Campeonato Brasileiro por pontos corridos é como série no streaming. No início dá uma preguiça danada saber a quantidade de episódios. Quando a maratona começa, vira vício! Ainda mais se ninguém dá spoiler aos ansiosos. A 67ª temporada da Série A — desde 1959 nas contas da CBF — entra no ar de amanhã até 3 de dezembro com um elenco quase completo de campeões, inovações e ensaio atrapalhado para uma revolução a partir de 2025.
Sejam bem-vindos, por exemplo, à era das casas de apostas. Dos 20 clubes candidatos ao título, 19 estampam, pelo menos, um desses sites on-line na camisa, seja como patrocinador máster ou não. A exceção é o Cuiabá. À espera de regulamentação do governo federal, marcas nacionais e internacionais são cada vez mais visíveis dentro do gramado nas placas de publicidade.
O Brasileirão está imerso na Era SAF. As sociedades anônimas do futebol desafiam o baião de quatro da elite. Nos últimos oito anos, apenas quatro times diferentes conquistaram o título: Palmeiras (2016, 2018 e 2022), Flamengo (2019 e 2020), Corinthians (2015 e 2017) e Atlético-MG (2021). Quatro times apostam nos investimentos de mecenas ou nos grupos econômicos para estabelecer uma nova ordem: Botafogo, Cruzeiro, Cuiabá e Vasco.
A corrida insana pelo título em 232 dias contará com 15 dos 17 campeões na elite. As exceções são Sport e Guarani. Ambos seguem alojados na Série B. No ano passado, seis detentores de título na primeira divisão estavam atolados na segundona. Vasco, Cruzeiro e Grêmio e Bahia estão de volta. Doze taças a mais.
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A caminho de se desvincular da CBF e ter administração própria dos clubes a partir de 2025, o Brasileirão deste ano é o trailer de uma "Liga das Estrelas". Rivais com as camisas do Real Madrid e do Barcelona, Marcelo e Luis Suárez, agora, vestem as camisas do Fluminense e do Grêmio.
A contratação do uruguaio confirma a tendência de desembarque de mais estrangeiros na Série A nos próximos anos. Motivo: a CBF autorizou o aumento da escalação de cinco para sete jogadores importados ao mesmo tempo. Não havia upgrade nessa regra desde a edição de 2013.
Por falar em inovação, a principal delas é o combate ao racismo nos estádios. A partir desta edição, times podem ser punidos com multa de até R$ 500 mil, perda de mando de campo ou jogo com portões fechados. Ainda há o caso de perda de pontos — a mais severa das penas.
Outra novidade é a pausa do Brasileirão nas Datas Fifa. O calendário deste ano tenta evitar a realização de duelos simultâneos aos das partidas oficiais e amistosas das seleções. Além dos técnicos dos clubes, o novo comandante da Seleção agradece.
O apito também tem novidades. Áudio e vídeo do VAR serão exibidos ao vivo no telão do estádio. Haverá redução no número de atletas no aquecimento, restrito a seis jogadores. Os juízes agirão com mais rigor contra reclamações na checagem do vídeo. Assim como na Copa do Mundo do Catar, o tempo de acréscimo será maior. Em lance de impedimento com linhas sobrepostas, o gol será validado.
A regra do Brasileirão é clara. É campeão quem cruzar a linha de chegada com mais pontos em 3 de dezembro. Apesar da tentativa de reduzir o número de rebaixados de quatro para dois, os 20 clubes da Série B bateram o pé. A segunda divisão largará hoje com 20 clubes e promoverá quatro à elite. A Série C iniciará em 3 de maio. A D, com Brasiliense e Ceilândia entre os 64 clubes, começará três dias depois.
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