Antonella Bassani foi a autora de um feito histórico no último domingo, em Goiânia, na quarta etapa da temporada da Porsche Cup Brasil. No Autódromo Internacional Ayrton Senna, a catarinense de 17 anos venceu na Sprint e se tornou a primeira mulher a triunfar em 19 anos e 451 corridas da categoria nacional. A dona do carro 72 deixou para trás o líder do campeonato, Marcelo Tomassoni, por cinco segundos de vantagem.
O triunfo levou a jovem ao terceiro lugar da classificação, com 111 pontos, a 28 da ponta: entre ambos, se encontra Christian Mohr, com 127, na metade do certame. A bandeirada na primeira posição se deu após a pole no grid invertido, somado a atuação constante, incluindo a volta mais rápida da etapa para a única moça do grid.
Em entrevista ao Correio Braziliense, a pilota fala do amor pelo automobilismo desde a infância. "Meus pais e meu tio sempre corriam de carro, principalmente na terra. Um dia, meu pai comprou um kart para a minha irmã, ela bateu na segunda volta e falou que não queria mais. Eu, com 4 anos, pedi ao meu pai se poderia e ele até falou que não dava, pois eu era muito pequena, e com isso teria de fazer muitas mudanças no kart para eu conseguir alcançar os pedais. Logo depois, ele travou o acelerador para eu não acelerar tudo e me deixou andando, com isso eu fui pegando o jeito e gostando", conta.
Seu Cristiano sempre deu suporte para a evolução da filha, a partir de Santa Catarina. "Começou a me levar para umas corridas menores pelo Sul, até que chegou uma certa idade em que que eu falei que queria ir para São Paulo, que é a referência de pilotos. Lá, cheguei a ganhar diversas provas e foi assim que comecei a ver que era o que eu queria", diz a filha.
Sobre o triunfo na etapa de domingo, ela comentou: "Muito emocionada, foram diversas emoções em um só momento. Eu sabia que eu era capaz de conquistar essa vitória, e estava esperando em Goiânia, até porque eu estava muito confiante no Velocittà para a minha primeira vitória, mas recebi um toque e não deu nem para subir ao pódio. Logo que acabou a prova, quando passei da bandeirada, caí no choro dentro do capacete, mas não sabia se era choro ou suor, porque estava muito quente", relata a revelação catarinense.
"Parei o carro para a comemoração, e quando recebi o aplauso do público, ouvi muitas coisas que passei para estar ali e chorei mais ainda. Eu realmente gostaria de viver do automobilismo, correr fora do país, participar de corridas de longa duração, como as 24 horas de Daytona, e em categorias como a IMSA e a Nascar", projeta a jovem logo três dias depois de entrar na história do automobilismo nacional como um fenômeno em crescimento nas pistas do Brasil.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima