O crescimento do chamado “mundo árabe” no futebol é perceptivo e inegável: patrocínios estratosféricos a gigantes clubes da Europa e até a posse de equipes como Paris Saint-Germain e Newcastle demonstram a potência financeira vinda desde esta parte do mundo. Observando o potencial do futebol aos olhos do planeta, a Arábia Saudita também busca reforçar, com dinheiro bruto, a sua liga interna.
O maior exemplo disso é a participação de Cristiano Ronaldo como maior referência. O português, ainda recente reforço do Al-Nassr, foi a primeira bomba no mercado da bola proporcionada para o cenário nacional. Dentro disso, a proximidade e os rumores de acerto com jogadores expressivos do mesmo patamar, como Lionel Messi e Sergio Busquets, seguem aquecendo um país com potencial e desejo de ser uma grande liga a nível mundial. Confira, agora, alguns dos medalhões da liga saudita, no país que pode sediar a Copa do Mundo de 2030:
Anderson Talisca (29 anos / Al-Nassr): Antes da casa dos 30 anos, alcançou o status de jogador experiente pelas passagens no Velho Continente. Após passar pelo Bahia, de forma memorável, ganhou o respeito em Portugal e na Turquia, com as camisas de Benfica e Besiktas, respectivamente. Também teve passagem pelo futebol da China.
André Carrillo (31 anos / Al-Hilal): O meia teve longa carreira no futebol europeu após a saída do Alianza Lima, sobretudo em Portugal. Passou por Sporting e Benfica, por duas vezes, até ser emprestado e depois vendido ao clube atual, além de ter somado passagem pelo Watford inglês, sendo um dos mais exitosos jogadores peruanos da última geração.
Bruno Henrique (33 anos / Al-Ittihad): Teve uma passagem curta pelo Palermo, da Itália, sendo o hiato entre as boas passagens pelos arquirrivais Corinthians e, depois, Palmeiras. Sem tanto espaço por lesões e por animosidades com a torcida alviverde, o capitão do decacampeonato brasileiro, em 2018, foi para terras árabes.
Cristian Tello (31 anos / Al-Fateh): Reconhecido em Porto, Barcelona e Real Betis, o atacante chegou a ficar sem clube e testou a aventura no novo mercado dos Estados Unidos, antes de chegar ao atual time, na Ásia. O espanhol está há dois meses como reforço da nova formação.
Cristiano Ronaldo (38 anos / Al-Nassr): Não há medidas para definir CR7. A lenda portuguesa, reconhecida em Manchester United e Real Madrid, falhou na Juventus e no segundo ciclo pela equipe inglesa, optando pela Arábia Saudita após construir uma das carreiras mais bem-sucedidas da história do futebol.
David Ospina (34 anos / Al-Nassr): Saiu do Nice francês para alternar passagens por Napoli e Arsenal após uma grande atuação na Copa do Mundo de 2014. Há quase um ano integra o novo time de Cristiano e tenta manter o nível apresentado na Inglaterra e na Itália, justificando seu bom passe, adquirido pelo novo time.
Felipe Caicedo (34 anos / Ettifaq): Tido como um dos grandes nomes da história do futebol equatoriano, somou uma série de clubes relevantes do Velho Continente no currículo até a chegada à Arábia. Estão entre os clubes importantes: Manchester City, Sporting, Lazio, Genoa e Inter de Milão.
Gustavo Cuellar (30 anos / Al-Hilal): Apesar de não ter passado pela Europa, o volante colombiano tem reconhecimento pelas boas temporadas com a camisa do Flamengo. Está no time desde 2019, sendo um dos mais longevos da lista.
Luiz Gustavo (35 anos / Al-Nassr): Com um auge no futebol alemão, em boas passagens por Hoffenheim, Wolfsburg e Bayern de Munique, o volante com passagem pela Seleção Brasileira vinha de passagens pelo Olympique de Marselha francês e pelo Fenerbahçe turco, antes de chegar ao novo continente para mais um desafio, em 2022.
Marcelo Grohe (36 anos / Al-Ittihad): De carreira toda feita no Grêmio, o goleiro herói da campanha do tricampeonato da Libertadores, em 2017, deixou Porto Alegre para ir ao time de Jedá em 2019, estando na Arábia Saudita desde então.
Moussa Marega (32 anos / Al-Hilal): Com carreira iniciada na França, incluindo a adesão à segunda nacionalidade, o malinense brilhou no Porto, tendo passagem de cinco anos pelo clube português, incluindo um empréstimo ao Vitória de Guimarães. Há dois anos, chegou gratuitamente ao clube árabe.
Odion Ighalo (33 anos / Al-Hilal): O atacante nigeriano teve grande rodagem pela Europa e já experimentou o mercado chinês. Entre os trabalhos de destaque, passou seis anos na Udinese italiana, incluindo alguns períodos de empréstimo, até brilhar pelo Watford, da Inglaterra. Chegou a ser emprestado para o Manchester United, mas não obteve êxito, voltando aos mercados asiáticos, como agora.
Também há mercado para os professores
Os técnicos não ficam de fora da lista, em um país aberto a diversas ideias do futebol mundo afora. A seleção saudita, por exemplo, contou com um francês, Hervé Renard, para bater a Argentina, futura campeã do Mundial do Catar, em 2022. Este é um mercado com predomínio de treinadores do leste europeu, com diversos nomes romenos e incluindo sérvios e até eslovenos.
Porém, entre os nomes de destaque, entram dois nomes conhecidos nos bancos de reserva mundiais. O principal deles é do argentino Ramón Díaz, campeão da Libertadores de 1996 com o River Plate e que assumiu o Al-Hilal após não seguir trabalho no Botafogo, levando o time à final do último Mundial de Clubes, contra o Real Madrid, na condição de campeão asiático, batendo o Flamengo campeão da América, nas semifinais.
A evidência de profissionais portugueses também é vigente entre os sauditas, com um dos principais nomes lusos comandando o Al-Ittihad, líder da Liga Saudita, no momento. Com passagens por Valência, Porto e Wolverhampton, Nuno Espírito Santo chegou ao Oriente Médio após falhar no comando do Tottenham.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima