A Champions League tem um campeão inédito pela primeira vez em 11 anos, a segunda neste século. Depois do Chelsea em 2010, o Manchester City teve é o novo integrante da sala de troféus do principal torneio continental de clubes do mundo. O tapete vermelho, ops, azul-claro, foi estendido para o time fundado em 1894 — ano em que Charles Miller trouxe o futebol para o Brasil — graças ao gol do volante espanhol Rodri no segundo tempo em uma exibição de superação do time de Pep Guardiola. O treinador tricampeão europeu havia perdido o lesionado De Bruyne na etapa inicial. Agora, são 23 campeões desde a inauguração da competição, em 1956.
Com a vitória por 1 x 0 no Estádio Olímpico Atatürk, em Istambul, na Turquia, o Manchester City confirma a tríplice coroa em uma temporada épica. Antes, havia conquistado a Premier League e a Copa da Inglaterra. Pep Guardiola adiciona o terceiro título ao currículo. Em 2009 e em 2011, brindou o Barcelona com titulos diante do Manchester United. Agora, faz novamente a alegria da outra banda inglesa da cidade ao inserir o time bancado pelo grupo econômico Football City Group dos Emirados Árabes Unidos no topo do Velho Mundo. Sorte do goleiro Ederson, o 43º jogador brasileiro a celebrar o título. A inédita Orelhuda do City poderia ter sido conquistada em 2021, mas o Chelsea impediu.
O primeiro tempo foi frustrante em Istambul. Atônito diante da marcação da Internazionale, o Manchester City não colocou em prática o poder de fogo. Protagonista de 152 gols na temporada, o time campeão da Premier League em cima do Arsenal e da Copa da Inglaterra contra o arquirrival Manchester United, a trupe de Pep Guardiola se viu enjaulada pelo sistema de jogo proposto pelo técnico italiano Simone Inzaghi.
A situação ficou mais difícil quando o Manchester City sofreu uma senhora perda. O meia belga De Bruyne sentiu uma lesão e reviveu o drama da decisão de 2021, em Portugal, quando também saiu de campo machucado na derrota por 1 x 0 para o Chelsea. À época, deu lugar a Gabriel Jesus aos 15 minutos do segundo tempo. Neste sábado, ele tentou seguir em campo, porém não resistiu. Foden entrou no lugar do maestro na etapa inicial.
Sem o arco De Bruyne, a Internazionale passou a depender da flecha Haaland. Mesmo encaixotado no 3-5-2 com alternâncias para 5-3-2 da Internazionale, o artilheiro desta edição da Liga dos Campeões da Europa com 12 gols desperdiçou duas oportunidades. Isolou a bola na primeira e esbarrou no goleiro camaronês Onana no segundo arremate.
Obcecada pela marcação e a destruição das conexões de jogo do City, a Internazionale tentava explorar as saídas de bola a três do time inglês. Único brasileiro na decisão desde Romário, em 1994, o goleiro Ederson deu alguns sustos na torcida, mas o primeiro tempo insosso terminou empatado por 0 x 0. Uma decepção para a plateia global.
As duas equipes retornaram um tiquinho mais animadas para a etapa final. Talvez devido ao cansaço, os espaços começaram a aparecer. O atacante argentino Lautaro Martínez perdeu a melhor opotunidade da Internazionale. Ederson cresceu na frente dele para evitar o gol.
A Inter abria mão da posse da bola (40% x 60%), mas tinha o controle defensivo da partida. O plano de jogo sofreu abalo sísmico aos 22 minutos do segundo tempo. Akanji saiu lá de trás para acionar o cerebrar Bernardo Silva. Inteligente que só ele, o português avançou pela ponta-direita e rolou a bola para trás. O volante Rodri finalizou no canto esquerdo do imõvel goleiro Onana e abriu o placar no Estádio Olímpico Atatürk. Alegria da torcida azul-claro.
O direito de resposta do time italiano demorou dois minutos. No entanto, a sorte estava ao lado do goleiro Ederson. Dimarco finalizou duas vezes após cruzamento na área. Acertou o travessão na primeira. A bola voltou para ele e aí, foi a vez de Lukaku posar de zagueiro. O belga havia acabado de substituir Dzeko e atrapalhou a finalização do companheiro.
Acionado por Lautaro Martínez, Lukaku teve oportunidade de empatar. A finalização foi salva pelo goleiro Ederson. O brasileiro crescia lá atrás, e o ataque do City explorava os clarões da defesa da Inter. Em um deles, Foden invadiu a grande área e finalizou. Onana salvou. A Internazionale teve pelo menos mais duas chances de empatar o confronto, porém Ederson agigantou-se no fim da partida e garantiu a inserção do Manchester City na lista dos maiores da Europa.
FICHA TÉCNICA
1 MANCHESTER CITY (3-2-4-1)
Ederson;
Akanji, Rúben Días e Aké;
Stones (Walker) e Rodri;
Bernardo Silva, De Bruyne (Foden), Gundogan e Grealish;
Haaland
Técnico: Pep Guardiola
0 INTERNAZIONALE (3-5-2)
Onana;
Darmian (D'Ambrosio), Acerbi e Bastoni (Gosens);
Dumfries (Bellanova), Brozovic, Barella, Calhanoglu (Mkhitaryan) e Dimarco;
Lautaro Martínez e Dzeko (Lukaku)
Técnico: Simone Inzaghi
Gol: Rodri, aos 22 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Ederson, Haaland, Brozovic, Barella e Lukaku.
Público: 71.412
Renda: não divulgada
Árbitro: Szymon Marciniak (Polônia)
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