Futebol

Entenda como Sampaoli fez de Gerson xodó e ganhou a antipatia de Ganso

Metrônomos do meio de campo do Flamengo e do Fluminense nas oitavas, Gerson e Paulo Henrique Ganso foram liderados por Jorge Sampaoli. Entenda por que um deu certo com o argentino, e outro, não

Marcos Paulo Lima
postado em 01/06/2023 06:00 / atualizado em 01/06/2023 06:00
 (crédito:  Alexandre Vidal/Flamengo e Marcelo Gonçalves/Fluminense)
(crédito: Alexandre Vidal/Flamengo e Marcelo Gonçalves/Fluminense)

Jorge Sampaoli tem disso: quando pediu a contratação de Gerson ao Olympique de Marselha, reinventou o volante como meia. Quase atacante. Nem sempre um figurão topa as ideias do técnico. Foi o caso de Ganso. O santo dos dois não bateu no Sevilla. Embora tenha solicitado o reforço, o treinador deixou o brasileiro contrariado ao tentar adaptá-lo ao papel de volante. O mundo da bola deu voltas, e os três são personagens do Fla-Flu de hoje, às 20h, no Maracanã, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Houve empate por 0 x 0 no primeiro jogo. Nova igualdade levará a definição da vaga para as cobranças de pênaltis.  

O amor de Sampaoli por Gerson no Olympique de Marselha quase virou ódio na relação com Ganso no Sevilla. Vendido pelo Flamengo ao clube francês por 20,5 milhões de euros em 2021, Gerson viveu a fase mais artilheira da carreira na temporada de 2021/22. Fez 11 gols e deu 10 assistências em 48 jogos. O time foi vice-campeão da Ligue 1 atrás do PSG, alcançou as quartas de final da Copa da França e as semis na Conference League.

O relacionamento rendeu trocas de elogios. "Convivi com o Gerson na França por um ano. É um dos melhores jogadores que dirigi. Tem uma capacidade tremenda para jogar futebol, atacar o espaço", disse na chegada ao Flamengo. "Feliz por estar trabalhando com ele mais uma vez", retribuiu o pupilo do comandante.

O camisa 10 do Fluminense tem outra impressão. Na temporada de 2016/17, Sampaoli precisava de Ganso no papel de volante contra o Real Madrid pelo Espanhol. O meia discordou das instruções e perdeu espaço. Disputou 16 partidas com o treinador e fez três gols.

Ganso e Sampaoli falaram sobre o episódio depois dos atritos. "Quando uma pessoa te pede para ir a um clube e não coloca você para jogar, alguma coisa está errada. A pessoa nem falar com você, não conversar, está errada. Mas eu sei o que aconteceu e a vida segue para todo mundo", desconversou o maestro do Fluminense.

Sampaoli jamais fugiu do assunto e admite a culpa. "A responsabilidade é minha. A realidade é que, às vezes, temos a urgência. Era minha primeira passagem na Europa. Tinha (cobrança por) prêmio, tinha necessidade", admitiu. "Houve uma partida difícil para ele (Ganso) contra o Real Madrid, e ele tinha que se sacrificar um pouco para acompanhar o lateral, e tem decisões do treinador que atentam contra o jogador, e acabam apagando o jogador", explicou, em 2022, no Bem, Amigos!.

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