A trajetória de um atleta de alto rendimento não é como uma receita de bolo. Nem sempre as etapas pré-estabelecidas são seguidas, como mostra Ismael “Marreta” Bonfim. Aos 27 anos, ele é um dos representantes do Distrito Federal no Ultimate Fighting Championship, o UFC, a maior vitrine das artes marciais. Em entrevista ao Correio, ele conta como se inscreveu para uma luta amadora que terminou na estreia dele como profissional. Tudo despretensiosamente. Ou melhor, como deveria ser.
Ismael Marreta entrou no esporte aos cinco anos, como incentivo de um dos irmãos a trocar as ruas pelas academias. Por volta dos 10, iniciou a jornada nas competições de jiu-jitsu até tomar gosto pelo boxe, kickboxing. Aos 15, porém, a vida de Marreta sofreu uma virada. “Conforme foi passando o tempo, comecei a lutar boxe amador e olímpico até que aos 15 anos surgiu a oportunidade de fazer uma luta de MMA. Era para ser amadora, mas ali vi que era profissional”, compartilha.
“De lá para cá, criei gosto. Antes era mais na obrigação, depois vi que era aquilo que eu gostaria de levar para minha vida. Dali em diante comecei a me destacar em Brasília até ser convidado para o Jungle Fight, um dos maiores eventos da América Latina”, complementa Marreta. Apesar da agenda apertada, ele ainda tem raízes na capital federal. A cidade é lar e centro de treinamento. Aqui, ainda cultiva amizades e a relação estreita com a família.
A presença de Ismael Marreta no UFC comprova a tendência brasiliense para forjar talentos dos diversos esportes. “Brasília é um celeiro de atletas, não só do MMA, mas galera do futebol e tantos outros esportes. Tem vários atletas aí do MMA que estão acompanhando o ritmo e chegarão bem para representar”, avalia. Para o lutador, aqueles que almejam alavancar a carreira precisam perseverar. “É acreditar, pois não é fácil. Quando a conquista vem, é grande. Não desista em meio ao sufoco, pois uma hora vai dar certo”, ressalta.
Ismael estreou no UFC em janeiro. Ele ostenta 19 triunfos no currículo, 13 consecutivas, nove delas por nocaute e quatro por finalização. O retrospecto na elite das artes marciais mistas é a recompensa do esforço. “É uma sensação o incrível, porque a gente da luta passa por altos e baixos de baixo. Passamos por momentos ruins na nossa careira, quando pensamos em desistir e em fazer outra coisa, mas perseveramos e acreditamos que o dia vitória chegaria. Não foram de três ou quatro lutas. Antes de ser contratado pelo UFC tive que competir 19 lutas de MMA, aos trancos e barrancos”, comenta.
Novo desafio
A cria dos tatames do Distrito Federal tem compromisso no sábado (1º/7), em Las Vegas. Ismael Marreta encara o francês Benoit Saint-Denis, a partir das 20h, pelo peso leve. O adversário tem 10 vitórias e uma derrota no UFC. Apesar do retrospecto, o brasiliense não esconde a confiança. “Estudamos bastante o jogo dele. Não acredito que chegará ao terceiro round. Creio no nocaute ao final do primeiro e início do segundo. A ideia é conectar uma mão e acabar com a luta. Hoje, penso mais um pouco e sinto a luta nos primeiros minutos, encontro a minha distância e começo a soltar meu jogo”, revela.
UFC Fight Night
Ismael Bonfim x Benoite Saint-Denis (peso leve)
Onde: Las Vegas (EUA)
Quando: Sábado (1º/7), a partir das 20h
Transmissão: UFC Fight Pass
UFC Fight Night
Ismael Bonfim x Benoite Saint-Denis (peso leve)
Onde: Las Vegas (EUA)
Transmissão: UFC Fight Pass
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