Copa do Brasil ganha pontapé inicial e deve distribuir R$ 500 milhões

Com 80 times envolvidos, CBF sorteia a primeira fase da competição mais democrática (e milionária) do futebol brasileiro. Representantes do Distrito Federal, Ceilândia pega o gigante Santos e Brasiliense enfrenta o emergente Athletic-MG

Danilo Queiroz

postado em 09/02/2023 06:00

(crédito: Thais Magalhães/CBF)

Os times candangos, mais uma vez, terão caminho espinhoso na primeira fase da Copa do Brasil. Ontem, em sorteio realizado no Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu o destino inicial de Brasiliense e Ceilândia e de outros 78 clubes no torneio mais rentável financeiramente do calendário nacional. O Jacaré terá pela frente o promissor Athletic, enquanto o Gato Preto mede forças com o gigante Santos. A meta é repetir os bons resultados iniciais do ano passado para chegar longe na disputa e encher os cofres.

Para o Ceilândia, jogar a Copa do Brasil sempre foi sinônimo de dificuldade. Em posição ruim no ranking da CBF, o Gato Preto costuma ficar nos potes de cruzamento mais ingratos. Em seis participações, enfrentou times das Séries A ou B do Campeonato Brasileiro em cinco delas. Vice-campeão em 2002, o Brasiliense vai se isolar neste ano como o time candango com mais participações na Copa do Brasil. Serão 16 contra 15 do Gama. Nos últimos anos, o Jacaré teve inícios de caminhada contra clubes parelhos, mas nem sempre isso representou facilidade. Em 2023, o panorama deve ser o mesmo.

O Santos dispensa apresentações. Mesmo em fase instável no Campeonato Paulista, o alvinegro pegará o Ceilândia como favorito na partida prevista para ocorrer entre a última semana de fevereiro e a primeira de março. Franco-atirador no confronto, o clube candango terá como aliado o fator casa — a partida pode ser no Estádio Abadião — e a rodagem adquirida no ano passado, quando eliminou Londrina e Avaí, até então times das Séries B e A do Brasileirão, respectivamente, e foi eliminado somente quando mediu forças contra o Botafogo. Quem avançar do confronto entre o Peixe e o Gato pega o vencedor de Iguatu-CE e América-RN.

O Brasiliense tem um rival do mesmo nível nacional. Assim como o Jacaré, o Athletic-MG vai disputar a Série D do Brasileirão a partir de abril. Consolidado em um projeto de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o time mineiro se apoia na organização e se apresenta como um candidato a repetir o feito do clube candango nos anos 2000 de disparar rapidamente no cenário nacional. Por isso, todo cuidado é pouco para os candangos na meta de mais uma vez não cair na primeira fase da Copa do Brasil. O confronto seguinte para quem avançar reserva o cascudo Botafogo ou a possível zebra Sergipe.

Gigantes

Boa parte dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro não participam das duas primeiras fases da Copa do Brasil. Porém, quem não performou tão bem na elite em 2022 — caso do Santos, adversário do Ceilândia na estreia do torneio nacional, e do Botafogo, na rota do Brasiliense — ou acabou de voltar para o pelotão de frente do país — Vasco, Grêmio e Bahia são exemplos — terá de remar desde as etapas inaugurais da competição em busca do título.

O Grêmio, do consagrado atacante uruguaio Luís Suárez, terá de viajar até a Paraíba para medir forças com o Campinense. Após quase beliscar a Libertadores — feito que o tiraria da primeira fase da Copa do Brasil —, o América-MG terá pela frente o Tocantinópolis. Agraciado pela tabela, o Bahia pegou um confronto local contra a Jacuipense. O Coritiba se deu mal nesse quesito e vai cruzar o país para jogar contra o Humaitá, do Acre.

Outro time de elite, o Cuiabá tentará a vaga na sequência contra São Raimundo-RR. Gigante nacional, o Vasco vai a um estado pouco explorado usualmente: o Amapá, onde medirá forças com o Trem. De norte a sul do Brasil, o caminho para conquistar o torneio mais democrático do calendário nacional está traçado, podendo surpreender times tradicionais e glorificar quem busca um lugar ao sol.

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