O sonho de representar o Brasil em competições é um dos maiores objetivos de todos os atletas, a possibilidade de levar o país ao lugar mais alto do pódio, ganhar medalhas e participar de competições motiva ainda mais os jovens. A pequena Vitória Santos, 15 anos, tem o sonho de ser uma atleta mundial e representar o Brasil no karatê, mas existem diversos desafios para continuar competindo. Um dos principais: a falta de dinheiro.
A mãe de Vitória conta emocionada sobre a batalha para ganhar dinheiro e bancar as viagens para competir e tentar realizar o sonho da filha de ser uma atleta: “A gente enfrentou muitas dificuldades, porque eu já cheguei a ir para semáforo custear as competições, a hospedagem e a alimentação. Vendi salada de frutas, balinha, doce, essas coisas. Então, tivemos muita dificuldade. Teve uma vez que viajamos para Minas Gerais, e participar do campeonato brasileiro, e aí o dinheiro foi pouco, a gente passou um tempo sem comer sem falar nada pro sensei”, conta Iara Conceição, 49 anos.
Por conta do esporte, as duas já viajaram para alguns estados como: São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Goiânia. A mãe conta que essas participações são positivas para a carreira de Vitória: "Ir competir fora ajuda que ela pegue experiência nos campeonatos”.
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A força do esporte
Durante a infância, Vitória conta que foi vítima de bullying na escola e o esporte a ajudou a superar os momentos difíceis, além de auxiliar a concentração e os estudos. “Muita gente chegava e me batia, eu comecei a fazer o Karatê graças a minha mãe. Ela me inspirou por causa disso”.
Iara conta que por conta dos problemas na escola, uma amiga aconselhou a pratica do Karatê, o esposo concordou e elas foram juntas para uma aula experimental. Após esse primeiro contato, o sensei falou sobre uma competição e deu o ponta pé inicial na carreira de Vitória. “Eu falei 'ela só tem seis anos'. E o sensei falou assim 'não, mas ela vai participar de algo como se fosse um festival'. Eu concordei. Acabei nem indo, mandei ela e a minha outra filha mais velha”.
Iara conta que Vitória também tinha problemas de comportamento, mas depois que começou a praticar o esporte tudo mudou: “Ela era bem agressiva, então mudou bastante, no caráter dela, educação, ela já não fala mais que nem falava antigamente, notas boas no colégio, tudo foi ótimo". Vitória também completa: “O karatê também me ensinou a ter respeito em casa e a outras pessoas”.
Primeira competição: Copa Geraldo Coelho
Durante a competição, Vitória ganhou a primeira Copa Geraldo Coelho — e atualmente detém o posto de maior vitoriosa da disputa —. A jovem guarda as medalhas com carinho, mesmo em meio a tantos troféus e medalhas. A mãe, que não pode ir, viu os vídeos e se animou, junto ao esposo.
Um ano após a estreia nos tatames, Vitória quis parar com o esporte. A mãe então sentiu a necessidade aumentar o apoio a pequena e acabou entrando no karatê também.
A parceria impulsionou a relação com o esporte. Iara relembra a persistência de Vitória: “A senhora não vai sair. Se a senhora sair eu vou sair. Porque eu só estou no karatê pela senhora”. Então Iara continuou e hoje tem 6 títulos brasileiros, as duas hoje vão juntas para a academia, voltam juntas, viajam. Quando uma vai competir, a outra vai junto acompanhar.
As competições pelo Brasil não costumam ser baratas, a Federação Candanga de Karatê do Distrito Federal (FCK-DF), filiada à Confederação de Karatê do Brasil (CBK) que faz parte do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) consegue bancar uma parte, a Secretaria do Esporte libera o ônibus, mas ainda existem outros gastos. Iara conta que além do material ser caro precisa pagar a federação: “A gente tem que pagar a federação e pagar tudo. A única coisa que a gente não paga é a passagem, mas a temos que pagar hospedagem, alimentação. Tudo isso é com a gente”, relata a mãe.
Para ajudar:
A próxima competição é em Goiânia e as duas precisam arrecadar o valor de R$ 3.075, “As pessoas querendo ajudar, com qualquer valor que a pessoa puder ajudar, a gente aceita”, diz a mãe.
Para auxiliar as duas caratecas com os custos da viagem para a competição em Goiânia, Iara aponta que doações podem ser feitas por PIX pelo número de telefone do genro, Guilherme Alves: (61) 99939-0940.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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