Ativistas de movimentos negros e aliados se reuniram em frente ao Consulado da Espanha, na Zona Sul de São Paulo, nesta terça-feira (23/5), para protestar contra os ataques racistas sofridos pelo jogador brasileiro, que atua no Real Madrid, durante partida contra o Valencia, no último domingo (21/5).
Os manifestantes prestaram solidariedade ao atacante do time espanhol e denunciaram a violência racial. “Nós não iremos tolerar isso em nenhum lugar do mundo. O Estado Espanhol nos deve respostas!”, exclamaram os participantes do Uneafro, que idealizou o protesto, nas redes sociais.
Em frente ao consulado, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o racismo e estamparam frases como “Não ao racismo na La Liga”, “Chega de Racismo” e “La Liga racista” e “Vini Jr., estamos com você”.
O Uneafro ainda destacou a conivência do presidente da La Liga, Javier Tebas, com os ataques racistas sofridos, repetidamente, por Vini Jr. "Para quem ficou surpreso com a resposta do Javier Tebas, presidente da La Liga, que ocupou Vini Jr. por ter sofrido racismo, é importante saber que essa não é a primeira vez que ele faz declarações absurdas como essa”, ressaltou o movimento, em nota.
“Tebas é reconhecido por apoiar abertamente o Vox, partido de extrema-direita espanhol, que já se posicionou a favor da expulsão de imigrantes da Espanha e a revogação de leis em favor da comunidade LGBTIA+ e leis contra a violência machista. Além disso, Tebas foi membro do partido fascista Fuerza Nueva durante a década de 1980”, alegou a Uneafro nas redes sociais.
Suspeitos foram liberados após prestarem depoimento
Nesta terça-feira (23/5), a polícia espanhola informou que sete pessoas foram presas por crime de ódio contra o jogador brasileiro Vinicius Jr., após o último ataque racista sofrido pelo atleta na partida entre Real Madrid e Valencia, no domingo. No entanto, três desses torcedores detidos por insultos racistas foram liberados após prestarem depoimento. As informações são da emissora espanhola TVE.
Além dos insultos racistas, quatro pessoas foram presas por estarem envolvidas com o enforcamento de um boneco com a camiseta do atleta Vini Jr, em uma ponte de Madrid, em janeiro. O episódio, ocorrido em 26 de janeiro deste ano, é visto como o auge da violência sofrida por Vini Jr. por mostrar uma intenção de homicídio do grupo de ofensores. De acordo com a polícia, os criminosos têm 19, 21, 23 e 24 anos e, segundo imagens divulgadas pela corporação, todos são brancos.