BRASÍLIA

CPI das Apostas aprova moção de repúdio aos ataques racistas contra Vini Jr.

Requerimento de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE) cobrará a Fifa, a Federação Espanhola de Futebol e a La Liga pelas injúrias sofridas pelo jogador brasileiro

A abertura dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas, nesta terça-feira (23/5), aprovou, por unanimidade, uma moção de repúdio contra aos atos racistas sofrido pelo jogador brasileiro Vinicius Junior, no último domingo (21/5), durante a derrota por 1 x 0 para o Valencia, pelo Campeonato Espanhol. 

O requerimento é de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE). Segundo o documento, a Fifa, a Federação Espanhola de Futebol e La Liga serão cobrados pelas injúrias sofridas pelo jogador formado nas categorias de base do Flamengo. "Lamentamos o ocorrido e destacamos a nossa indignação e o nosso comprometimento no combate ao crime de racismo. Iremos cobrar das autoridades governamentais, da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e da Federação Espanhola La Liga a tomada de providências necessárias, a fim de punir os perpetradores desse ato vergonhoso", diz trecho. 

A moção será encaminhada aos órgão de gestão do futebol espanhol e à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). "É inaceitável que, em pleno século XXI, ainda testemunhemos a qualquer forma de discriminação racial. O racismo vai de encontro aos princípios fundamentais da igualdade, dignidade e respeito, presentes em nossa Constituição e nos tratados internacionais dos quais somos signatários", discursou Forte. 

AFP - Vinicius Junior identificou os torcedores que o chamaram de "macaco" na partida contra o Valencia, no último domingo (21/5)

CPI das Apostas

A CPI das apostas investiga o esquema de manipulação de resultados em campeonatos estaduais de 2023 e em partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022. A comissão é presidida pelo deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), ex-presidente do River-PI, com relatoria de Felipe Carreras (PSB-PE). Os trabalhos têm duração prevista de 120 dias, prorrogáveis por mais 60. Ao fim desse período será encaminhado um relatório ao Ministério Público ou Advocacia-Geral da União para apurar as responsabilidades civil e criminal dos infratores e demais medidas legais cabíveis.