A eficácia benfiquista na atual temporada é capaz de barrar qualquer potencial zebra. Prova disso foi o jogo paciente para evitar qualquer imprevisto diante do Club Brugge, em pleno Jan Breydel, em Bruxelas. O triunfo por 2 x 0 viabiliza a ida do time de Lisboa às quartas de final da competição.
No próximo dia 8 de março, as Águias podem até perder por um gol, no Estádio da Luz, que ainda assim seguem no certame. Entretanto, a atuação conservadora, paciente e sobretudo eficaz, foi mais que suficiente para a vitória na região de Flandres, devendo ser assim em terras portuguesas.
O jogo
Naturalmente, pela diferença em relação aos lusos, os locais abriam espaços somente em velocidade, tendo a primeira chance clara já aos quatro minutos, com Tajon Buchanan invadindo a área e parando em Odysseas Vlachodimos. O lance mostrou que a disparidade não era tamanha como a esperada e que era possível ter um resultado positivo contra um time mais forte.
O maior aperto levou os comandados de Scott Parker a povoar o campo português, forçando erros de passe. Os lisboetas eram pouco agressivos e resistiam, apenas: talvez fosse planejada a espera pela redução do nível dos belgas para, então, propor o jogo. Atrás e à frente, os mandantes eram mais inteligentes com a bola, sabendo distribuir e neutralizar um time que superou PSG e Juventus para vencer o Grupo H. O Brugge não seria um osso fácil de roer.
Apenas aos 25, os encarnados chegaram em desvios perigosos na própria área, em jogada individual de Alex Grimaldo. Em seguida, António Silva perdeu grande chance ao estar sozinho após execução de cabeça. Quatro minutos depois, Rafa Silva recebeu bom passe e colocou a bola na trave, indicando a chegada do domínio benfiquista.
A reação do time de Bruxelas foi de subir as linhas para desafogar, tirando parcialmente os portugueses de perto do seu arco, com Gonçalo Ramos voltando a levar perigo aos 36, em cabeçada frustrada. A partir de então, a posse do esférico foi quase que exclusivamente lusa. Visivelmente cansados, os locais tentaram um sprint de correria final e levou susto em bola parada, com gol impedido de Denis Odoi, aos 44.
Na volta do intervalo, Ramos teve grande chance em bola parada já ao primeiro instante, desperdiçando o gol de abertura do placar. A posição avançada em nada mudou e o atacante da camisa 88 sofreu pênalti após contato atrasado de Jack Hendry. João Mário manteve os 100% de aproveitamento na Liga dos Campeões desde os 11 metros.
O marcador obrigou os belgas a deixarem a defesa. O Benfica voltou ao panorama inicial, ao observar, atentamente, as investidas locais. Apesar das tentativas, os visitantes tinham o duelo sob controle evidente. Valha-se reconhecer que o tento inaugural do placar diminuiu a voltagem e a qualidade do confronto. Sequer havia contra-ataque para os locais.
As subidas numericamente grandes dos donos da casa deram não mais que espaço para os portugueses buscarem a liquidação da chave. João Mário assustou levemente aos 40 e David Neres roubou a bola da defesa, com 42, para matar o jogo.
Ficha técnica:
LIGA DOS CAMPEÕES DA EUROPA
Oitavas de final - Jogo de ida
Club Brugge 0 x 2 Benfica
Estádio Jan Breydel, Bruxelas, Bélgica
Club Brugge
Mignolet; Mata, Hendry, Mechele e Meijer; Onyedika, Odoi (Nielsen), Vanaken, Buchanan e Lang; Sowah (Jutglá); Técnico: Scott Parker
Benfica
Vlachodimos; Bah, António Silva, Otamendi e Grimaldo; Florentino, Chiquinho, Aursnes e João Mário (João Neves); Rafa Silva (David Neres) e Gonçalo Ramos (Gonçalo Guedes); Técnico: Roger Schmidt
Gols: João Mário, aos cinco minutos, e David Neres, aos 43 minutos do 2º tempo (Benfica)
Cartões amarelos: Odoi e Sowah (Brugge); Otamendi (Benfica)
Arbitragem: Davide Massa (ITA)
* Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz