FUTEBOL

Real Madrid usa oportunismo para bater o Al-Ahly e chegar à final do Mundial

Clube merengue travou duelo interessante com os egípcios nas semifinais, garantiu o favoritismo após a goleada por 4 x 1. Na decisão do próximo sábado (11/2), espanhóis encaram o Al-Hilal, às 16h

Paulo Martins*
postado em 08/02/2023 18:09 / atualizado em 08/02/2023 18:11
 (crédito: Fadel Senna/AFP)
(crédito: Fadel Senna/AFP)

A tradicional máxima futebolística de "quem não faz, leva" tem grande valência no Mundial de Clubes. Nesta quarta-feira (8/2), pela semifinal derradeira, o Real Madrid foi usuário dessa lógica para afastar a má fase e despachar os egípcios do Al-Ahly, pelo placar de 4 x 1.

No Estádio Príncipe Moulay Abdellah, em Rabat, o time que parecia local pela torcida e pelas similaridades culturais com o Marrocos foi mais incisivo e produziu mais no jogo, mas pecando nas finalizações. Os espanhóis aproveitaram para passar de fase com o necessário, com um sufoco outrora não esperado.

Agora, o Madrid entrará no mesmo campo no sábado (11/2), às 16h, para decidir o título do mundo contra os sauditas do Al-Hilal. A formação do Cairo é rival do Flamengo no mesmo dia, às 12h30, em duelo previamente marcado para Rabat, com chance de ir a Tanger.

O jogo

Desde os primeiros instantes, os madridistas tomavam a iniciativa do jogo, como não podia ser diferente. Entendendo suas limitações e compreendendo as diferenças, os africanos não deixaram de marcar de forma acirrada e buscando utilizar os espaços disponíveis, com passes sóbrios.

Apesar das movimentações interessantes do ponto de vista tático, a primeira oportunidade surgiu apenas aos 16 minutos, com cabeçada do zagueiro merengue Antonio Rudiger, defendida tranquilamente por Mohamed El-Shenawy. Antes disso, em um segundo momento do jogo, os árabes reduziram o ritmo, permitindo maior espaço aos espanhóis.

Com 18, veio a primeira chance dos rubros, com Mohamed Sherif sendo acionado em contra-ataque e finalizando por cima, no que parecia uma chance rara. Após sofrer uma pressão pouco ofensiva, os egípcios tiveram ocasião perigosa aos 25, em lance de bola parada bem trabalhada e finalizada por Mohamed Abdelmonem, por cima do travessão.

A primeira grande chegada do Madrid foi tão somente aos 27 minutos, com Vini Jr. sendo acionado do lado esquerdo da área e tirou do goleiro e das traves. No instante seguinte, foi a vez de Rodrygo perder o gol de abertura, carimbando a bola na trave.

A resposta das águias veio aos 30 minutos, com Hussein El-Shahat surpreendendo o arqueiro Andriy Lunin, exigindo pronta reação para evitar o primeiro tento no placar. Entretanto, mesmo com boas respostas momentâneas às ofensivas europeias, um erro se mostraria fatal para as pretensões do jogo.

Em bola próxima do domínio de Mahmoud Metwaly, a escapada no destino de Vinicius Junior se mostrou fatal com o toque de cavadinha do brasileiro. Uma pintura para colocar o Real à frente, aos 41.

Na etapa final, a tentativa inicial do time do Cairo de empatar o jogo foi abaixo. Aos dois minutos, Rodrygo recebeu bom passe e finalizou. No rebote, Federico Valverde conferiu para ampliar a conta.

O troco dos árabes veio no minuto seguinte, com chute cruzado de El-Shahat, ao lado da meta. As tentativas de contra-ataque do Al-Ahly eram sempre frustradas pela inteligente defensiva hispânica.

Aos 17, El-Shatat foi derrubado na grande área rival por Eduardo Camavinga: pênalti para os egípcios. Ali Maaloul descontou, tirando Lunin da jogada. Aos 23, Magdy Afsha perdeu, desde a marca penal, em cruzamento vindo pela direita, a chance do empate, ao chutar por cima.

Na marca dos 33 minutos, Maaloul voltou a testar o goleiro madridista em bola parada, tendo resposta com grande defesa. Cinco minutos depois, o VAR enxergou lance de pênalti em cima de Vinicius Junior: o uruguaio Andres Matonte confirmou e Luka Modric parou em El-Shenawy.

O Real buscou matar o duelo e deixar de tomar apertos na parte final do confronto. Para isso, utilizou Rodrygo, que falhou por pouco aos 44, mas não perdoou aos 46, após passe de calcanhar de Ceballos, carimbando a vaga em mais uma final para os merengues.

Nos largos acréscimos, ainda houve tempo para o jovem Sergio Arribas deixar sua marca no time taxado como melhor do mundo. O costume de levantar taças seguirá para o time do lado europeu do Estreito de Gibraltar.

Ficha técnica

Mundial de Clubes (semifinal)
Al-Ahly 1 x 4 Real Madrid
Estádio Príncipe Moulay Abdellah, Rabat, Marrocos

Al-Ahly

El-Shenawy; Metwaly, Maaloul, Abdelmonem e Hany; Dieng (Fathy), El-Shahat (Taher), El-Solia, Abdelkader e Afsha (Kahraba); Sherif (Percy Tau). Técnico: Marcel Koller

Real Madrid

Lunin; Nacho Fernández, Rudiger, Alaba e Camavinga; Tchouameni, Kroos (Ceballos) e Modric (Odriozola); Valverde, Vinicius Júnior (Arribas) e Rodrygo (Mariano Díaz). Técnico: Carlo Ancelotti

Gols: Vinicius Junior, aos 41 minutos do 1° tempo, Valverde, aos dois minutos, Rodrygo, aos 46 minutos, e Arribas, aos 52 minutos do 2° tempo (Real Madrid); Maaloul, aos 19 minutos do 2° tempo (Al-Ahly)

Cartões amarelos: Abdelkader (Al-Ahly); Tchouameni (Real Madrid)

Arbitragem: Andres Matonte (URU)

* Estagiário sob supervisão de Victor Parrini

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