Considerado um dos veículos de comunicação de maior prestígio do mundo, o The New York Times saiu em defesa do atacante Vini Jr. após mais um ataque racista sofrido em uma partida entre o Real Madrid e o Valencia, no último domingo (21/5). O jornal afirmou que, “se Vinicius decidir deixar o Madrid devido ao abuso racista regular que sofre e à falta de apoio que recebe, o futebol espanhol perderá seu talento mais brilhante e só ele (futebol espanhol) será 100% responsável”.
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A declaração faz parte de uma matéria especial publicada no site da empresa focado em esportes, o The Athletic, e retuitado pela conta oficial do jornal no Twitter, com 55 milhões de seguidores, com a afirmação em destaque. O texto revela, ainda, que Vini Jr. passou a ter dúvidas sobre o futuro no Real Madrid e na Espanha após a inação de autoridades sobre o ocorrido.
O jornal procurou a assessoria de Vini Jr para saber se o atleta considera uma possível saída do clube. “Fontes de sua comitiva, que pediram para não serem identificadas para proteger sua posição, responderam: ‘Sim. Quando você tem que lutar sozinho…’ Outra fonte foi ainda mais categórica: ‘Até hoje, não havia chance. A partir de hoje, sim.’”, revela um trecho da reportagem.
Para Mario Cortegana e Dermot Corrigan, que assinam a matéria, a saída de Vini Jr. seria devastadora para o futebol espanhol. “Seria um grande golpe para o clube Bernabéu. Seria uma grande decepção para a liga, seria uma pena para a sociedade espanhola”, pontuam.
Os autores afirmam, ainda, que a saída não deverá ser creditada a Vinicius, “já que há dois anos que sofre quase sozinho, porque como ele mesmo disse, domingo à noite, ‘não foi a primeira vez, nem a segunda, nem a terceira’”.
Polícia espanhola prendeu sete homens envolvidos nos ataques
Dois dias após o último ataque racista sofrido pelo atacante do Real Madrid Vinicius Jr., durante um jogo no domingo (21/5), a Polícia Nacional, da Espanha, anunciou a prisão de sete pessoas por crime de ódio direcionado ao brasileiro, ocorrida nesta terça-feira (23/5).
De acordo com a corporação, quatro delas estão envolvidas com o enforcamento de um boneco com a camiseta do atleta em uma ponte de Madrid, em janeiro, e as outras três dispararam as ofensas ouvidas no estádio no último domingo. Todos são homens de origem espanhola. Saiba mais aqui.
Ofensa racista do último domingo colocou o mundo do futebol em alerta
Aos 24 minutos do segundo tempo da partida deste domingo (21/5) contra o Valencia, o atacante foi interrompido em uma jogada em direção ao gol, com a invasão de uma segunda bola em campo. Vini e outros torcedores do Real Madrid reclamaram da interrupção e os torcedores do Valencia não gostaram da reclamação. Responderam chamando Vini Jr de “macaco”.
O brasileiro denunciou os ataques e a partida continuou paralisada por oito minutos. Os torcedores foram advertidos duas vezes, pelo sistema de som do estádio, que anunciou a paralisação da partida devido ao mau comportamento da torcida. Os avisos, porém, não foram levados em consideração, os ataques continuaram e Vini passou a discutir com os torcedores.
Quando o jogo retornou, Vini se envolveu em um embate com o goleiro Mamardashvili, do Valencia, e foi expulso após o VAR mostrar que o brasileiro atingiu o rosto do atleta. Após a expulsão, Vini Jr. usou as redes sociais para repreender a La Liga, responsável pelo Campeonato Espanhol, e apontar uma omissão da entidade.
“Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo,” declarou o jogador.
Na mensagem, o brasileiro também deixou em aberto uma possível saída da Espanha. “Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui.”
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