Jornal Correio Braziliense

Liga dos Campeões

City e Inter fecham os classificados às semifinais da Champions League

Em duelos repletos de intensidade, ingleses e italianos chegam à última instância antes da decisão; confira as chaves de semifinais

A emocionante edição 2022/2023 da Liga dos Campeões da Europa já tem seus semifinalistas. Ambos vencedores das partidas de ida das quartas de final, Manchester City e Inter de Milão suportaram a pressão frente a Bayern de Munique e Benfica, respectivamente, para seguir na competição, em jogos realizados nesta quarta-feira (19/4).

Com os classificados definidos, as semifinais formarão com um Real Madrid x City para tirar o fôlego, entre dois dos melhores times do continente. Do outro lado, a Internazionale encara o Milan, reeditando a semifinal da temporada 2002/2003, com a chance de revanche dos interistas sobre o arquirrival, campeão daquela temporada.

City duro de roer

Após bater o último invicto da competição na ida, os comandados de Pep Guardiola mantiveram a forma na Allianz Arena, empatando em 1 x 1. Com uma clara proposta de congestionar o meio-campo, vide a escalação, o City se viu barrado diante de uma pressão alta dos alemães, replicada quando os mandantes tinham a posse de bola, em um cenário semelhante ao visto na semana passada, em Manchester. Aos poucos, a proposta inglesa se consolidou e os bávaros não levavam perigo, assim como os próprios visitantes.

A fim do jogo, Leroy Sané foi o primeiro a ter uma ocasião clara de gol, em um contra-ataque quase mortal, não fosse pela finalização ao lado da meta, cara a cara com o goleiro Ederson, aos 16 minutos. No minuto seguinte, foi a vez dos Citizens, com Erling Haaland quase chegando à meta, até ser derrubado por Dayot Upamecano: o árbitro Clément Turpin apresentou o cartão vermelho ao zagueiro, mas retirou o mesmo em seguida, após a marcação de impedimento.

Sané cobrou falta aos 20, assustando e exigindo ação de Ederson: o Bayern queria dominar o jogo. Em nova chegada, aos 23, uma boa dinâmica terminou em um chute frustrado de Leon Goretzka, em um momento onde o gol era fundamental para desconstruir a goleada no agregado. Em chegadas esporádicas do adversário, era missão dos britânicos resistir de forma intacta até, pelo menos, o intervalo.

Aos 34, a concretização da classificação quase veio dos pés de Haaland, que teve pênalti para cobrar. No lance, Ilkay Gundogan chutou à meta e o árbitro viu toque de mão de Upamecano, mostrando o cartão amarelo ao francês. Na cobrança, o norueguês desperdiçou e manteve a chama germânica acesa: aos 41, Kingsley Coman testou e parou no goleiro brasileiro, na única chance à meta antes do intervalo.

Na etapa complementar, o City continuou permitindo uma chegada reduzida à sua área e quase abriu o placar, em chance de Haaland cara a cara com Yann Sommer, aos nove minutos, má concluída pela velocidade da bola. Aos 11, foi a vez de mandar para a rede, após receber em contra-ataque e deixar Upamecano no chão, finalizando de forma fulminante em seu 12º gol na competição. Antes do tento, Ederson tinha salvo mais um chute de Coman.

Com a chave definida, o jogo foi levado com a mesma criatividade, mas com uma redução de intensidade abrupta pelo placar estabelecido pelos ingleses. A partir de então, ambos treinadores utilizaram táticas e ajustes com os suplentes, levando o restante do jogo como amistoso de luxo, no que, ao final, renderia mais uma classificação dos Citizens às semifinais.

Isto sem antes os alemães também terem um pênalti a favor, confirmado aos 36 minutos, após toque de mão de Manuel Akanji, para conversão de Joshua Kimmich, ao centro da meta. Também, antes do apito final, o técnico Thomas Tuchel foi expulso após reclamar de falta de Aymeric Laporte em Coman, recebendo o segundo amarelo. 

Derby à vista!

Conhecido cenário de momentos históricos da Champions, o Estádio Giuseppe Meazza presenciou a volta da Inter à instância de semifinais. Após o 3 x 3, o local sagrado no bairro de San Siro receberá o clássico da cidade nas duas chaves decisivas, com apenas um dos lados seguindo a Istambul.

Em um jogo com intensidade forte a exemplo da ida, a velocidade tomava conta das tentativas de surpresa de lado a lado. A Inter tratou de se defender de forma encaixada para evitar que mesmo os passes longos dos benfiquistas fossem perigosos. Com a inteligência, no primeiro contra-ataque do jogo, os mandantes saíram na frente, em uma finalização espetacular de Nicolò Barella, aos 11 minutos.

Conscientes do desespero e da necessidade portuguesa de marcar, os milaneses tomaram a inesperada atitude de neutralizar o jogo rival mais adiante, no meio do campo. A ação deu mais chances de ataque aos italianos e tirou os lisboetas da partida, confusos pela falta de opções para furar a defesa dos nerazzurri, assustando-os apenas à meia-hora de jogo, em falta batida por Alex Grimaldo e defendida por Andre Onana, em dois tempos.

Porém, quando menos os mandantes esperavam, veio o gol: aos 37, após uma boa trama para tirar os defensores de seus lugares, a bola foi cruzada de Rafa Silva para Fredrik Aursnes que, em um toque de cabeça indefensável, igualou o placar. A partir de então, os lusos tiveram a bola e buscaram infiltrar mais uma vez: uma missão quase impossível sendo adversário da Inter, que ficaria para o segundo tempo.

Os 45 minutos finais começaram com uma chance perdida de Lautaro Martínez ao primeiro minuto, chutando de fora da área. Apesar disso, a iniciativa dos Encarnados seguiu com força, como em um pênalti reclamado aos sete minutos, de Martínez em João Mário, mas sem ser marcado pela arbitragem. O argentino faria o Giuseppe Meazza explodir aos 20, após rebater um cruzamento forte de Federico Dimarco.

Apenas após o gol, o técnico interista Simone Inzaghi fez alterações no atacado, para conservar a equipe em meio aos três gols de vantagem e a classificação consolidada. Ainda houve espaço para o golaço de Joaquín Correa, um dos suplentes, na marca de 32 minutos, após um corte na marcação e finalização contra a trave esquerda do goleiro Odysseas Vlachodimos. Se tudo acabou em pizza em Milão, esta teve sabor fugazzeta, tradicional na Argentina.

Vencido, mas não entregue, o Benfica ainda reduziu a desvantagem aos 40, em desvio de António Silva após cruzamento de Grimaldo, em cobrança de falta. No último instante, Petar Musa teve uma bola sobrada na marca do pênalti e empatou o jogo. O ato finalizou uma atuação digna, com potencial comprovado de um competente time português.

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima