Campeonato Brasileiro

Goiás bota fogo no Brasileirão e mexe nas duas pontas da classificação

Goiás vira contra o Botafogo, quebra invencibilidade do líder, impede recorde do time carioca, avança para o 15º lugar e aterroriza a vida de dois gigantes: Corinthians entra no Z-4 e Vasco escapa por um triz

Marcos Paulo Lima
postado em 15/05/2023 03:55
 (crédito:  Isabela Azine/AGIF/Estadáo Conteúdo)
(crédito: Isabela Azine/AGIF/Estadáo Conteúdo)

Quando se diz que o Campeonato Brasileiro costuma desafiar a lógica, você pode usar a partida de ontem à noite, na Serrinha, como argumento. O Goiás havia perdido para o Palmeiras por 5 x 0 na quarta rodada. Na quinta, foi superado por 2 x 0 pelo Flamengo. Embora fosse anfitrião, em Goiânia, contra um Botafogo líder ostentando 100% de aproveitamento, era, sim, considerado azarão. Apesar do placar de 7 x 0 nas últimas duas exibições, o alviverde virou o jogo contra o Glorioso e bagunçou a classificação.

Beneficiado pelo empate do Palmeiras no sábado, o Botafogo pisou no gramado com a chance de abrir quatro pontos na liderança e estabelecer o recorde de seis triunfos consecutivos nas seis rodadas iniciais na era dos pontos corridos. Ficou perto disso quando Tiquinho, artilheiro isolado da Série A com seis gols, converteu o pênalti sinalizado pela Arbitragem de Vídeo.

Sob o comando do interino Émerson Ávila desde a demissão de Guto Ferreira, o Goiás não se intimidou e quebrou a invencibilidade alvinegra com gols de dois defensores: o lateral-direito Maguinho e o zagueiro Bruno Melo bugaram a planilha da elite depois de seis rodadas. Freada, a trupe de Luis Castro segue líder, mas com apenas um pontinho de vantagem em relação ao Palmeiras. Fluminense e Cruzeiro têm 12, respectivamente, e ameaçam o primeiro colocado.

O Goiás também aprontou na parte inferior da classificação. Ao saltar para o 15º lugar, o esmeraldino causou arrepios em dois gigantes da Série A. O Corinthians arrancou empate por 1 x 1 com o São Paulo, na Neo Química Arena, mas entrou na zona do rebaixamento justamente por causa da surpreendente derrota do Botafogo. Derrotado pelo Santos, em São Januário, o Vasco está à beira do penhasco, em 16º lugar. Na sétima volta da corrida pelo título, o Timão terá pela frente o Flamengo, no Rio; e o Vasco visitará o São Paulo, no Morumbi.

Equilibrado como de costume depois da partida, o técnico do Botafogo, Luis Castro, não fez terra arrasada ao avaliar a perda da invencibilidade. "Nós não buscamos criação do meio campo. Tivemos que fazer algumas alterações e todos eles (jogadores) mostraram grande intensidade. Queríamos resolver a partida na primeira parte. Fomos uma equipe ofensiva e um meio campo que chegou à frente. Uma derrota que não imaginamos que poderíamos ter em função do que fizemos em campo", comentou o português. "A maior dificuldade foi conter os ataques rápidos do Goiás. Nossa equipe procurou o gol. Não queríamos abdicar disso", acrescentou.

Além de vencer e tumultuar o campeonato, o Goiás fez um gol de placar ao usar uniforme em homenagem ao Dia das Mães e engajamento para a conscientização da causa de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). A camisa brinca exibia as cores que compõem o quebra-cabeça. A imagem simboliza a causa autista.

Copos e homofobia

A sexta rodada termina com pelo menos duas polêmicas que podem afetar Goiás e Corinthians. Na comemoração do gol do Botafogo, o centroavante Tiquinho Soares foi atingido por uma chuva de copos vindos da arquibancadas. Um jogador torcedor ameaçou invadir o campo, mas foi detido. Se o Superior Tribunal de Justiça Desportiva agir com rigor, há risco de perda de mando de campo.

Empurrado para o Z-4, o Corinthians pode entrar na mira da CBF e do STJD. A partida contra o São Paulo foi paralisada pela arbitragem por causa de gritos homofóbicos direcionados ao São Paulo. Em fevereiro deste ano, o presidente Ednaldo Rodigues lançou um programa de combate ao à LGBTfobia e ao racismo. O Regulamento Geral das Competições estabelece quatro níveis de punição: advertência, multa de até R$ 500 mil, com o valor a ser revertido em prol de causas sociais, impedimento de registro e transferências de atletas e perda de pontos.

Na partida de ontem, o árbitro interrompeu o jogo por dois minutos. O telão da Neo Química Arena advertiu os torcedores. O duelo foi reiniciado, mas mesmo as provocações não cessaram durante o segundo tempo.

 


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