O alto comissário da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (24/5), os ataques racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinicius Junior durante a partida entre Real Madrid e Valencia, no domingo (21/5). Segundo ele, as ofensas contra o atleta, que foi chamado de "macaco" pelos torcedores, são um lembrete de que o racismo ainda existe e precisa ser combatido.
Volker Türk também ressaltou que é necessário o envolvimento das entidades esportivas e dos governos, além de ouvir os atletas. "E precisamos começar ouvindo os esportivos afrodescendentes", pontuou o alto comissário da ONU. Além disso, ele afirmou que vai elaborar um protocolo para orientações de ações em casos de ataques racistas em eventos de esportes.
"A Espanha começou a prender pessoas de forma muito rápida, mas também precisamos que quem organiza eventos esportivos leve essa questão muito a sério. Está mais do que óbvio que precisamos olhar para a questão dos direitos humanos de uma forma mais ampla", defendeu Volker Türk.
Entenda o caso
Aos 24 minutos do segundo tempo da partida deste domingo (21/5) contra o Valencia, o atacante foi interrompido em uma jogada em direção ao gol, com a invasão de uma segunda bola em campo. Vini e outros torcedores do Real Madrid reclamaram da interrupção e os torcedores do Valencia não gostaram da reclamação. Responderam chamando Vini Jr de “macaco”.
O brasileiro denunciou os ataques e a partida continuou paralisada por oito minutos. Os torcedores foram advertidos duas vezes, pelo sistema de som do estádio, que anunciou a paralisação da partida devido ao mau comportamento da torcida. Os avisos, porém, não foram levados em consideração, os ataques continuaram e Vini passou a discutir com os torcedores.
Quando o jogo retornou, Vini se envolveu em um embate com o goleiro Mamardashvili, do Valencia, e foi expulso após o VAR mostrar que o brasileiro atingiu o rosto do atleta. Após a expulsão, Vini Jr. usou as redes sociais para repreender a La Liga, responsável pelo Campeonato Espanhol, e apontar uma omissão da entidade.
Colaborou Talita de Souza*