No futebol brasileiro, é corriqueiro observar cenas de intolerância e ofensas contra as diversas minorias ano após ano. No último domingo (14/5), o mais recente deles ocorreu na Neo Química Arena, onde o Corinthians empatou a um gol contra o São Paulo, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro.
Logo depois do gol de empate corintiano, o árbitro Bruno Arleu de Araújo teve de suspender o confronto por dois minutos por um motivo lamentável. Em meio à euforia com o gol de Roger Guedes, parte da torcida alvinegra entoou um canto de cunho homofóbico contra os atletas tricolores. “Vamos, vamos Corinthians. Dessas b****s teremos que ganhar”, se ouvia em todo o estádio.
A paralisação contou com um anúncio quase imediato do telão da arena avisando sobre a proibição de cantos desta natureza. Nesta segunda-feira (15/5), o procurador-geral do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Ronaldo Piacente, declarou que denunciará o clube pelo caso, após a recepção da súmula. Mas quando foi a última vez em que uma equipe teve os resultados prejudicados por ações vindas da arquibancadas? O Correio lembra, a seguir.
Relembre o caso
Dia 28 de agosto de 2014, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. O Tricolor recebia o Santos pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. O Peixe, entretanto, foi quem fez a festa no Sul, com gols de David Braz e Robinho, ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, com o resultado cômodo para o alvinegro e a torcida gremista chateada pelo placar, parte dos assistentes da partida, atrás do gol do goleiro Aranha, começaram a fazer sinais e a proferir termos racistas.
O jogador santista reclamou de imediato ao juiz Wilton Pereira Sampaio e o conjunto de arbitragem repassou o acontecido à súmula. O jogo de volta foi anulado pelo STJD, com os três pontos e a confirmação da vaga para o Alvinegro Praiano. O Grêmio seria excluído da competição em dezembro do mesmo ano, mas recorreu da decisão e participou em 2015, chegando até as quartas de final.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima