Único país a não ter campeões da Copa Libertadores ao lado de Peru e Venezuela, a Bolívia sempre é assunto no principal certame continental a cada ano devido à dificuldade de atuar na altitude. Entretanto, para 2023 os clubes andinos desejam chamar a atenção por outros motivos sem ser os geográficos. Antes da quinta rodada, aberta nesta terça-feira (6/6), os dois times presentes na fase de grupos têm claras oportunidades de classificação, podendo repetir o feito de 2017, na última oportunidade com mais de uma presença no mata-mata.
Um deles foi o The Strongest, atual vice-líder do Grupo D, atrás apenas do Fluminense. Na ocasião, parou já nas oitavas diante do futuro vice-campeão Lanús, por um gol de diferença no placar agregado. Para confirmar a vaga e a volta boliviana às etapas eliminatórias desde o Jorge Wilstermann de 2020, "El Tigre" deve bater o Sporting Cristal em La Paz e torcer por um tropeço do River Plate diante do Flu, em Buenos Aires, ambos nesta quarta-feira (7/5).
O dono da melhor campanha do país andino na história da copa continental é a surpresa desta fase de grupos até o momento. O Bolívar lidera o Grupo C à frente de Palmeiras, Barcelona de Guayaquil e Cerro Porteño, com o sonho de, pelo menos, igualar a façanha de 2014, ao deixar León, do México, e o Lanús, da Argentina, antes de cair para o campeão San Lorenzo. Para "Los Celestes", um empate nesta terça-feira (6/6), contra o Cerro, em casa, assegura a passagem para as oitavas.
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A altura não é o único trunfo
Acostumados a ter o mando de campo em uma altitude superior aos três mil metros em relação ao nível do mar, os clubes da Bolívia passam, cada vez mais, a investir nos últimos tempos para passar a ter espaço no certame. Exemplo disso foi a entrada do Bolívar no Grupo City, sendo uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF) sob a tutela do Manchester City, sendo o segundo clube sul-americano integrante, depois dos uruguaios do Montevideo City Torque. A constância mostra a repetição das marcas positivas, uma vez que o The Strongest um dos dois grandes do país, junto dos celestes, repetiu em 2014 e 2017 a chegada no mata-mata como grande atuação.
Um outro fator é a maior competitividade como visitante. Antes tidos como presas fáceis, os times andinos passam a ser mais incômodos e complicados de bater. O ponteiro Bolívar caiu apenas para o Barcelona, nesta edição, por 2 x 1, no Equador. Além dos triunfos em casa contra os demais concorrentes, a equipe teve como ponto alto a goleada por 4 x 0 no Cerro Porteño, em Assunção. Do outro lado, o The Strongest tem os seis pontos justamente contra os gigantes do grupo: na estreia, aplicou 3 x 1 no River, Estádio Hernando Siles, onde também superou o Fluminense por 1 x 0, devolvendo o marcador frente aos cariocas, no Maracanã. Contra o Sporting Cristal, fora de casa, também caiu apenas pelo marcador mínimo.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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