Chega a ser difícil falar em outro nome após o Grande Prêmio de Miami 2023, realizado no último domingo (7/5), na pista de rua da cidade da Flórida, nos Estados Unidos. Max Verstappen construiu uma vitória em ritmo avassalador, projetando a liderança da prova mesmo fora do pódio, tão positivo era seu ritmo, resultando na abertura de 14 pontos na ponta do campeonato.
O vice-líder, Sergio Pérez, companheiro do bicampeão mundial na Red Bull, tinha o melhor carro e o favoritismo pelo desempenho em corridas de rua para somar mais pontos e terminar a quinta corrida à frente na tabela. Entretanto, não contava com a máxima expressão de um Verstappen rápido e sem a costumeira agressividade para conseguir ultrapassar.
A largada com pneus duros indicava uma inversão da ordem entre Max e os carros à frente, que saíram de médio para depois utilizar os compostos de faixa branca. No rádio das demais equipes, o assunto era o bom rendimento com essa borracha, a partir do carro número 1 como referência.
Além deste fator, o ritmo e a manutenção da segurança de um resultado de corrida — com os 20 carros completando a etapa pela primeira vez desde a Turquia, em 2020 — era deixar o neerlandês passar, por não ser esta a briga em que os demais estão envolvidos. A Red Bull é dona do Mundial de Construtores já em maio, por unanimidade do grid.
Mesmo Pérez não ofereceu muita resistência pelo rendimento do colega de boxes após os pitstops, mostrando a estratégia correta para tal etapa, independentemente de onde se pudesse sair na primeira volta. Verstappen, pelo ritmo e pela perfeição projetada pela Red Bull desde a chegada do então jovem, em 2016, parece contar as voltas e as bandeiras quadriculadas para ser tricampeão. Fazendo até mesmo Fernando Alonso vibrar com um complemento de pódio como se fosse uma vitória.
Ritmo ditado nos boxes
Falando na Aston Martin, a diferença no resultado tende a ser um tema que dará no que falar no time de Lawrence Stroll. Com Alonso fechando todas as etapas pelo menos no quarto lugar, buscando a consolidação no terceiro lugar do Mundial de Pilotos, o filho do dono, Lance, terminou apenas no 12º lugar, a 38 segundos do parceiro de time e sem somar pontos, estando 48 unidades atrás do espanhol. Tema a ser resolvido em casa, o pai pode castigar o filho com a perda do cockpit caso as diferença não diminua.
Um caso similar acontece na Alpine, onde Pierre Gasly se adaptou melhor ao carro, à diferença de Esteban Ocon, que já estava na equipe. Se bem o carro francês não é tão potente quanto em 2022, o ex-Alpha Tauri tem levado a melhor em quatro etapas contra uma do companheiro, caindo apenas na Arábia Saudita. Em Miami, Ocon chegou a estar em quarto, usando a mesma estratégia de Verstappen, mas fechou a etapa atrás do compatriota.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima