Perseverança é uma das máximas do futebol, sobretudo na necessidade de recuperar o resultado. Baseado nisso, o Chelsea conseguiu reverter um marcador contrário diante do Borussia Dortmund, nesta terça-feira (7/3), no Estádio de Stamford Bridge, em Londres.
Os 2 x 0 construídos na capital bretã foram suficientes para superar o placar mínimo feito pelos alemães no Signal Iduna Park, na partida de ida. Com isso, os germânicos foram derrotados pela primeira vez em 2023, tendo de se contentar com as competições nacionais, enquanto os ingleses seguem vivos no campeonato nacional, além do próprio certame continental.
O jogo
Em meio a sinalizadores amarelos da torcida visitante em pleno estádio londrino, os germânicos partiram ao ataque e cederam campo aos locais. A medida foi interrompida com a lesão da coxa esquerda do consistente volante Julian Brandt, que deixou o campo de jogo aos cinco minutos. A velocidade e o contra-ataque foram as opções dos locais, assustando com finalização de Kai Havertz, aos sete.
Tensos, os mandantes deixaram os resistentes alemães abrirem terreno para subir no jogo. O meio de campo foi mais povoado e o perigo não tardou a aparecer: aos 16, Marco Reus cobrou bem uma falta na intermediária central e testou o goleiro Kepa Arrizabalaga. O espanhol reagiu bem e mandou a bola para escanteio. Mais passes errados e faltas fizeram parte dos momentos intermediários da partida, na etapa de começo.
A ocasião deu menos finalizações, mas não baixou a voltagem da partida, esperada para os 180 minutos de toda a chave. O perigo retornou aos 27, após chute de Havertz, tocando a trave e passando pelas costas do goleiro Alexander Meyer. Mateo Kovacic finalizou distante da meta, aos 32, mostrando as dificuldades de gerar uma chance clara de gol no jogo.
Cinco minutos depois, Raheem Sterling recebeu grande passe, bateu contra o arqueiro e, no rebote, Havertz executou uma finalização espetacular. O placar seria aberto, não fosse um impedimento na origem do lance. Em seguida, foi a vez de João Félix parar no guarda-metas alemão, após um rebote em cobrança de falta. A superioridade no jogo era meramente em uma pressão, não sempre ordenada, mas com brechas para ferir o adversário. A eficácia, entretanto, não se fez presente.
A seca foi rompida com brutalidade, aos 42, em chute de Sterling, desde a marca penal, com muitos jogadores de camisa amarela à frente. Os Blues trataram de levar uma energia diferente para o intervalo, sendo exatamente o que precisavam para desafogar a equipe. No retorno dos vestiários, a conduta não foi diferente.
Já no segundo minuto, Ben Chilwell cruzou a bola, contando com desvio na mão de Marius Wolf, com o VAR conferindo pênalti para o Chelsea. Havertz, entretanto, chutou contra a trave direita, desde seu ângulo de vista. A arbitragem ordenou a repetição da cobrança, acusando invasão à grande área: o alemão voltou a cobrar no mesmo canto, colocando nas redes, desta vez.
Depois da virada sofrida, o Borussia tratou de sair ainda mais ao jogo, como jamais fizera na série. Aos 13, quase voltou a empatar a série, mas Jude Bellingham, estrela até então apagada dos aurinegros, desperdiçou chance clara na grande área, apesar da rígida marcação. A pressão e resistência local rendeu, com tão somente 20 minutos, o cartão amarelo ao goleiro Kepa, por retardar o reinício da partida.
Com isso, o jogo ficou concentrado na própria área dos Blues, defendida intensa e numerosamente pelo meio e pelos flancos, complicando qualquer investida do time de Dortmund. Coube ao zagueiro Niklas Sule arriscar de fora da área em uma das poucas chances dos visitantes, aos 27.
Esporadicamente, o técnico Edin Terzic buscava alternativas para furar a defensiva britânica, mas falhava, enquanto Graham Potter optou por uma durabilidade maior (e certeira) no manejo de seu elenco em campo. Era cada vez mais difícil ver os teutônicos no ataque, tanto pela exaustão, cansaço e ritmo do duelo. Por sorte, os contra-ataques dos mandantes não encontravam um final feliz, sem conseguir definir a partida.
Sem tanto perigo, aos 43, Bellingham voltou a tentar algo pela formação amarela, mas cabeceou para fora da meta. O fim do gás dos visitantes dava chances para a definição dos locais através de contra-ataques. Entretanto, o mínimo e o detalhista foram suficientes para classificar uma das equipes com mais estrelas no futebol europeu à etapa seguinte da Champions League.
Ficha técnica:
LIGA DOS CAMPEÕES DA EUROPA
Oitavas de final - Jogo de volta
Chelsea 2 x 0 Borussia Dortmund
Stamford Bridge, Londres, Inglaterra
Chelsea
Kepa; Fofana, Koulibaly e Cucurella; James, Enzo Fernández (Zakaria), Kovacic (Pulisic) e Chilwell; Sterling (Loftus-Cheek), Havertz e João Félix (Gallagher)
Técnico: Graham Potter
Borussia Dortmund
Meyer; Wolf, Schlotterbeck, Sule e Raphael Guerreiro; Ozcan (Bynoe-Gittens), Emre Can, Brandt (Reyna), Bellingham e Reus; Haller (Malen)
Técnico: Edin Terzic
Gols: Sterling, aos 42 minutos do 1º tempo, e Havertz, aos 7 minutos do 2º tempo (Chelsea)
Cartões amarelos: Sule, Wolf e Bellingham (Borussia Dortmund); Kepa, Enzo Fernández, Chilwell e Cucurella (Chelsea)
Arbitragem: Danny Makkelie (HOL)
* Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima