Passado o jogo dos All-Star, as grandes estrelas da maior liga de basquete do mundo, a National Basketball Association (NBA) está se dirigindo para o fim da temporada regular. Restando aproximadamente 20 jogos para cada franquia determinar seu rumo no ciclo 2022/2023, a luta é grande em todos os contextos: liderança regional, playoffs e play-in.
A maior briga vigente é pela ponta da Conferência Leste, entre o Milwaukee Bucks e o Boston Celtics. Ambas formações alviverdes estão digladiando em uma curta diferença na tabela, na maioria das vezes abaixo de um jogo e meio de distância. O time do Wisconsin, liderado pelo ala-pivô Giannis Antetokounmpo, vem de impressionantes 15 triunfos seguidos e são os ponteiros provisórios. Além disso, possuem 72,1% de aproveitamento, liderando a liga.
Nas posições intermediárias, entre o quinto e o nono lugar, a diferença é de somente cinco partidas. Passadas as boas campanhas de Philadelphia 76ers e do surpreendente Cleveland Cavaliers, os seguintes times lutam pelos postos diretos ao mata-mata, até a sexta colocação: New York Knicks, Brooklyn Nets, Miami Heat, Atlanta Hawks e Toronto Raptors, seguindo a ordem atual.
Três destes regulares times vão ao play-in, onde quatro se classificam. Esta parte é fechada, atualmente, pelo Washington Wizards. No páreo estão os oscilantes Chicago Bulls e Indiana Pacers. Sem tanto repertório, Orlando Magic, Charlotte Hornets e Detroit Pistons devem focar nas posições para o draft (recrutamento de universitários e outros atletas internacionais), podendo, em determinado instante, focar na loteria, onde as três piores campanhas são sorteadas para ter as melhores escolhas.
Na Conferência Oeste, o Denver Nuggets nada de braçada para ter a ponta da costa pacífica estadunidense. Dono da melhor campanha como mandante, com apenas quatro derrotas em 32 compromissos, a formação do Colorado tem tal folga devido a deslizes de outros grandes favoritos, como o grupo entre a quarta e a sétima posições, integrados por Phoenix Suns, Golden State Warriors, Los Angeles Clippers e Dallas Mavericks, com diferença de dez a 12 jogos para estas franquias.
Vice e terceiro colocados na divisão, Memphis Grizzlies e Sacramento Kings são as gratas surpresas da NBA, com elencos jovens e promissores, sobretudo se mantida a longevidade de nomes como Ja Morant e De’Aaron Fox. Além dos texanos de Dallas, os sólidos times do Minnesota Timberwolves, Utah Jazz e New Orleans Pelicans complementam a zona do play-in.
Estas equipes aproveitam a maior debacle da temporada para figurarem. A liderança solitária do ala LeBron James, insatisfeito pela falta de reforços e desamparado pelas lesões do pivô Anthony Davis, deixam os Los Angeles Lakers fora da pós-temporada. Apesar da diferença atual de um jogo para a franquia da Louisiana, o desempenho em quadra é negativo e o ciclo tem como ponto alto o recorde da sua grande referência como maior pontuador da história, aproximando-se da casa dos 40 mil pontos após superar Kareem Abdul-Jabbar.
Sem tanta força, no mesmo conjunto californiano se encontram o Portland Trail Blazers e o Oklahoma City Thunder, que podem desistir do mata-mata ao longo dos 20 jogos finais. No fim da classificação, o San Antonio Spurs e o Houston Rockets (este com uma sequência de dez derrotas, a pior do campeonato no momento) já observam o próximo ciclo e lutam pelo draft.
Maestros da bola laranja
A ponta dos Nuggets tem um toque conhecido e dominante, vindo da Península Balcânica. O pivô sérvio Nikola Jokic vive em estado de graça, com o impressionante aproveitamento de 63,3% nos arremessos de quadra, número 8,3% acima da média da carreira. Além disso, na última terça-feira (28/2), o camisa 15 chegou aos 100 triplos-duplos na NBA, no triunfo por 133 x 112 contra Houston, anotando 14 pontos, 11 rebotes e dez assistências. Não apenas os números, senão a atuação em quadra tem feito dele um dos favoritos a MVP, conquista de melhor jogador da temporada.
Também do leste europeu surge um nome bem avaliado para a honraria. Com 33,2 pontos por jogo em 2022/2023, Luka Doncic busca, além do feito individual, levar o Troféu Larry O’Brien para o Texas, agora ao lado de Kyrie Irving. O esloveno, porém, conta com menos ajuda que o adequado para um título da franquia, no que pesa contra o camisa 77 quando comparado com o lendário Dirk Nowitzki, referência alemã dos Mavs.
Que Ja Morant carrega os Grizzlies, isso não é novidade. Porém, os 27 pontos de média na temporada corrente têm feito a diferença para a surpreendente vice-liderança. No triunfo mais recente, 121 x 109 contra os Lakers, foram impressionantes 39 pontos, somados a dez rebotes e dez assistências. Dependerá de um conjunto mais sólido nos playoffs para brigar mais forte pelo título pessoal.
E se a pós-temporada é um balizador para a conquista, o que dizer da força da dupla Stephen Curry e Jordan Poole? Armador e ala-pivô dos Warriors foram os comandantes de mais um título no último ano e seguem no páreo. Do lado do mais recente vice-campeão, os Celtics contam com Jason Tatum para buscar o campeonato, tendo no camisa 0 um bom nome pela disputa, a exemplo de Antetokounmpo, nos Bucks.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima