Os gramados do Brasil sempre funcionaram como uma espécie de fábrica para os laterais da mais alta qualidade do futebol. O país se acostumou a ver as pratas da casa chamarem a atenção pelos clubes europeus, chegarem à Seleção Brasileira e retornarem ao país para uma consagração e reinvenção nos últimos atos da carreira. O retorno de Marcelo ao Fluminense, 16 anos após a primeira passagem, comprova isso. Entretanto, a lista de retornos pela esquerda vai muito além do camisa 12 e conta com inspirações para a cria de Xerém e importante para os grandes clubes do país e para a Amarelinha.
Um dos principais nomes da vitoriosa geração do Flamengo na década de 1980, Júnior é o pioneiro do êxodo do exterior para laterais brasileiros. Vestiu vermelho e preto por uma década, entre 1974 e 1984, até arrumar as malas para três temporadas a serviço do Torino e ser negociado com o Pescara. Jogou por lá até 1989, quando retornou para nova dinastia no Rio de Janeiro. Na segunda parte da história com o clube da Gávea, foi convertido a meia e liderou o clube nas conquistas da Copa do Brasil de 1990 e do Brasileiro de 1992.
Júnior inspirou um campeão mundial formado no rival. Uma das figuras mais importantes do tetracampeonato da Seleção Brasileira em 1994, nos Estados Unidos, Branco deixou o modesto Guarany de Bagé para se destacar no Fluminense, em 1983. Precisou de apenas uma temporada para brindar o Tricolor com o bi da Série A. Permaneceu por mais dois anos até iniciar o vai-e-vem. Jogou pelo Brescia em 1986 e depois vestiu as camisas de Porto (entre 1989 e 1991) e Genoa (1991 até 1993). Retornou ao Brasil e jogou 10 partidas pelo Grêmio. Não se firmou em Porto Alegre e teve passagens relâmpagos por Fluminense, Corinthians, Flamengo e Internacional.
Em 1995, Branco foi contratado pelo Middlesbrough. Ficou na Inglaterra por uma temporada e meia até ser convencido pelo Mogi Mirim. Disputou apenas cinco jogos e logo se transferiu para o New York Red Bulls. Sem o mesmo fôlego de outrora, entrou em campo apenas 13 vezes pelo time norte-americano até decidir encerrar a carreira no Fluminense, em 1998, sem levantar nenhum troféu.
Lançado pelo Flamengo em 1986, Leonardo é mais um destaque da lateral que rumou para o futebol europeu, vestiu a Amarelinha, foi campeão do mundo em 1994 e retornou. Um ano após subir para o time principal da Gávea, foi campeão brasileiro e da Copa do Brasil. Em 1991, venceu a Série A mais uma vez, porém, vestindo as cores do São Paulo.
O sucesso despertou interesse do Valencia. Não durou muito. Voltou em 1993 para ganhar a Recopa Sul-Americana e o Mundial de Clubes. Na sequência, passou nove anos ininterruptos no exterior, com experiências por Kashima Antlers, PSG e Milan. Lá, seguiu o exemplo de Júnior e aprendeu a atuar pela faixa central do campo. Em 2001, regressou ao Morumbi e, no ano seguinte, à Gávea. No Rio, chegou a fazer dupla com Juninho Paulista, antes de ser chamado para se aposentar no Milan.
Pentacampeão em 2002, Roberto Carlos brindou a segunda maior torcida do Brasil com breve passagem no final da carreira. O fato de ter brilhando no bi nacional do Palmeiras em 1993 e 1994 não impediu que o Galático retornasse ao país para defender o Corinthians em 2009. Foi lateral de ofício nos tempos de alvinegro. Não ganhou nenhum troféu pelo time do Parque São Jorge. Porém, fez a alegria da Fiel ao fazer dupla com Ronaldo Fenômeno. Em 2011, rumou para o Anzhi, da Rússia, e encerrou a carreira no Delhi Dynamos, da Índia.
Michel Bastos foi um dos homens de confiança de Dunga na Copa do Mundo de 2010. Foi mais um lateral-esquerdo de origem que aprendeu a se aventurar no meio de campo. As grandes escolas do gaúcho foram os franceses Lille e Lyon. A adaptação foi incrementada com as passagens por Schalke 04, Roma e Al-Ain. Virou desejo do São Paulo e retornou ao Brasil em 2014. Seguiu como meia, mas não obteve sucesso na missão de recolocar o tricolor nos trilhos dos títulos. Pulou o muro e foi para o rival Palmeiras.
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