A 1.200 km do Rio de Janeiro, bate um coração apaixonado pelo Flamengo. Morador de Planaltina, Davi Silva, de 10 anos, é portador da Atrofia Muscular Espinhal (AME) e tem como o maior sonho assistir de perto o rubro-negro. Além do amor ao clube carioca, o pequeno torcedor é fã de carteirinha do zagueiro e xará David Luiz. O candango vislumbra conhecer o ídolo em breve.
O sonho pode se tornar realidade no próximo 28 de janeiro, quando Flamengo e David Luiz desembarcam em Brasília para a partida contra o Palmeiras, no Estádio Nacional Mané Garrincha, pela Supercopa do Brasil. É uma possibilidade, pois a família do fã mirim não possui condições financeiras para custear as entradas para a partida.
O cenário faz a mãe, Sara Batista, lembrar de outras visitas do clube rubro-negro à capital. Em uma delas, Davi pediu para que a mãe o levasse. “Outra vez, ele pediu para que eu parcelasse no cartão, mas eu expliquei que não conseguiria”, compartilha. Sara também destacou as qualidades do flamenguista.
Embora tenha limitações físicas, a progenitora conta que Davi é um garoto compreensivo e que não se deixa abalar com as adversidades da vida. "É estudioso, obediente e, sobretudo, um bom filho", ressalta a mãe.
Mesmo sem nunca ter ido ao estádio, Davi aprendeu a amar o time da Gávea com os familiares. Os parentes também vibram pelo clube carioca. Isso fez com que a paixão pelo vermelho e preto aflorasse no coração. Para ele, o sentimento é inexplicável. "Não consigo viver sem o Flamengo. É tudo para mim e acho que não tem nada melhor", descreve.
Carinhosamente chamado de "David Luiz" pelo avô José Orestes, Davi criou um sentimento de fã pelo zagueiro rubro-negro. O pequeno candango tem expectativas de conhecer o grande ídolo, mas isso não diminui a admiração por outros jogadores do time, como o tri de atacantes. "Também gosto do Pedro, Gabriel Barbosa e Matheus França", detalha.
Professora de Davi na Escola Classe 5 de Planaltina, que atende estudantes com necessidades especiais, Eliane Castro revela outra versão do pequeno torcedor. A docente conta que testemunhou lamento do garoto por ter de lidar com limitações e necessitar de cadeira de rodas. "Falei que, mesmo em uma cadeira de rodas, há muitas possibilidades, inclusive, pode fazer Educação Física e atuar no futebol como árbitro de vídeo, mas que o mais importante é não deixar de sonhar", encorajou.
Atrofia Muscular Espinhal
O pequeno torcedor nasceu com Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo II. Segundo o Ministério da Saúde, a AME é uma doença rara, degenerativa e genética. É uma disfunção que atinge um em cada 10 mil recém-nascidos e interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores.
Davi passou a perder os movimentos do corpo quando começou a engatinhar. Atualmente, ele depende de uma cadeira de rodas para se locomover, além da ajuda da mãe e do irmão mais velho, Natanael Henrique, outro flamenguista da família.
Como ajudar Davi
Contato: 61 99603-3311 (Sara Batista)
*Estagiária sob a supervisão de Victor Parrini