A volta da configuração-padrão do Grande Prêmio da Espanha foi um atrativo neste domingo (4/6) quanto o desempenho e nos resultados da corrida. O vencedor, entretanto, se repete há três etapas: Max Verstappen fez pole position, liderou em todas as voltas, incluindo a mais rápida da prova, e levou a bandeira quadriculada antes de todos os competidores.
Após surpresas na classificação, as nuvens aos arredores da pista chamavam a atenção antes da largada, com a chance de precipitação em cerca de 80%. A disposição do grid já apontava um favoritismo ao líder do campeonato, dono da pole position, no sábado (4/6), por meio segundo de diferença em relação a um dos anfitriões, o ferrarista Carlos Sainz.
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Em Barcelona, é proibido baixar o ritmo
Apesar de usar pneus médios, na reta mais longa de largada do campeonato, Verstappen resistiu a Sainz e levou a melhor ao final da primeira curva. Entre o pelotão, Sergio Pérez, mais uma vez sem largar entre os dez primeiros, também decidiu pelos compostos médios. Após bater na classificação, Charles Leclerc foi o único a usar borracha dura, saindo desde os boxes. Terceiro no qualificatório, como grande surpresa da sessão, Lando Norris teve dano na asa dianteira ao tocar Lewis Hamilton e foi ao pitstop ao fim da primeira volta, para também usar duros.
A Aston Martin foi o destaque da parte inicial da corrida, com Lance Stroll saindo de quinto para terceiro e o piloto da casa, Fernando Alonso, indo do oitavo ao sexto lugar, perdido na abertura do sétimo giro, na primeira ação de corrida após a saída. Em seguida, Hamilton superou Stroll no mesmo ponto, na curva 1, para ter o posto final do pódio, provisoriamente.
O ritmo de corrida era o fundamental para esta prova, uma vez que a ondulação da pista traz distintos cenários em uma volta, além da pouca variação no desempenho dos diferentes tipos de pneus, levando a parte baixa do grid a parar a partir do décimo giro. Apesar disso, o ritmo de Sainz agradava a equipe, mantendo uma diferença de cinco segundos para a liderança, no momento. O companheiro Leclerc também tinha boa recuperação, indo de 19º a 11º no mesmo período.
A corrida está nos boxes
As diferentes estratégias são o ponto curioso da corrida, com a boa manutenção dos compostos em ambas Red Bulls. A Ferrari, apesar do bom ritmo de Sainz, trouxe o piloto para os boxes, trocando macios por médios na 16ª volta. “Por que (os médios)?”, contestou o espanhol no rádio, sem obter respostas. No giro seguinte, a equipe italiana para Leclerc mudando duros por macios, em um stint de recuperação curta do monegasco, caindo de oitavo para 17º, perdendo parte do progresso conquistado.
O ritmo da Mercedes nos mesmos compostos da largada era positivo, com a dupla em segundo e terceiro, sem perspectiva de parada. Pela forma como conduziam as Flechas Negras, era possível pensar em uma parada e, de quebra, competir com a equipe taurina, quebrando o ritmo dominante dos austríacos, pelo menos para a interessante etapa em Barcelona. “Os pneus estão bons e eu estou melhorando meus tempos”, informou Russell ao time.
Hamilton parou na 25ª volta, voltando ao traçado no quinto lugar, indicando um pódio palpável ao heptacampeão mundial. Dois giros depois, com quase meio minuto à frente de Pérez, Verstappen teve o pitstop de compostos médios para duros, sem perder a ponta para o mexicano, seis segundos atrás do líder da competição.
Ameaça do céu
“Há chuva na curva 5”: a frase de George Russell surpreendeu a todos quase à metade da corrida. Em seguida, a transmissão oficial mostrou o chefe da Red Bull, Christian Horner, colocando a mão para fora do pitwall, à espera de uma resposta sobre a chegada da água. Estranhamente, o piloto mercedista teve a curiosa resposta de que apenas ele estava reportando a chuva na pista.
Entretanto, ainda no seco, o último vencedor do GP do Brasil recuperou as posições perdidas na parada feita momentos antes, copiando o êxito estratégico do companheiro Hamilton. Era um dia de redenção da construtora alemã, depois de um ano e meio sem apresentar competitividade relevante em meio a disputas pelo topo das provas na categoria. Porém, por surpresa e contrariando as expectativas, Russell foi chamado a mais um pitstop na volta 46, para pneus macios, sobretudo para garantir o ponto extra do giro mais rápido da etapa, ainda que perdendo o terceiro lugar para Pérez.
Na abertura das 15 voltas finais, tanto o mexicano quanto o vice-líder, Hamilton, repetiram a estratégia ao ver o excelente ritmo de Russell. Com 39 segundos de vantagem e reclamando dos compostos duros, Verstappen se agregou à briga pelo ponto adicional, descartando as nuvens escuras sobre o circuito catalão. Além disso, as posições finais apontam a dominância quase permanente das melhores equipes das décadas 2010 e 2020, até o momento.
O holandês abre 53 pontos na ponta da competição, equivalente a mais de duas vitórias. Para outros efeitos de tabela, a Mercedes toma a segunda posição no mundial de construtores, com dois integrantes no pódio. A Fórmula 1 terá uma pausa de uma semana até o Grande Prêmio do Canadá, entre os dias 16 e 18. Confira o resultado final do Grande Prêmio da Espanha:
1 - Max Verstappen (Red Bull)
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) +24.090
3 - George Russell (Mercedes) +32.389
4 - Sergio Pérez (Red Bull) +35.812
5 - Carlos Sainz (Ferrari) +45.698
6 - Lance Stroll (Aston Martin) +1:03.320
7 - Fernando Alonso (Aston Martin) +1:04.127
8 - Esteban Ocon (Alpine) +1:09.242
9 - Guanyu Zhou (Alfa Romeo) +1:11.878
10 - Pierre Gasly (Alpine) +1:13.530
11 - Charles Leclerc (Ferrari) +1:14.419
12 - Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) +1:15.416
13 - Oscar Piastri (McLaren) + 1 volta
14 - Nyck de Vries (Alpha Tauri) + 1 volta
15 - Nico Hulkenberg (Haas) + 1 volta
16 - Alexander Albon (Williams) + 1 volta
17 - Lando Norris (McLaren) + 1 volta
18 - Kevin Magnussen (Haas) + 1 volta
19 - Valttei Bottas (Alfa Romeo) + 1 volta
20 - Logan Sargeant (Williams) + 1 volta
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima