RACISMO

Valencia expulsará "para sempre" torcedores que ofenderam Vini Jr.

De acordo com o clube, a polícia já conseguiu identificar um dos ofensores e segue em busca de outros

Talita de Souza
postado em 22/05/2023 11:18
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Os torcedores do Valencia, que proferiram ataques racistas contra o jogador brasileiro do Real Madrid Vini Jr. serão banidos “por toda a vida” do estádio do time, foi o que garantiu a direção do clube em um comunicado oficial, publicado nesta segunda-feira (22/5). O episódio preconceituoso ocorreu neste domingo (21/5), durante a partida pela La Liga.

“O Valencia já abriu um processo disciplinar e vai aplicar a máxima severidade contra os adeptos envolvidos, expulsando-os do estádio para sempre; e colabora com a Polícia e as autoridades competentes para esclarecer o ocorrido,” afirma o clube em nota.

No comunicado, o clube também diz condenar “veementemente” o comportamento dos torcedores e afirmou que o comportamento não faz parte dos valores do time, que tem “compromisso permanente contra o racismo e a violência em todas as suas formas”.

De acordo com o Valencia, a polícia já identificou um torcedor que ofendeu o brasileiro e que a corporação e o clube seguem “trabalhando de uma maneira coordenada para confirmar a identidade de outros possíveis implicados”.

O comunicado ainda traz a promessa de que o caso de Vini Jr. será conduzido “com a mesma contundência” do ataque feito por um torcedor em 2019, contra torcedores do Arsenal. O homem, segundo o clube, fez gestos e saudações fascistas ao público do adversário.

“O Clube condena veementemente este tipo de comportamento, que não tem lugar no futebol e na sociedade e que não corresponde aos valores do Valencia CF e à sua paixão”, acrescenta o Valencia.

Mais cedo nesta segunda-feira (22/5), o clube de Vini Jr., o Real Madrid, se pronunciou sobre o ocorrido. A entidade afirmou que denunciou os ataques racistas sofridos pelo brasileiros ao Ministério Público espanhol.

Entenda o caso

Aos 24 minutos do segundo tempo da partida, deste domingo (21/5), contra o Valencia, o atacante foi interrompido em uma jogada em direção ao gol, com a invasão de uma segunda bola em campo. Vini e outros torcedores do Real Madrid reclamaram da interrupção e os torcedores do Valencia não gostaram da reclamação. Responderam chamando Vini Jr de “macaco”.

O brasileiro denunciou os ataques e a partida continuou paralisada por oito minutos. Os torcedores foram advertidos duas vezes, pelo sistema de som do estádio, que anunciou a paralisação da partida devido ao mau comportamento da torcida. Os avisos, porém, não foram levados em consideração, os ataques continuaram e Vini passou a discutir com os torcedores.

Quando o jogo retornou, Vini se envolveu em um embate com o goleiro Mamardashvili, do Valencia, e foi expulso após o VAR mostrar que o brasileiro atingiu o rosto do atleta. Após a expulsão, Vini Jr. usou as redes sociais para repreender a La Liga, responsável pelo Campeonato Espanhol, e apontar uma omissão da entidade.

“Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo,” declarou o jogador.

Na mensagem, o brasileiro também deixou em aberto uma possível saída da Espanha. “Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui.” A fala de Vini Jr não foi bem recebida pelo presidente da La Liga, Javier Tebas Medrano, que não demonstrou solidariedade ao jogador e afirmou que o brasileiro criticou e insultou a entidade.

“Já que aqueles que deveriam não te explicam o que é e o que a La Liga pode fazer em casos de racismo, tentamos te explicar, mas você não apareceu em nenhuma das duas datas combinadas que você mesmo solicitou. Antes de criticar e insultar La Liga, é preciso que você se informe bem, Vini Jr. . Não se deixe manipular e certifique-se de compreender plenamente as competências de cada um e o trabalho que temos feito juntos,” escreveu Tebas nas redes sociais.

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