Futebol europeu

Conheça Peter Lim, dono do Valencia, time envolvido em caso com Vini Jr

Dono desde 2014, acionista de Cingapura enfrenta pressão interna no clube pelos resultados esportivos e pela conduta na gestão, criticada constantemente pela torcida

A crise do Valencia, em um contexto geral, passa pelo nome do proprietário do clube, o cingapurano Peter Lim. O mandatário do time do leste da Espanha assumiu a instituição em 2014, adquirindo 70% dos direitos. A situação esportiva no Campeonato Espanhol nos últimos anos, problemas na gestão interna e a pressão de toda a torcida se somaram aos insultos racistas a Vinicius Junior, no último domingo (21/5), na lista dos problemas do empresário.

Durante o tempo de posse do time, Lim incluiu de forma controversa um personagem na história da equipe. Os percalços econômicos levaram, para além da venda, à presidência de Lay Hoon Chan, executiva atual do Valência, em segundo mandato, iniciado em 2022, tendo a primeira passagem entre 2014 e 2017.

AFP - Torcida do Valencia protesta pedindo a saída de Peter Lim, dono de 70% do clube, durante jogo do Campeonato Espanhol

A presidente é gestora e supervisora pessoal de várias das ações do investidor, como consultora financeira. Curiosamente, assim como o próprio patrão, ela não utiliza as redes sociais. Como forma de passar uma mensagem institucional com o caso envolvendo o jogador do Real Madrid, o clube anunciou nesta segunda-feira (22/5) o banimento definitivo dos torcedores que praticaram gestos de racismo contra o atacante brasileiro.

Peter tem posses em outros mercados, trabalhando no ramo de matérias-primas (commodities), hotelaria e filantropia, por exemplo. No futebol, além do time espanhol, também possui 40% do Salford City, da quarta divisão inglesa, compartilhando ações com lendas do futebol britânico, como David Beckham, Ryan Giggs, Paul Scholes e os irmãos Gary e Phil Neville.

Desaprovação geral

No triunfo pela vantagem mínima sobre os Merengues, no Estádio de Mestalla, os valencianos subiram aos 40 pontos, no 13º lugar, diminuindo as chances de rebaixamento para a segunda divisão. A fase do clube, com a permanência sendo o trunfo para um time que passou a temporada na zona do descenso, revolta os torcedores que constantemente protestam contra o mandatário.

Pichações nas regiões próximas ao campo de jogo e mensagens desde as arquibancadas são um ato comum entre os Morcegos, com um dos grandes ídolos do clube relatando um roubo direto do dono a um dos maiores times do país. “O Valência perdeu toda a categoria quando um senhor como ele assaltou o clube e não o põe à venda. Não há nenhuma entidade capaz de resistir a anos e anos de má gestão e as coisas só vão piorar”, disse o ex-goleiro Santiago Cañizares, bicampeão de La Liga e vencedor de uma Copa do Rei, em entrevista ao jornal português A Bola, no último mês de abril.

O risco da queda da categoria levou a fortes manifestações na temporada 2022/2023, sendo a maior delas em fevereiro, quando 25 mil pessoas abdicaram de ver a derrota por 2 x 1 frente ao Athletic de Bilbao. Tais torcedores se colocaram do lado de fora do Mestalla para pedir pela saída do empresário, deixando o estádio praticamente vazio.

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima