No aniversário de número 468 da cidade de São Paulo, nesta quarta-feira (29/1), a maior cidade do país contou com um grato presente no enredo da final da Copa São Paulo de Futebol Júnior. No Canindé, o Palmeiras superou o América-MG, na base do cansaço, para levantar o troféu diante de sua torcida em um final agônico, triunfando por 2 x 1.
Disputa e emoção não faltaram ao confronto, com o meio-campo sendo determinante para os momentos de dominância alternados. O desequilíbrio no placar veio pela diferença mínima no relógio, em relação ao final, e nas atuações, com os mineiros apresentando atuação digna para voltar a ser campeão depois de 27 anos. Porém, coube ao Palestra celebrar, com sua torcida e em sua cidade, o bicampeonato consecutivo na Copinha.
O jogo
Flexível na marcação, os alviverdes assistiram as iniciativas terrestres dos americanos nos instantes iniciais. O contra-ataque era alternativa para os paulistas, seguida de pressão alta quando os mineiros possuíam posse no próprio campo. A bola parada, desde cedo, proporcionava duelo interessante de ambas partes, com pelo menos três escanteios em sete minutos.
O Palestra, aos poucos, se achava no jogo ofensivo, tendo a primeira chance clara do jogo aos nove, com Kevin infiltrando passe para Vitinho tirar do goleiro Cássio e também da trave, por pouco. Com 11, foi a vez do Coelho: o arqueiro Aranha rebateu um cruzamento estranho para sua natureza e em seguida Adyson e Theo tiveram chutes travados. O duelo apresentava equilíbrio e muito bom futebol.
Cadenciando os espaços dos rivais, o Palmeiras conseguiu chegar ao gol aos 17 minutos. Vitinho recebeu passe na esquerda e, em boa posição, cruzou rasteiro para Ruan Ribeiro marcar, desde a linha da pequena área. Com o tento, o atacante palmeirense chegou a nove unidades em toda a Copinha, dono da artilharia.
A tentativa de resposta americana era rechaçada pela boa postura dos paulistanos na fase defensiva, na intermediária. Por outro lado, a paciência e a variação no toque de bola curto e longo dava fluidez às investidas palestrinas. Aos 26, Adyson voltou a levar perigo a favor do América, com chute colocado de fora da área, contando com defesa difícil de Aranha e seguido toque do esférico na trave.
Em escanteio, os mineiros tiveram nova chance com 32 minutos, em toque para trás da defesa rival, passando próximo ao poste. Aos 38, Adyson deu caneta em Léo e foi derrubado. Fabiano Monteiro dos Santos apontou pênalti e os garotos de Belo Horizonte empataram com Renato Marques, após duas cobranças: na primeira, a arbitragem acusou adiantamento na defesa de Aranha, deslocado na revanche.
Antes do intervalo, com 45, os locais (devido à diferença numérica nas arquibancadas e por jogar no aniversário de sua cidade) ainda tiveram nova chance com Ruan Ribeiro, que ganhou bola no peito de Jonathan após falha no domínio de um desvio após lateral. O atacante mandou a bola longe e por cima da meta.
Na etapa complementar, o Coelho buscou pisar mais o campo rival e logrou ser perigoso. Já com cinco minutos, Paulinho colocou a bola na rede, frustrado pela posição irregular do companheiro Luan Campos, que atrapalhou Aranha. Acuados e nervosos pela iniciativa, custou aos alviverdes sair de seu próprio campo, sobretudo pelo diferencial dos meias de ambos lados.
Uma nova ação incisiva dos paulistas aconteceu apenas aos 17, com Kevin testando de fora da área e acertando a trave direita de Cássio. Dois minutos depois, Estêvão teve a oportunidade, mas definiu com pouca lateralidade no chute rasteiro, defendido pelo goleiro americano. Com 22, o mesmo meia serviu Kevin, que voltou a perder o gol por uma curta distância em relação à meta.
Claramente mais tenso no segundo tempo, o jogo perdeu em oportunidades claras na mesma medida que ganhou em disputas pela posse no meio de campo. Melhor nas batalhas individuais, o Palestra conseguiu sair mais do seu campo defensivo, mas parava sempre na truncada retaguarda mineira. Armar jogo entre os 25 e os 35 minutos não foi tarefa fácil. O América teve uma oportunidade apenas aos 37, quando Paulinho bateu forte de fora da área, com a chance passando perto do gol.
A resposta palmeirense veio aos 40, com Kevin batendo alta uma bola na entrada da grande área. Em seguida, o atacante foi substituído por Daniel, que em sua primeira oportunidade, com 42, bateu cruzado e por fora da trave. O abafa no final seria inevitável para um dos lados. O sortudo seria o Palmeiras, que aos 47 teve na cabeça de Patrick, após um bate e rebate numa situação de escanteio, o gol do bicampeonato consecutivo.
Ficha técnica:
COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JÚNIOR — COPINHA
Final
Palmeiras 2 x 1 América-MG
Estádio do Canindé, São Paulo
Palmeiras
Aranha; Edney, Talisca, Henri e Gustavo Mancha; Léo (Patrick), Pedro Lima e Estêvão (Gilberto); Vitinho, Kevin (Daniel) e Ruan Ribeiro (Thalys)
Técnico: Paulo Victor Gomes
América-MG
Cássio; Samuel, Jonathan (Rafa Barcelos), Julio e Paulinho (Jurandir); Breno (Heitor), Mateus Henrique (Yago) e Theo (Kanté); Adyson, Renato Marques e Luan Campos
Técnico: Mairon César
Gols: Ruan Ribeiro, aos 17 minutos do 1º tempo, e Patrick, aos 47 minutos do 2º tempo (Palmeiras); Renato Marques, aos 41 minutos do 1º tempo (América-MG)
Cartões amarelos: Léo, Pedro Lima e Estêvão (Palmeiras); Luan Campos e Theo (América-MG)
Arbitragem: Fabiano Monteiro dos Santos (SP)
* Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz