Os advogados que atuam na defesa do jogador brasileiro Daniel Alves entraram com recurso nesta terça-feira (16/5), no Tribunal de Barcelona, pedindo a soltura do atleta sob alegação de que o risco de fuga do réu é inexistente. A ação da equipe jurídica é uma resposta a ordem do juiz de instrução, que negou a liberdade provisória do lateral-direito.
De acordo com o portal Servimedia, a defesa do atleta reitera que a fuga é impensável pela "desgraça desnecessária" que tal ato poderia acarretar para os familiares de Daniel Alves. A petição, tem 36 páginas. O ofício faz referências extensas à consistência do laudo pericial entregue e também do material das câmeras da casa noturna Sutton, onde a violência sexual teria acontecido.
A defesa alega ainda que, se a denunciante distorceu os fatos ocorridos nos 20 minutos que estiveram juntos na mesa VIP, ela também seria capaz de ter o mesmo procedimento no momento do relato da acusação.
"Insiste-se que Dani Alves modificou a primeira versão e que a segunda a contraria. Há que se concordar que, em termos de consistência e contradição, o suposto autor e a suposta vítima estariam empatados. São muitas incoerências, incoerências absolutamente radicais", aponta trecho do recurso.
No laudo técnico fornecido, a defesa contrapôs a história de medo, desmoronamento, nervosismo e intimidação que a denunciante descreveu, juntamente com o conjunto de imagens, quando ela, Daniel Alves e os dois amigos estiveram juntos na mesa VIP. "Eles estão longe de revelar um microcosmo de pânico, terror e anulação do domínio da vontade, mas mostram dois adultos desenvolvendo um jogo erótico de sedução antes da relação sexual", diz a defesa.
De acordo com o portal Servimidia, a equipe jurídica entende que os dois minutos que decorrem entre a ida de Dani Alves ao banheiro seguido da jovem, momentos depois, são fundamentais para mostrar que não houve nenhum tipo de coação. "Parece que eles decidiram de comum acordo e que ela consultou os amigos sobre a conveniência de se trancar no box", afirma a carta, com base no que pode ser visto nas imagens e se sabe o teor do que todas declararam sobre esse momento.
Por fim, a defesa de Dani Alves lembrou da disponibilidade do jogador em colaborar com o caso de forma voluntária ao deixar o México para comparecer e prestar esclarecimentos, sabendo que havia sido denunciado por crime sexual. Sobre a contradição no primeiro depoimento, os advogados disseram que a negativa do jogador em ter participado do ato foi para "salvar o casamento com Joana Sanz."
Sobre o projeto de vida em Barcelona, o corpo jurídico que responde pelo atleta afirma que a família sempre teve planos de que os dois filhos fossem completar os estudos universitários na Espanha. Por esta razão eles vieram morar no país europeu.