Se super-atletas pudessem ser feitos em laboratórios, a receita seria a seguinte: pitadas de talento, com doses de esforço e comprometimento. A partir dessa combinação, nomes como o de LeBron James surgiriam constantemente nas quadras, nos gramados, nas piscinas e tantos outros palcos. Mas por que pegamos o astro norte-americano como referência? Motivo: maior do nome do basquete mundial desde Michael Jordan, o King James, ensaia uma jogada de soberania.
Quando o relógio bater às 0h da quarta-feira, no duelo entre Los Angeles Lakers e Oklahoma City Thunder, LeBron terá a oportunidade de se tornar o maior pontuador da história da NBA, a liga norte-americana de basquete e o campeonato mais badalado e importante da modalidade. Atualmente, o ala da franquia californiana está a 36 pontos de romper a marca imponente de 38.387 tentos, estabelecida pelo lendário pivô Kareem Abdul-Jabbar, há quase 39 anos.
O tempo que a marca está para ser batida é um dos fatores que mais chamam a atenção. Muitos tentaram, mas, pelo menos no presente e em um futuro recente, só o camisa 6 dos Lakers conseguirá. Ele deixou para trás outros ícones da bola laranja, como Kobe Bryant, dono de 33.643 pontos, Michael Jordan (32.292), Wilt Chamberlain (31.419), Shaquille O'Neal (28.596) e outros nomes de peso.
Agora, a discussão não é mais se o astro quebrará o recorde e, sim, quando. Dono de uma média de 30,2 pontos por partida na atual temporada, LeBron James tem tudo para subir mais um degrau no hall entre os maiores nomes da competição. É o enredo perfeito para um atleta movido a desafios. Aos 38 anos, o maior nome da franquia de Los Angeles na atualidade demonstra não sentir o peso da idade e parece envelhecer como um bom vinho.
"Acho que é um dos maiores recordes de esportes em geral. É um desses recordes que você acha que nunca serão quebrados. Eu não tenho o número exato na minha cabeça (do recorde). Sei que é 38 e alguma coisa. Mas eu sei que é do Kareem por toda a minha vida", ressaltou LeBron.
Primeira escolha do draft da NBA em 2003, pelo Cleveland Cavaliers, LeBron quebrou paradigmas. Está próximo de completar 20 anos jogando sempre em altíssimo nível, apesar de eliminações nos playoffs e decepções na fase regular. Habituado aos recordes, foi o primeiro não jogador do Boston Celtics a figurar em oito finais consecutivas. Foi um "aquecimento de luxo" para assumir a missão de maior cestinha do torneio.
O valor do momento
O que LeBron faz em quadra remete aos tempos de lendas da NBA em tempos amadores ou menos físicos e até técnicos. É como se ele não sentisse a responsabilidade e a pressão de disputar um torneio que vai muito além dos quatro quartos ou prorrogação. Frutos disso são os quatro anéis de campeão da liga: dois com o Miami Heat (2012 e 2013), um com o Cleveland Cavaliers (2016) e outro com o Los Angeles Lakers (2020).
Para testemunharem a história sendo escrita na Arena Crypto.com, em Los Angeles, os torcedores deverão desembolsar cerca de US$ 1.700 (aproximadamente R$ 9 mil na cotação atual). O ingresso mais barato para assistir ao duelo e o jogo que pode coroar LeBron James como o maior pontuador da NBA custa US$ 423 (em torno de R$ 2.172). Outros setores do ginásio podem ser custar até R$ 471 mil ao bolso dos fãs.
Independentemente dos valores dos tíquetes para o confronto entre Lakers e City Thunder, Kareem Abdul-Jabbar confirmou a presença na arena. O atual recordista de pontos da NBA assistirá, de camarote, à possível quebra da própria marca. Jabbar e James, porém, não são grandes amigos. Recentemente, tiveram a relação estremecida por conta da postura do atual jogador dos Lakers sobre a vacinação contra a covid-19 ser questão pessoal.
O ex-atleta também tornou pública a insatisfação quanto às comemorações de LeBron em quadra. Para Jabbar, os gestos do camisa 6 são "estúpidos e infantis".