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Abençoado por Zico, Gabigol incorpora a camisa 10 do Flamengo

"Pode usar a 10 à vontade. Que continue ganhando títulos, porque o que a gente quer ver é a alegria da torcida", diz Zico

Honrar o ídolo

Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. A camisa 10 tem peso. Para o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, o número vai além de um símbolo; é, também, um voto de confiança. "Falei para ele (Gabigol): 'Você vai ter que mostrar para mim que está preparado, em termos de mudar algumas posturas que tem, e acho que você sabe do que eu estou falando'. Ele olha e não responde nada", disse o dirigente à TV Brasil.

Apesar do discurso firme, Landim rasga elogios ao 10 da nova geração. "Ele é muito maduro, muito inteligente, de resposta muito rápida. Captou o que a gente falou e sabe que tem é um símbolo muito maior do que apenas o número", concluiu o cartola.

No domingo, Gabigol assimilou o recado do chefe. Além do gol, comportou-se durante os 90 minutos, marcou gol e foi fundamental para as tramas ofensivas. A camisa 10 parece lhe ter caído bem. Após o apito final, comemorou a nova experiência. "Obrigado, Deus, por mais um dia especial. Zico, foi uma honra e sempre será", escreveu nas redes sociais.

A torcida torce para Gabigol incorporar o espírito de Zico, sobretudo no Maracanã. O Galinho é o maior artilheiro do palco, com 333 gols. Até o momento, ninguém se arriscou a romper a marca. Gabriel está longe, tem apenas 70, mas a juventude e a qualidade lhe dão esperanças para, pelo menos, conquistar a primeira centena de bolas na rede no principal palco do futebol mundial.

Vestido como 10

Não é segredo para ninguém: Gabriel Barbosa é um personagem midiático e adora trabalhar a própria imagem. O queridinho rubro-negro é polêmico, chama a atenção e chama para si o ditado: "Falem bem ou falem mal, mas falem de mim". E na estreia pelo Campeonato Carioca foi assim. Levou a internet à loucura ao vestir-se como um 10 dos anos 1980. Baixou os meiões de jogo, entrou com um penteado diferente, mais volumoso, e até desfilou com par de chuteiras predominantemente pretas. É uma nova fase para um novo Gabigol. A nação torce pela continuidade do legado da 10.

*Estagiária sob a supervisão de Victor Parrini