A diretora de Responsabilidade Social do Flamengo, Ângela Rollemberg Santana Landim Machado, foi indiciada por xenofobia contra nordestinos por publicações feitas nas redes sociais logo após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022. O indiciamento foi feito na última quarta-feira (5/4), pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio de Janeiro.
A informação foi confirmada pela delegada Rita Salim, responsável pelo caso, ao g1. Ângela é esposa do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, e abertamente apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chegando a fazer campanha para ele depois da vitória do clube de futebol na Libertadores 2022.
Depois da divulgação do resultados das eleições presidenciais, em que Lula venceu com 69,34% dos votos na região Nordeste, a mulher usou as redes sociais para atacar a população nordestina. "Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias”, escreveu a diretora do Flamengo na época. Na mesma mensagem, ela associou os nordestinos aos carrapatos, fazendo referência ao apelido que a oposição colocou nos eleitores de Bolsonaro. “Se o gado morrer, o carrapato passa fome", afirmou ela.
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"A publicação que caracterizou uma conduta preconceituosa e ofensiva contra todo povo nordestino ganhou repercussão negativa nas redes sociais e mídia [...] Ângela foi intimada e ouvida em sede policial, confirmando a realização da postagem em seu perfil da rede social e alegando que não foi a criadora da frase postada, mas apenas ‘repostou’, sem a intenção de desqualificar o povo nordestino”, detalhou a delegada Salim, titular da Decradi, ao g1.
Machado chegou a pedir desculpas nas redes sociais, que foram fechadas ao público logo em seguida. “Reconheço e respeito o processo democrático e o resultado das urnas. E torço para que o próximo governo tenha êxito pelo bem do nosso país, independente de qualquer ideologia. Peço desculpas também ao povo nordestino, aos sergipanos e a todos que, de alguma forma, feri com meus atos”, disse, na época, a diretora do Flamengo, que nasceu em Sergipe.
O Correio procurou a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) para comentar o caso, mas ainda não obteve resposta. O jornal também tentou entrar em contato com Ângela Machado, mas sem sucesso. Como alternativa, foi consultado a assessoria do Flamengo. Em caso de resposta, o texto será atualizado.
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