VÔLEI

Bicampeã olímpica, Thaísa revela: "não sou brava igual na quadra"

Central medalhista de ouro em Pequim-2008 e Londres-2012 vive lua de mel com a Seleção no retorno após cinco anos longe e ressalta importância da torcida em Brasília

Victor Parrini
postado em 17/06/2023 06:00
 (crédito: Volleyball World/Divulgação)
(crédito: Volleyball World/Divulgação)

Quem acredita e espera, sempre alcança. A frase ilustra bem o sentimento de um dos principais nomes do vôlei brasileiro. Aos 36 anos, Thaísa esbanja disposição e qualidade para defender a Seleção. A bicampeã olímpica em Pequim-2008 e em Londres-2012 ficou ausente da amarelinha por cinco anos. Mas, para ela, é como se esse tempo jamais tivesse existido. Neste sábado (16/6), ela chega para o duelo contra a Alemanha, às 14h, no Ginásio Nilson Nelson, com status de autoridade da quadra.

Na quinta-feira, Thaísa liderou a reação verde-amarela na vitória por 3 sets a 2 sobre a Sérvia, atual campeã do mundo. Ela foi a mais eficiente em quadra, com 18 pontos somados — oito de ataque e nove de bloqueio. A colaboração foi tão significante que poderíamos contabilizar quase que um dos cinco sets à experiente jogadora.

Thaísa é carioca da gema, mas se sente em casa em Brasília. Além das diversas passagens pela cidade com a Seleção Brasileira, foi campeã da Superliga 2021/222 pelo Minas contra o Praia Clube, no Nilson Nelson. "É uma cidade pé-quente. Agora, teremos a torcida toda para nós, não haverá divisão. Vai ser melhor ainda porque teremos mais energia positiva para o grupo. Aqui, só tenho boas recordações", compartilha ao Correio.

A central vitoriosa também não poupa elogios aos brasilienses apaixonados pela modalidade. "Não existe outro sentimento senão de felicidade em estar aqui, em casa e com a nossa torcida. Gratidão eterna. Parece clichê quando falamos que a torcida é o sétimo jogador, mas é, de fato. Eles impulsionam demais", ressalta com animação.

Apesar da qualidade individual, Thaísa acredita ser referência por outros aspectos. "Sou exemplo de dedicação, de corrida, de disputa de todas as bolas, de fazer o máximo. Depois de tudo que passei, se estou nesta condição, dando 200%, isso já é mais que um exemplo positivo para as meninas novas que estão chegando e buscando espaço. É pela minha atitude dentro e fora de quadra", discursa.

O outro lado da craque

Quem vê Thaísa esbravejando em quadra e de cara amarrada para as adversárias talvez não imagina outra versão do fenômeno das quadras. "Sou muito manteiga derretida e muito diferente do que as pessoas veem em quadra. Sou chorona, amiga, parceira, sentimental, dorameira. Adoro filme coreano. Sou amiga muito fiel, pau para toda a obra, pronta para ajudar em todos os momentos", revela a atleta.

"O mais importante é que todos têm medo de chegar perto de mim porque acham que sou brava igual na quadra. Gente, não sou assim. Sou completamente diferente. Chorona e sensível até demais", emenda com bom-humor a multicampeã.

Acredite ou não, Thaísa também tem uma versão "vidente". Em entrevista ao portal UOL, ela afirmou ter visualizado, em sonhos, o atentado à boate Reina, na Turquia, em 31 de dezembro de 2016. Trinta e nove pessoas morreram e 65 ficaram feridas. Doze anos antes, "previu" com clareza o que aconteceu após terremoto que derrubou mais de 5.700 edifícios no país.

Será que essa sensibilidade da gigante de 1,96m se estende ao futuro com a Seleção Brasileira? "No que depender de mim, no que estiver sob meu controle, vou buscar sempre ser campeã absolutamente de tudo. É o meu desejo, está no meu sangue. Agora adivinhar se vem título por aí, é um pouquinho mais difícil (risos)", diz Thaísa.

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