons e Gakpo, Aké encontrou Wieffer após bonito passe de primeira livre na área, que precisou apenas escorar para Malen bater cruzado e abrir o placar.
A Croácia, todavia, não sentiu o baque e manteve a postura. Dois minutos depois, Perisic adentrou a área adversária em jogada individual. Após passar pelos marcadores de Koeman, cruzou para o meio da zona de ataque, mas sem ninguém para completar o esforço.
Volta movimentada
O segundo tempo, ao contrário dos primeiros 45 minutos, viveu um começo de emoção. A Croácia, decidida a não se acanhar, se esforçava nas subidas ao ataque, assim como fazia ao final da primeira etapa.
Com três minutos, Kramaric foi lançado por Modric, na quina da área. Em movimento, gingou para cima de Geertruida e bateu cruzado, mas para fora. Cinco minutos mais tarde, os esforços tiveram resultado.
Dentro da área, Gakpo pecou no domínio de bola e acabou deixando-a escapar. Atento, Modric trabalhou bem como ladrão antes de ser puxado e sofrer o pênalti a favor dos visitantes. Na cobrança, Kramaric deslocou o arqueiro adversário e deu igualdade ao placar.
A Holanda, no entanto, confirmava o novo ritmo da partida e mostrava serviço. Aos 11’, Weiffer se aproveitou do erro na saída de bola da Croácia e bateu de primeira antes que a bola tocasse o chão, mas, mesmo com perigo, para fora.
A Croácia, agora maestra da orquestra, tomava as ações da partida e queria a vantagem. Aos 70’, Modric recebeu escanteio curto e lançou para Perisic. O ponta, mesmo com falta marcada, perdeu o gol, praticamente debaixo da trave. No lance seguinte, porém, sorrisos voltaram aos rostos croatas.
Perisic, em velocidade do lado esquerdo, desempenhou boa combinação com Ivanusec. Este último, ao pausar a jogada e para dentro da área laranja, encontrou Perisic dentro do retângulo menor, entre os zagueiros, para escorar para o gol e virar o jogo, sem chances ao goleiro Bijlow.
Reserva salvador
A Holanda, ao contrário do adversário, sentiu a virada. Sem saber o que fazer, por mais que dominasse a posse da bola, encontrava muita dificuldade nas tentativas de entrar na área vermelha e branca. Bem postada na parte de trás, a Croácia demonstrava saber se defender, e colocava, cada mais, a seleção adversária dependente do ‘tudo ou nada’.
Com direito a goleiro holandês na área, a Laranja ia com tudo à frente. Além de perder grandes chances, como a oportunidade perdida por Gakpo na frente da meta, a Holanda não desistia. Com tantas tentativas, porém, o resultado chegou.
A 30 segundos do final do tempo estabelecido de acréscimos, com direito a presença do goleiro na área ofensiva, o atacante Noa Lang, vindo do banco de reservas, pegou a sobra dentro da área após bate-rebate e bateu em direção ao gol para empatar a partida e colocar fogo no estádio, e levar a decisão à prorrogação. O tento foi apenas o segundo de Lang com a camisa laranja.
Prorrogação no mesmo ritmo
Durante os 30 minutos adicionais, os croatas, apesar de terem cedido o placar, somavam as melhores chances na prorrogação. Aos 7’ da primeira etapa adicional, Petkovic (sim, aquele mesmo autor do gol de empate contra o Brasil, no Catar) dominou livre na intermediária, ajeitou o corpo e bateu de chapa para superar a marcação de Van Dijk e surpreender o goleiro Bijlow e marcar um golaço.
A Holanda, mais uma vez, mostrava ter sentido o gol sofrido. Apesar do gol, os croatas seguiam no ataque e quase ampliaram o placar. Na tentativa de afastar cruzamento destinado à Pasalic, De Jong esticou todo o corpo para afastar a tentativa, mas chegou atrasado e, por muito pouco, não marcou um gol contra.
Aos 9’, a Croácia, mais uma vez, esteve muito perto de ampliar. Livre diante de Bijlow, Vlasic deixou o goleiro no chão após bonito drible, mas na conclusão, acertou o travessão. Dois minutos depois, Petkovic foi derrubado na área por Malacia, e o pênalti foi decretado pelo árbitro. Na cobrança, Modric deslocou o goleiro para dar números finais ao jogo.
Decepção laranja
Após a primeira participação da Holanda em Copas do Mundo desde a edição brasileira de 2014 - esta positiva, após a eliminação nos pênaltis diante da campeã Argentina nas quartas - os Países Baixos não foram capazes de mudar o panorama negativo vivido no pós-Copa. O início de trabalho de Ronald Koeman - de volta após a saída de Louis Van Gaal - não tem sido fácil.
Pela primeira vez no banco de reservas da Oranje desde 2020, Koeman reestreou pela seleção nacional com uma goleada por 4x0 para a França, pelas eliminatórias da Eurocopa de 2024. Apesar da vitória diante de Gibraltar na segunda rodada, por 3x0, os neerlandeses voltam a sentir o gosto da derrota.
Mesmo tendo dominado a partida por diversos momentos, não se mostraram pertinentes o suficiente para superar o futebol persistente e já bem consolidado do time xadrez. Agora, voltam as atenções novamente às eliminatórias do campeonato europeu de seleções, onde enfrentarão a Grécia, no dia sete de setembro. A Croácia, por sua vez, está garantida na decisão de domingo.
A final da Liga das Nações da UEFA será disputada em Enschede, no De Grolsch Veste, casa do Twente, às 15h45. A disputa pela terceira colocação, acontecerá um pouco mais cedo, às 10h, no mesmo local.
Serviço:
Holanda 2x4 Croácia - semifinal UEFA Nations League (jogo único)
14/06/2023 - Stadion Feijenoord, Roterdã, Holanda
Árbitro: Istvan Kovacs
Gols: Malen e Lang (Holanda); Kramaric, Psalic, Modric e Petkovic (Croácia)
Cartões amarelos: Kovacic, Pasalic, Brozovic (Croácia); Frenkie de Jong, Koopmeiners, Gakpo (Holanda)
Holanda
Bijlow; Dumfries, Geertruida, Van Dijk e Aké; Wieffer, Koopmeiners e Frenkie de Jong; Malen, Gakpo e Xavi Simons
Técnico: Ronald Koeman
Croácia
Livakovic; Juranovic, Sutalo, Vida e Perisic; Kovacic, Brozovic e Modric; Ivanusec, Kramaric e Pasalic
Técnico: Zlatko Dalic
Saiba Mais
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima