Amistoso

Da reinvenção à convocação: a trajetória de Joelinton até a Seleção

Ex-atacante e destaque do Newcastle como volante, Joelinton retomou raízes para alcançar sonho na Seleção. Jogador deve ser titular na partida amistosa contra Guiné, no sábado (17/7)

Danilo Queiroz
postado em 16/06/2023 06:00
 (crédito: Joilson Marconne/CBF)
(crédito: Joilson Marconne/CBF)

No sábado (17/6), quando a Seleção Brasileira entrar em campo pela segunda vez na temporada 2023 no amistoso contra Guiné, às 16h30, no estádio Cornellà-El Prat, em Barcelona, o torcedor vai ser "apresentado" a mais um jogador pouco conhecido no país, mas de muito destaque no futebol europeu. Nome inédito na convocação e cotado para começar a partida como titular sob o comando do técnico interino Ramon Menezes, o versátil Joelinton tem uma trajetória baseada na retomada de raízes para realizar o sonho de infância de vestir a Amarelinha.

Joelinton Cássio Apolinário de Lira nasceu em Aliança, cidade do interior de Pernambuco, em 1996. Por lá, viveu uma vida humilde e deu os primeiros toques na bola no Campo da Usina. Jovem de destaque, foi pinçado para jogar nas categorias de base do Sport aos 14 anos. Jogador de meio-campo, foi selecionado com apenas 20 minutos de peneira e se mudou sozinho para Recife, onde viveu no alojamento da base da Ilha do Retiro durante quatro anos. Durante a formação como profissional da bola, avançou para o ataque.

Com enredo parecido ao de nomes como Hulk, Roberto Firmino e Tiquinho, Joelinton ficou pouco tempo no futebol brasileiro. Jogou apenas 39 partidas no time principal do Sport, entre 2014 e 2015. Em meio a altos e baixos em campo, foi vendido pelo Leão para o Hoffenheim, da Alemanha, aos 18 anos. Apesar da pouca idade, tinha crédito com técnicos como Eduardo Baptista, responsável por dar as primeiras sequências em campo ao jogador e prospectar um futuro a ele na Europa.

Os primeiros anos no Velho Continente não foram de muito brilho. Com pouco espaço no Hoffenheim, foi emprestado para o Rapid Viena, da Áustria. Ainda como atacante, voltou à Alemanha em 2018 e, um ano depois, foi vendido ao Newcastle. O início na Inglaterra foi complicado. Com poucas bolas na rede, tinha dificuldade de justificar o investimento de 40 milhões de euros e conviveu com críticas severas da torcida. Mesmo assim, perseverou.

Joelinton, porém, precisou recorrer às origens para concretizar a caminhada até à Seleção Brasileira. Contratado pelo Newcastle em novembro de 2021, o técnico inglês Eddie Howe foi o responsável por recolocar o brasileiro em uma posição mais recuada no meio-campo. Viu utilidade nele na função de volante e conseguiu fazê-lo desenvolver a polivalência utilizada como triunfo para ser convocado para os amistosos contra Guiné, amanhã, e Senegal, na terça-feira (13/6).

A força física, a capacidade de atuar dos dois lados do campo, na fase defensiva ou ofensiva, a leitura tática das nuances do jogo e o bom passe também contribuíram na realização do desejo de infância. "É um momento muito feliz na minha vida e na minha carreira. De muita emoção. É um sonho de criança. Você joga bola, vê a Seleção Brasileira jogando e quer estar ali. Estou muito feliz", ressaltou na primeira entrevista vestindo a camisa do time tupiniquim.

No CT Dani Juarque, do Espanyol, recebeu conselhos de luxo de um nome consolidado na Seleção: Casemiro. "Ele estava me dando uns toques. É um cara super campeão, experiente, está aqui há muitos anos. Eu estou chegando agora e quero ouvir todos os jogadores, absorver o que for possível para poder me acomodar mais rápido", garantiu.

A acomodação realmente precisa ser rápida. O destaque do Newcastle na temporada 2022/2023 foi testado por Ramon Menezes nos últimos treinos como titular. Com base na trajetória pessoal e profissional, Joelinton conhece bem os caminhos para honrar a oportunidade e deixar uma boa impressão na primeira chance na Seleção Brasileira.

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