A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) anunciou nesta quarta-feira (25/01), uma alteração relacionada ao árbitro de vídeo em regra de vigor imediato. O relógio principal do jogo, portado pelo juiz de campo, poderá ser paralisado enquanto da ação de revisão dos lances no VAR, tanto na cabine quanto na sala de comunicação.
A mudança serve para reduzir o tamanho dos acréscimos nas partidas, indo de contramão à regra de jogo líquido e descontado após os 45 minutos regulamentares em ambos tempos, situação tida como exagerada após a Copa do Mundo Qatar-2022. No Rio de Janeiro, apenas o mediador central do jogo poderá interromper seu cronômetro em meio a um lance passível de análise virtual.
A ideia também serve para manter a tradição de minutos adicionados devido a circunstâncias naturais da partida. “Os acréscimos adicionados ao tempo regulamentar serão decorrentes das paralisações no campo de jogo”, descreveu a entidade, em nota oficial.
A novidade entra, por sorte, na hora certa em relação ao regulamento do Campeonato Carioca, uma vez que o primeiro clássico do ano, Vasco x Botafogo, antes previsto para a última terça-feira (23/01), foi remarcado para 16 de fevereiro. O recurso de assistência estará presente apenas nos clássicos da primeira fase e, a partir das semifinais, em todos os jogos. A medida possivelmente confundirá a quem assiste pela televisão, com a incerteza de paralisação e as compensações mais curtas ao final das metades de jogo.
A Ferj também anunciou sobre a utilização de uma linha mais grossa na análise do impedimento, quando este vai ao VAR. A estreia fura o início do uso previsto pela CBF, que terá o mesmo recurso na Supercopa do Brasil, envolvendo o também carioca Flamengo contra o Palmeiras, neste sábado (28/01).
Invenção, é com o Cariocão
Esta novidade de arbitragem não é a única coisa testada na era recente do campeonato do Rio de Janeiro. O estadual contou com o quinto e sexto árbitros, ao lado dos gols, por mais tempo do que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) regulou, para o aspecto nacional. Alegando alto custo de manutenção após o triênio 2012-2014, um pedido de clubes menores do estado voltou com o sexteto de juízes em 2017 e 2018 exclusivamente no Carioca.
O episódio mais conhecido incluindo os árbitros de linha de fundo foi justamente na final estadual de 2014. Nos acréscimos, Márcio Araújo foi responsável visual e direto pelo gol do título do Flamengo, diante do Vasco. Entretanto, a súmula acusou autoria do impedido Nixon pelo tento. O auxiliar estava próximo ao lance, mas nada disse. Deixou o confuso Marcelo de Lima Henrique titubear e apontar para o meio do campo, para consagrar o Fla vencedor daquela edição em erro grosseiro de todo conjunto mediador.
Antes da decisão, pela oitava rodada da Taça Guanabara, o vascaíno Douglas teve um gol de falta anulado após a bola quicar 33 centímetros para dentro da meta do flamenguista Felipe, com o juiz de linha claramente concentrado no lance, de frente para a cena. Aquele Clássico dos Milhões terminaria em 2 x 1 para o rubro-negro.
*Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz