O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou o Corinthians pelo entoamento de cantos homofóbicos diante do São Paulo, durante o Majestoso realizado no mês passado, na Neo Química Arena. O julgamento está marcado para a quarta-feira, 14, às 10h.
O episódio aconteceu exatamente um mês antes da data escolhida para o julgamento. A torcida mandante, tanto antes, quanto durante a partida, proferiu a música em direção à equipe adversária e chegou a ser advertida pelos telões do estádio, que exibiram um pedido de cessação da atitude.
Parte dos torcedores, no entanto, não atenderam à instrução. O árbitro Bruno Arleu de Araújo chegou a interromper a partida por alguns minutos durante o segundo tempo por conta do ocorrido.
Em consequência da introdução do episódio à súmula da partida, o alvinegro paulista foi posto no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. A emenda é responsável por enquadrar atos discriminatórios, relacionados a preconceitos diante de etnias, cor, sexo, raça, porte de deficiência e idade.
Por ter envolvido múltiplos participantes, o Corinthians sofrerá punição superior a apenas o pagamento de uma multa. Se condenado, o Corinthians ainda poderá perder pontos na tabela, independente do resultado da partida em questão. Ademais, em caso de reincidência, o acusado poderá perder o dobro do número de pontos atribuídos após uma vitória.
Vale destacar, por conseguinte, que esta não foi a primeira denúncia do Corinthians ao STJD por este motivo. Assim como em maio passado, a torcida corintiana também entoou cantos homofóbicos em um Majestoso.
Naquela ocasião, porém, o clube alvinegro se livrou de punições após a realização de um pedido de "transição disciplinar", posteriormente atendido pelo tribunal. Com isso, no entanto, foi sentenciado a pagar uma quantia de R$ 40 mil. Enquanto uma metade foi direcionada à instituições de caridade, a outra foi enviada à CBF.
Dessa vez, no entanto, além das possíveis punições citadas, o Timão poderá precisar pagar uma multa entre R$ 100 e R$ 100 mil, segundo prescreve o artigo. O Ministério Público também abriu investigações diante do caso.
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*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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