Não cometa o erro de achar que os principais goleadores da atual disputa da Copa do Brasil estão em um dos 16 clubes envolvidos nas oitavas de final. Esqueça a dupla rubro-negra formada por Gabriel Barbosa e Pedro, o badalado gremista Luis Suárez, o corintiano Róger Guedes e até o surpreendente Tiquinho, do embalado Botafogo. Quem puxa a artilharia são dois personagens fora de cena e longe dos holofotes.
Você conhece Alef Manga pelos gols, mas não pela história de vida. O paulista de Santos se destaca equipes emergentes. Profissionalmente, não vestiu a camisa nenhum grande do país. Na infância, dividiu as categorias de base do Peixe com Neymar, Paulo Henrique Ganso e até Gabriel Barbosa. A bola, porém, reservou caminho diferentes das outras feras. Manga foi dispensado aos 17 anos. Cogitou desistir do sonho, pois precisava trabalhar.
A situação precária em casa o levou até a entregar panfletos no semáforo. O sonho parecia distante. Mas o atacante bateu na porta dos clubes até receber a oportunidade no Jabaquara, em 2016. No ano seguinte, arrumou as malas para o Paraná, quando defendeu Cascavel e Maringá. Ganhou projeção com a chance no Oliveirense, de Portugal, mas não se adaptou. Retornou para o Brasil e defendeu times de menor expressão até parar no Volta Redonda.
Lá, se destacou com a artilharia do Campeonato Carioca de 2021, com oito gols, superando a concorrência de Gabriel Barbosa, Pedro e companhia. As boas exibições renderam empréstimo ao Goiás na mesma temporada e o início da jornada pelo Coritiba no ano seguinte. Na capital paranaense, encontrou a melhor versão.
Ele é a referência do Coxa, com nove gols e quatro assistências em 2023. Mas viveu uma turbulência ao ter o nome citado nos esquemas de manipulação de resultados. Manga teve o contrato suspenso, mas foi reintegrado ao elenco diante da falta de provas.
A companhia a Alef Manga no topo da lista de goleadores da Copa do Brasil mudou de clube. Lorran David não defende mais o Nova Mutum-MT. O cuiabano acertou com o São José-SP em março. Assim como o atacante do Coritiba, coleciona passagens por equipes de menor expressão do país. A principal camisa vestida por ele foi a do campeão brasileiro de 1978: o Guarani. Jogou pelo Bugre entre 2013 e 2016, com rodagem pela base e time profissional.
Lorran também esteve pelo Distrito Federal. Em 2019, ele foi o 14º reforço do Jacaré para a disputa do Campeonato Candango. Disputou apenas quatro partidas e logo deu adeus, sem balançar as redes. Aos 28 anos, busca maior projeção no cenário nacional. Ele ajudou na campanha de acesso do São José-SP à segunda divisão do Campeonato Paulista.
Candidatos
Além da definição dos oito classificados às quartas de final, a Copa do Brasil pode conhecer, na quarta (31/5) e quinta-feira (1º/6), novos artilheiros. Aloísio (América-MG), Tiquinho Soares (Botafogo) e Pedro (Flamengo) são os principais candidatos, com quatro bolas na rede cada. O meia Alan Patrick, do Internacional, tem três e pode alcançar o topo da lista em caso de uma reação colorada contra o Coelho. A joia santista Marcos Leonardo também está a dois da liderança, mas está à disposição da Seleção Brasileira no Mundial sub-20 na Argentina e poderá atualizar as marcas pessoais em caso de classificação do Peixe sobre o Bahia.
O uruguaio Luiz Suárez vive a primeira experiência na Copa do Brasil, mas ostenta dois gols. Mesma quantidade de Paulinho, destaque da retomada do Atlético-MG na temporada. Pilares de Palmeiras e Flamengo, Raphael Veiga e Gabriel Barbosa tem apenas uma comemoração até o momento no torneio. Ensaiam dar novas alegrias aos paulistas e aos cariocas contra Fortaleza e Fluminense, respectivamente.