Em verdadeiro clima de decisão, o Manchester City foi preciso e simples na vitória por 4 x 1 sobre o Arsenal, nesta quarta-feira (26/4), pela 33ª rodada da Premier League, no Etihad Stadium. O triunfo deixa a liderança a cargo do jogo pendente pela 28ª rodada, na próxima quarta-feira (3/5), também em casa, diante do West Ham.
Os visitantes foram presa fácil pela inconsistência defensiva e pela pouca resistência oferecida a um time crescente e criativo. O destaque do jogo, para além do dia artilheiro, com dois gols, foi Kevin De Bruyne, efetivo quando acionado no ataque, em um grande acerto técnico. Os times têm confrontos difíceis no fim de semana, ambos na capital inglesa: os Gunners têm dérbi londrino em casa, contra o Chelsea, e os Citizens visitam o Fulham em Craven Cottage.
O jogo
O City buscou deixar o Arsenal contra as cordas, sob forte pressão, desde o primeiro instante. Já aos dois minutos, o goleiro Aaron Ramsdale permitiu o rebote de Kevin De Bruyne, que fez falta em Thomas Partey. na oportunidade seguinte, após os londrinos buscarem a saída do próprio campo, Erling Haaland acionou o volante belga, que ganhou em velocidade contra Gabriel Magalhães e testou de fora da área para abrir o marcador aos seis.
Apesar da vantagem, o time de Pep Guardiola seguia adiante, tornando o jogo rival ineficaz pela alta e precisa marcação até os 20 minutos, sem pressa com a posse da bola pelo placar favorável. Os Gunners, porém, passaram a tomar o campo de ataque, ainda que sem perigo, abrindo leves brechas aos Citizens.
Bastante acionado nas contra-cargas, De Bruyne parou em Ben White dentro da área, aos 25, falhando ao tentar passe para Haaland no rebote. O norueguês teve sua chance dois minutos depois, parando no goleiro Ramsdale mesmo após passar por dois marcadores, em um milagre operado pelo defensor, que rechaçou um novo chute cruzado do centroavante, aos 31.
A primeira chegada de risco dos visitantes ocorreu apenas aos 34, em chute colocado de Partey, desde a meia-lua da área, sem tanto assustar o guarda-metas Ederson. No minuto seguinte, Haaland recebeu a bola em um contra-ataque de três contra três, tirando do marcador e perdendo, por centímetros, a ampliação do placar.
Na parte final da primeira etapa, os mandantes voltaram a aplicar a pressão territorial. Mais uma vez, Haaland parou em Ramsdale após boa triangulação pela esquerda e rápida chegada na área, para um corte em dois toques do goleiro, aos 40. Em bola parada, aos 45, De Bruyne cruzou da direita para a segunda trave, onde John Stones cabeceou com perfeição para colocar o 2 x 0, confirmado após a análise do VAR, com o zagueiro habilitado milimetricamente.
Apesar da diferença no placar, Mikel Arteta manteve o 11 inicial e seguiu a sofrer pressão no começo da etapa complementar. Com bola, os londrinos não pisavam a intermediária de ataque. Kevin De Bruyne, então, foi fatal, em mais uma chance de contra-ataque, após receber mais um passe de Haaland, aos oito minutos.
Com um placar estabelecido, o Arsenal tentou sair ao ataque, mas sem a mesma efetividade. O acerto ofensivo era nulo contra o meio-campo bem postado e carregado, que fazia a zaga ter pouco incômodo. Dos brasileiros em campo, apenas o goleiro dos Citizens, Ederson saiu feliz, além de limpo, por não ter sido exigido durante o jogo. O bom estado físico dos mandantes fez Pep Guardiola mexer no time apenas aos 25 minutos.
Na reta final da partida, o City transformou o evento em um treino de luxo, ao melhor estilo desta equipe em sua plena e melhor forma na temporada. O domínio foi similar à chave de quartas de final da Liga dos Campeões, ao superar o Bayern de Munique com autoridade. Por outro lado, os visitantes mostraram a queda recente na rara oportunidade aos 34, com finalização por cima do gol feita por Bukayo Saka, em cobrança de falta.
Com mudanças nos minutos finais, os visitantes ensaiaram uma pressão e reduziram o marcador aos 41, em chute de Rob Holding dentro da área, indefensável para Ederson pelo campo de visão encoberto. Antes do apito final, o goleador Haaland ainda teve tempo de deixar sua marca, após erro na saída de bola. Com pouco tempo a lamentar, os Gunners têm de somar pontos com relativa urgência para parar o time com o futebol mais vistoso do Velho Continente, caso queira romper com a longa seca de 19 anos sem título.
Ficha técnica:
PREMIER LEAGUE
33ª Rodada
Manchester City 4 x 1 Arsenal
Etihad Stadium, Manchester, Inglaterra
Manchester City
Ederson; Akanji, Rúben Dias e Walker; Stones, Rodri, Bernardo Silva, Gundogan (Mahrez), De Bruyne (Álvarez) e Grealish (Foden); Haaland
Técnico: Pep Guardiola
Arsenal
Ramsdale; White, Holding, Gabriel Magalhães e Zinchenko; Partey, Xhaka (Jorginho) e Odegaard (Rowe); Saka (Nelson), Gabriel Martinelli (Trossard) e Gabriel Jesus (Nketiah)
Técnico: Mikel Arteta
Gols: De Bruyne, aos seis minutos do 1º tempo e aos oito minutos do 2º tempo, Stones, aos 45 minutos do 1º tempo, e Haaland, aos 49 minutos do 2º tempo (Manchester City)
Cartões amarelos: Rúben Dias, Grealish e Rodri (Manchester City); Partey (Arsenal)
Arbitragem: Michael Oliver
* Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima