A 150 dias do início da Copa do Mundo, em 20 de julho, na Austrália e na Nova Zelândia, o futebol feminino dá fortes demonstrações de mobilização, crescimento e combate ao preconceito nos quatro cantos do planeta bola. Embora os olhos do Brasil estejam voltados para os Estados Unidos, onde as comandadas da técnica sueca Pia Sundhage entrarão em campo, hoje, às 20h30, no Geodis Park, em Nashville, contra o Canadá, pela segunda rodada da SheBelieves Cup, um levantamento do Correio Braziliense mostra que há vários esquentas para o evento de gala da Fifa rolando em pelo menos sete países diferentes com a participação de 50 seleções.
Depois de vencer o Japão por 2 x 0 na partida de estreia na SheBelieves Cup, em Orlando, o Brasil enfrentará as atuais campeãs olímpicas em um excelente termômetro da capacidade do elenco para a caça ao título inédito na Copa do Mundo. O Canadá desbancou o Brasil nas quartas de final nos Jogos de Tóquio-2020. A primeira impressão no torneio não foi boa. Dependente de Marta, a Seleção só foi às redes quando a jogadora eleita seis vezes melhor do mundo pisou no gramado no segundo tempo e desequilibrou o duelo com um drible seguido de passe preciso para Debinha.
"Estou muito feliz pelo retorno, é só um recomeço. Sei que eu tenho que trabalhar muito para voltar a ser aquela Marta que tem os piques muito mais rápidos do que esses", comemorou Marta depois da partida, em entrevista ao SporTV, referindo-se aos 10 meses afastada do grupo recuperando-se de contusão.
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Ao menos no papel, o torneio disputado pelo Brasil é de altíssimo nível. Donos da casa, os Estados Unidos são tetracampeões — e atuais detentores — da Copa do Mundo (1991, 1999, 2015 e 2019). O Japão conquistou o título em 2011. Quarto colocado em 2003, o Canadá evoluiu muito sob o comando da treinadora inglesa Bev Priestman e ostenta o inédito ouro olímpico.
Evoluções como a do Canadá são cada vez mais possíveis graças a um palavrinha surrada chamada intercâmbio. Esta Data Fifa usada pelo futebol feminino tem diversos pequenos torneios espalhados pelo mundo. Essas trocas de conhecimento com adversários de médio, bom e altíssimo nível catapultou, por exemplo, a Inglaterra ao título da última Eurocopa diante da tradicional Alemanha. Na edição anterior, a Holanda ganhou o troféu continental e foi vice no Mundial. A Colômbia deu trabalho ao Brasil na decisão da Copa América.
O sucesso dos pequenos torneios no futebol feminino inspira o presidente da Fifa, Gianni Infantino, a lidar com as queixas de que a Uefa isolou os demais continentes ao criar a Liga das Nações. As agendas das potências são bloqueadas para amistosos. O Brasil de Tite, por exemplo, só enfrentou a República Tcheca no ciclo para a Copa do Catar. Infantino pretende usar a janela de amistosos de março do masculino, em anos pares, para o que batizou de "Fifa World Series" — minitorneios com quatro equipes. O plano é reunir seleções de diferentes continentes em eventos como a SheBelives Cup.
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