CAMPEONATO DO DISTRITO FEDERAL

Real Brasília vence Brasiliense e conquista título inédito do Candangão

Leão do Planalto quebra dinastia do Jacaré com vitória por 1 x 0 no tempo regulamentar, empate por 3 x 3 no placar agregado e triunfo por 2 x 1 nos pênaltis. Matheus Jesus faz gol da vitória e goleiro Wendell vira muralha em jogo histórico na Vila Planalto

Correio Braziliense
postado em 15/04/2023 17:44 / atualizado em 15/04/2023 18:11
Mateus Jesus comemora o gol da vitória do Real Brasília neste sábado, no Defelê -  (crédito: Júlio César Silva/Real Brasília)
Mateus Jesus comemora o gol da vitória do Real Brasília neste sábado, no Defelê - (crédito: Júlio César Silva/Real Brasília)

O Campeonato do Distrito Federal tem um campeão inédito. Fundado em 2016 como Real Brasília, o ex-Dom Pedro derrotou o Brasiliense nos pênaltis na tarde deste sábado no Defelê, na Vila Planalto, e alcançou o topo na elite do Candangão pela primeira vez. Derrotado por 3 x 2 na partida de ida no Serejão, em Taguatinga, o Leão do Planalto fez o suficiente para igualar o placar em 3 x 3 no agregado e forçar a disputa por pênaltis.

A decisão virou um duelo à parte entre os goleiros Wendell e Edmar Sucuri, mas também um festival de incompetência da maioria dos cobradores. O baixo escore deixa claro. No fim, o Real Brasília fez 2 x 1 e levou não somente a taça, mas o prêmio de R$ 1 milhão depositado na conta do campeão — o segundo maior PIX entre os 27 torneios domésticos do país, atrás apenas dos R$ 5 milhões do Paulistão depositados na conta do bicampeão Palmeiras.

“O sentimento é de gratidão. Fiquei à vontade para trabalhar com esses jovens promissores desde o início. Perdemos o primeiro jogo por 3 x 2, mas a decisão estava aberta. Agradeço a Deus pelo título”, afirmou o treinador Gerson Ramos à TV Distrital. Ele chegou a se dividir entre os times masculino e feminino durante a disputa do Candangão. Herói nos pênaltis, o goleiro Wendell estava emocionado. “Esse título é fruto de muita dedicação”, celebrou.

O título é uma recompensa ao time de melhor campanha no Candangão. O Real Brasília terminou em primeiro lugar na fase classificatória. Premia, também, um clube da cidade que faz do futebol feminino o seu carro-chefe. A equipe candanga está na Série A1 e disputou as quartas de final no ano passado. Hegemônico no torneio das mulheres, o clube agora quebra a dinastia do então bicampeão Brasiliense. Se conquistasse o título, o Jacaré ficaria a uma taça do recordista Gama. Eliminado na primeira fase, o alviverde mantém 13 x 11.

O Real Brasília se agiganta um ano depois de cair para a segunda divisão. O clube foi um dos prejudicados pelo Candangate, o escândalo da manipulação de resultados denunciado pelo Correio Braziliense em 2021. Vice-campeão da Série B local no ano passado, retornou à elite com autoridade para conquistar o troféu inédito. Em tarde histórica, o acanhado, mas aconchegante estádio da Vila Planalto reviveu a decisão de 1968, quando o Defelê ergueu a taça no mesmo endereço na decisão contra o Rabelo.

O primeiro tempo foi modorrento. Em vantagem, o Brasiliense deixou a posse de bola com o Real Brasiliense e ficou posicionado no campo de defesa à espera do contra-ataque. Anfitrião, o Leão do Planalto tocava a bola em busca de espaço, mas não encontrava. Posicionado no 5-4-1, o Jacaré fechava, principalmente, os corredores do campo.

O técnico Roberto Cavalo manteve a proposta na etapa final e permitia que o Real crescesse em busca do gol. A tentativa mais aguda demandou a intervenção do VAR para checar se a bola havia ultrapassado totalmente a fronteira do gol defendido por Edmar Sucuri. Os operadores da tecnologia entenderam que não e mandaram a partida seguir.

O susto tirou o Brasiliense da zona de conforto, O time saiu de trás e passou a incomodar o Real. O Jacaré teve pelo menos três chances consecutivas para abrir o placar, porém a defesa do Real Brasília se defendeu heroicamente. O goleiro Wendell operou milagre.

Ao agredir, o Brasiliense se abriu e passou a ceder espaços para o Real. No entanto, ironicamente, o gol da partida teve origem em uma falha na saída de bola da defesa do Brasiliense. A trapalhada começa na reposição de Edmar Sucuri e na displicência no setor esquerdo da defesa. Atento, Mateus Jesus roubou a bola, invadiu a área e tocou na saída do vilão Sucuri para abrir o placar.

O jogo ficou mais aberto depois do gol do Real. O Brasiliense tentou ser mais agressivo, se expôs ao segundo gol do Real, mas o empate por 3 x 3 no placar agregado levou a decisão do título para as cobranças de pênaltis no Defelê. Brilhou a estrela do goleiro Wendell no triunfo por 2 x 1 do Real Brasília depois de um festival de cobranças desperdiçadas.

 

FICHA TÉCNICA

REAL BRASÍLIA 1 (2)
Wendell; Caio Mendes, Felipe Mendes, Hyago e Gabriel Lima; Thiago Ulisses, Lucas Souza, Igor Feijão (Bruninho) e Uanderson (Marcos Paulo); Juan Azevedo e Guilherme (Mateus Jesus)
Técnico: Gerson Ramos

BRASILIENSE 0 (1)
Edmar Sucuri; Andrezinho, Igor, Gabriel e Aloísio (Goduxo); Aldo, Tarta e Zotti; Luquinhas, Tobinha e Yuri Mamute (Hernane Brocador)
Técnico: Roberto Cavalo

Estádio: Defelê (Vila Planalto)
Gol: Mateus Jesus, aos 34 minutos do segundo tempo
Público: 987 pagantes
Renda: não informada
Árbitro: Rafael Diniz


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