BASQUETE

Entenda os laços de Jokic e Butler, astros dos finalistas Denver e Miami

O pivô sérvio da franquia do Colorado conta com a mentoria de um preparador físico brasileiro, enquanto o ala do time da Flórida é "parça" dos boleiros brazucas

A inédita final da NBA, a liga norte-americana de basquete, entre Denver Nuggets e Miami Heat, da série de melhor de sete, terá a largada decretada nesta quinta-feira (1º/6), com o primeiro embate, às 21h30, no Ginásio Ball Arena, no Colorado. É uma decisão com enredo inusitado. Candidatos a craque da temporada, o pivô Nikola Jokic e o ala Jimmy Butler têm laços cada vez mais estreitos com o Brasil.

Aos 28 anos, o pivô sérvio da franquia de Denver vive um dos melhores momentos da carreira. Na atual temporada, possui médias de 24,5 pontos, de 9,8 assistências e 11,8 rebotes — o segundo melhor índice no quesito. O segredo para o desempenho finalista no principal torneio da bola laranja tem nome e sobrenome: Felipe Eichenberger. O brasileiro é preparador físico dos Nuggets desde 2010 e figura fundamental na ascensão de Jokic.

Eichenberger tem 38 anos, nasceu em Ribeirão Preto, no interior paulista. Formou-se em educação física na A.T. Still University, em Kirksville, no Missouri, onde também jogava basquete. Após obter o diploma, foi agraciado pelo então chefe de departamento do time, Steve Hess, com a oportunidade de trabalhar nos bastidores dos Nuggets. Acumulou rodagem e fincou raízes no clube. Na temporada 2015/2016, recebeu o jovem Jokic, 41ª escolha do draft à época.

Apesar do talento do sérvio, Eichenberger encontrou dificuldades para contribuir na evolução do pivô de 2,11m. Jokic não tinha uma saúde tão boa para o nível de competitividade da NBA. Em 2017, o atleta revelou o hábito de beber três litros de refrigerante todos os dias. E foi aí onde entrou o preparador brasileiro. Com foco na musculação, Jokic mudou o estilo de vida. Três anos depois, graças ao "método secreto" preparado pelo guru brazuca, admitiu ter perdido 12kg. Hoje, são 20kg a menos.

"O Jokic é um jogador que me impressiona muito pela capacidade física e pela habilidade e talento. Ele malha todo dia, não importa a cidade que a gente esteja. Você vê o biotipo do corpo dele, tem o que mudar ainda", relatou Eichenberger à ESPN.

Reprodução/Instagram - Felipe Eichenberger e Nikola Jokic esbanjam companheirismo no Denver Nuggets

Jimmy Butler não trabalha diretamente com um brazuca como o concorrente pelo título. Porém, isso não diminui a relação dele com o país bicampeão mundial masculino nas quadras, em 1959 e 1963. O pilar ofensivo da prancheta tática do treinador Erik Spoelstra é um apaixonado pelo futebol e pelos personagens verde-amarelos do esporte mais popular do planeta. No ano passado, não escondeu o carinho pela Seleção Brasileira. Foi flagrado nas redes sociais com uniforme da equipe. Corriqueiramente, é visto com boleiros e com camisas de times nacionais.

Durante as idas e vindas dos ginásios norte-americanos, Butler afirmou que ama o Brasil e adora estar perto dos brasileiros. O carisma o aproximou de grandes figuras. Um das grandes amizades do ala é o atacante Neymar. Amigos desde as Olimpíadas de 2016, as personalidades trocam elogios nas redes sociais e registram encontros de forma frequente. Em 2020, Jimmy chegou a colocar Neymar como "o melhor jogador de futebol da história". Um ponto em comum é que os dois já vestiram a camisa do Santos. Um como jogador e outro como ilustre torcedor.

Em meio à campanha do Brasil na Copa do Mundo Catar, Butler arriscou cantar o Hino Nacional Brasileiro. Na eliminação para a Croácia, nas quartas de final, ligou para Neymar e disse estar com o coração partida após a queda. "Brasil, eu amo muito vocês. Nós vamos conseguir a sexta estrela (da Copa do Mundo) daqui a quatro anos. Não se preocupem, vamos conseguir", compartilhou, nas redes sociais, em 9 de dezembro.

Jimmy Butler compartilhou a vontade de jogar pelo basquete do Flamengo ao final da carreira. E por falar em rubro-negro, posou ao lado de um dos maiores ídolos do clube: Gabriel Barbosa. Em novembro de 2022, os dois estiveram juntos. O atacante flamenguista presentou a fera da NBA com uma camisa 10 do time carioca.

Reprodução/Twitter - Jimmy Butler é o cara das quadras, mas um apaixonado por futebol, sobretudo brasileiro

Panorama da final

A fase mais aguda da NBA é contraditória. Enquanto o Denver Nuggets chega embalado pela liderança da Conferência Oeste na fase regular e as classificações contundentes sobre Minnesota Timberwolves, Phoenix Suns e Los Angeles Lakers, o Miami Heat desponta com o rótulo de "azarão". O elenco da Flórida terminou a classificatória na oitava colocação e jogou a repescagem por vaga no mata-mata. Desbancou Milwaukee Bucks, New York Knicks e Boston Celtics para se tornar o primeiro time egresso do play-in a alcançar a decisão.

Anote na agenda

Jogo 1: 1º/6 (quinta-feira) - 21h30, em Denver
Jogo 2: 2/6 (domingo) - 21h00, em Denver
Jogo 3: 7/6 (quarta-feira) - 21h30, em Miami
Jogo 4: 9/6 (sexta-feira) - 21h30, em Miami

Transmissão: Band, ESPN, Star+

*Estagiário sob a supervisão de Victor Parrini

Reprodução/Twitter - Jimmy Butler é o cara das quadras, mas um apaixonado por futebol, sobretudo brasileiro
Reprodução/Instagram - Felipe Eichenberger e Nikola Jokic esbanjam companheirismo no Denver Nuggets