Mais de cinco mil pontos na carreira, oito títulos pelo Brasília Basquete, confundindo-se com a história do clube: não à toa coroado como “rei da cidade”, Arthur fez de Brasília sua casa do presente e do futuro. Aposentado das quadras ao fim da temporada 2022/2023, o eterno ala e camisa 4 do time candango tem tempo para organizar a base sucessória no trono do basquete brasiliense.
Antes mesmo de deixar definitivamente as quadras, o projeto pessoal já tinha traços para arrancar como mais um pilar do crescimento do esporte e das categorias de base do Distrito Federal. Ao Correio, o ex-jogador fala dos próximos passos no novo plano e da vida dentro do esporte, agora à beira das quatro linhas, com a escola AR4, que conta com a licença oficial da liga norte-americana de basquete, a NBA.
“Sempre gostei de crianças e como o basquete está na minha vida há muito tempo. Sempre quis ter uma escola de basquete, mas pelo excesso de viagens e jogos não dava para conciliar. Com a parceria do Colégio Rogacionista no Guará II, onde estudei o segundo grau, conseguimos tirar do papel esse sonho e montamos a primeira turma. Hoje é uma escola consolidada, onde atendemos mais de 150 alunos em Brasília, distribuídos em quatro unidades, formando não só atletas, mas grandes cidadãos”, explica a iniciativa.
Sobre a expectativa por um próximo Arthur Belchior, a prioridade do próprio referente é o desenvolvimento do caráter individual. “O grande objetivo da AR4 é formar grandes pessoas através do basquete. Claro que se surgir atletas profissionais, será muito gratificante, mas a AR4 abrange uma ideia maior que apenas surgirem novos atletas profissionais de basquete”, determina.
Apesar da recente aposentadoria, o atleta lidou com uma pressão familiar para seguir em quadra. “Eles queriam, mas entenderam também que um ciclo estava se encerrando para começar um outro: terei mais tempo agora pra ficar com a família e principalmente viajar com todos. O Arthur jogador sempre foi um cara muito trabalhador e obstinado pelo processo de sempre evoluir, competidor e acima de tudo um atleta que se dedicou de corpo e alma ao basquete”, declara, satisfeito com a proporção da carreira.
Sobre a boa e crescente fase nas categorias inferiores, o cenário é agradável desde a ótica de um dos maiores nomes do esporte da cidade. “A base de Brasília melhorou bastante nesses últimos anos, muito pelo grande trabalho realizado por federação, escolas, ligas, projetos sociais e os mais importantes professores, pois eles que são linha de frente com nossos atletas. Tenho certeza que é um processo que está começando e a tendência é melhorar cada vez mais, tendo cada vez mais crianças e adolescentes, meninas e meninos e com uma organização e nível cada ano melhor”, almeja.
Porém, a queda recente no nível profissional gera uma dupla realidade entre o presente e o passado, com o abandono dos times da cidade desde o fator econômico. “O esporte em geral precisa de patrocínios fortes e empresas que caminhem lado a lado com o time. Sem patrocínio forte, fica muito difícil competir com as grandes equipes. Na época que fomos campeões, nosso time era um dos que mais investia no basquete no Brasil e hoje a realidade não é essa: precisamos, então, que os patrocinadores voltem a investir no basquete de Brasília”, descreve Arthur.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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