O fator casa pode significar uma energia diferente para definir os destinos de um clube em uma competição. Na Liga dos Campeões, isto não é diferente e o exemplo disso foi a atuação implacável do Borussia Dortmund em sua casa, o Signal Iduna Park, frente ao Chelsea, na tarde desta terça-feira (15/2).
Não sendo por ironia uma Muralha Amarela, a defesa teutônica funcionou em todos os aspectos, não evitando as investidas dos Blues, mas tirando a bola, como fosse, do destino da meta. Com isso, os alemães vão a Stamford Bridge em 8 de março, precisando apenas de um empate para seguir às quartas de final.
O jogo
Empurrado pela torcida, a formação do Ruhr foi para cima nos primeiros instantes, deixando espaços para os britânicos estudarem os contra-ataques. Aos poucos, os visitantes tomavam mais o campo rival sem tanta pressa, diferente do excesso cometido pelos mandantes em sua fase de ataque.
A intensidade dos teutônicos contrastava com a inteligência e calma dos ingleses, deixando como questão qual seria a durabilidade e a resistência do Borussia durante o duelo. A quebra de energia e das vozes no Signal Iduna Park viria no toque malicioso e visível de Thiago Silva ao tocar, de mão, para o gol, aos 16. A tentativa não fez efeito nos torcedores e ainda rendeu o cartão amarelo ao brasileiro.
O meio-campo aurinegro se inflamou e tomou conta das ações, forçando bolas paradas em finalizações desviadas, indicando tentativas de chute a gol, além de muitos cruzamentos tentados. Porém, o perigo aos Blues chegou aos 25, em jogada pelo meio e chute travado de Karim Adeyemi. Dois minutos depois, Julian Brandt fez boa jogada e acionou Sébastien Haller, que chutou na rede, pelo lado de fora.
A resposta londrina não tardou e veio com toque lusitano. João Félix teve uma finalização em cima do goleiro Gregor Kobel e outra para fora aos 29 e aos 30, respectivamente. Com 32, Adeyemi chutou com perigo para os alemães, em jogada ensaiada após escanteio. O Dortmund sofreu uma bola no travessão aos 37, com a terceira bola perdida pelo português ex-Atlético de Madrid.
Os germânicos fizeram a Muralha Amarela suspirar fortemente aos 42, em finalização perigosa de Marius Wolf. Em jogo corrido e disputado, sem paralisações, os acréscimos não fizeram falta em meio ao bom nível de futebol, com a arbitragem mandando os times ao vestiário.
No ato final, o Chelsea foi quem tentou impor ritmo no campo alheio, com toque de bola rompendo linhas, sobretudo pelas alas e lados. O duelo era mais perigoso para os mandantes pelos espaços compactos para se defender em passes perigosos, sem tanto terreno para sair ao ataque.
Em falta frontal, Reece James exigiu ação de Kobel em batida perigosa, aos nove minutos. O revide alemão ocorreu em perigosa finalização de fora da área, em disparo forte e rasteiro de Brandt desde a meia-lua, com 11. As vaias e o excesso de camisas amarelas em uma das áreas mostravam o melhor momento britânico no duelo, sobretudo pela grande oportunidade de James aos 16, rechaçada pelo guarda-metas.
No escanteio seguinte, Adeyemi teve contra-ataque espetacular, deixou Enzo Fernández e Kepa Arrizabalaga para trás e tocou para o gol vazio, levando ao delírio a fanática massa amarela e preta. A representação local se aproveitou do marcador, sobretudo pela reação abaixo do exigido pelos londrinos.
O susto maior dos mandantes ocorreu aos 32, onde Kalidou Koulibaly dominou na área, bateu contra Kobel e a bola entrava lentamente. A partida empataria não fosse o toque salvador de Emre Can para tirar o esférico sob a meta.
A resistência germana era heróica, com uma verdadeira muralha dentro de campo evitando o empate e mantendo a bola presa nos momentos cruciais, sabendo gastar o relógio. Ainda houve tempo para o milagre de Kobel em chute de Enzo Fernández, aos 49. Os amarelos venceram um digno jogo de copa.
Ficha técnica:
LIGA DOS CAMPEÕES DA EUROPA
Oitavas de final - Jogo de ida
Borussia Dortmund 1 x 0 Chelsea
Estádio Signal Iduna Park, Dortmund, Alemanha
Borussia Dortmund
Kobel; Guerreiro, Schlotterbeck, Sule e Wolf (Ryerson); Emre Can, Brandt, Bellingham, Ozcan e Adeyemi (Bynoe-Gittens); Haller (Modeste); Técnico: Edin Terzic
Chelsea
Kepa; Reece James, Thiago Silva, Koulibaly e Chilwell (Mount); Enzo Fernández, Loftus-Cheek e Ziyech; João Félix, Mudryk (Cucurella) e Havertz; Técnico: Graham Potter
Gol: Adeyemi, aos 17 minutos do 2º tempo (Borussia)
Cartões amarelos: Reece James, Thiago Silva, Ziyech e Mount (Chelsea); Bellingham, Emre Can, Adeyemi, Ryerson, Sule e Ozcan (Borussia)
Arbitragem: Jesús Gil Manzano (ESP)
* Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz
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