Não há outra forma de tratar a temporada 2023 da Fórmula 1 sem dizer que há um campeonato à parte para a Red Bull. O time austríaco comandou toda a força após o Grande Prêmio da Arábia Saudita, disputado no último domingo (19/3), na pista de rua de Jedá. A forma do time de Spielberg apresenta um espaço pouco propício para a reação de todo o pelotão.
Lewis Hamilton, da Mercedes, rendeu-se aos rivais e relatou nunca ter visto tanta velocidade em um composto. "Definitivamente nunca vi um carro tão rápido. Acho que quando nós (mercedistas) éramos rápidos, não éramos tão rápidos assim. Acho que é o mais rápido que eu já vi, especialmente em comparação ao resto", declara.
A afirmação do heptacampeão se resume aos números da tabela do mundial de construtores. Após um fim de semana perfeito, com dobradinha entre Sergio Pérez e Max Verstappen, os taurinos têm mais do que a soma das vice-líderes, Aston Martin e Ferrari: são assustadores 87 pontos contra 38 dos rivais em duas etapas. Apesar do triunfo do mexicano, o atual bicampeão do mundo saiu de 15º após problemas na classificação e ainda assim fechou a prova a cinco segundos do companheiro de equipe. Com a volta mais rápida (1:31.906), o holandês consolida a liderança do certame e se mostra forte, e sem tanta resistência, na caminhada para o tri.
A distância entre as formações se deveu ao abandono de Lance Stroll, prejudicando a Aston Martin e ajudando os carros sem pitstops na altura da 18ª volta. Os carros verdes ainda contariam com outra polêmica após o fim da corrida, após Fernando Alonso pagar penalização por estacionar o carro errado na posição de largada e pagar a mesma pena nos boxes de forma correta, mas contestada pela direção de prova, que tirou o centésimo pódio da carreira do espanhol, devolvendo-o horas depois.
Com o abandono do canadense e o polêmico safety car, a Ferrari, além de já ter parado, não contava com tanta força, além de ter um Charles Leclerc obrigado a sair do meio do pelotão mais uma vez após novo problema com a unidade de potência. Os italianos não deram o ar da graça em terras sauditas e foram superados, inclusive, pelas Flechas Negras da Mercedes. De segunda força, o time de Maranello figura como quarta potencial equipe da categoria: uma grande queda no espaço de duas semanas.
Na McLaren, não houve nada de novo neste fim de semana. Com isso, os carros laranjas seguiram a brigar no fundo do pelotão, sendo uma lástima no desperdício pilotos tão diferenciados como Lando Norris e Oscar Piastri. A quinta melhor equipe de 2022 ainda não somou nem um ponto e amarga a lanterna entre os construtores.
A próxima etapa da temporada abre o calendário na parte mais oriental do planeta. Após mais uma parada de uma semana, o Fórmula 1 volta entre os dias 31 de março e 2 de abril para o Melbourne Park, sede do Grande Prêmio da Austrália, com a segunda temporada no novo layout sem as chicanes finais do setor dois do traçado, bem como outras curvas de menor raio, para dar ainda mais velocidade à pista menos íngreme do ano.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima