Imortalizada por Zico, a camisa 10 do Flamengo tem um novo dono. No último domingo, Gabriel Barbosa herdou o manto de Diego Ribas após quatro anos de sucesso com o 9 nas costas. No primeiro jogo da temporada e com a nova responsabilidade, Gabigol não abandonou o velho hábito artilheiro e renovou as esperanças por mais uma temporada goleadora, recheada com possibilidades de títulos. A missão dada ao atacante é nobre, mas ele reforçou dar conta do recado.
Dois meses e 15 dias antes do debute oficial de Gabigol com a camisa 10 do Flamengo, o Galinho de Quintino abençoou o sucessor. Assim como nos tempos áureos nos gramados, o maior ídolo rubro-negro anteviu o lance ou, mais precisamente, as alegrias que viriam dos pés de Gabi. "Pode usar a 10 à vontade, sem problema. Que continue fazendo os gols dele, decidindo os campeonatos, ganhando títulos porque o que a gente quer ver é a alegria da torcida do Flamengo", disse à TNT Sports.
Embora esteja nas graças da nação, com as conquistas de duas Libertadores (2019 e 2022), três Campeonatos Brasileiros (2019, 2020 e 2022) e uma Copa do Brasil (2022), Gabigol ousa ir além com um feito inédito em 42 anos. O ex-camisa 9 planeja dar uma de Zico com a chance de conquistar do Mundial de Clubes da Fifa, em fevereiro, no Marrocos. A tarefa não é fácil. Os cariocas terão pela frente, em 7 de fevereiro, os anfitriões do Wydad Casablanca ou o Al Hilal, da Arábia Saudita.
Colocar o Flamengo no topo do mundo não é para qualquer um. Zico sabe bem disso. Afinal, honrou o manto rubro-negro por 18 temporadas. Foram 732 exibições, com 508 gols — 388 deles com a camisa 10 — e 13 títulos. Números esses perseguidos pelo novo dono da lendária numeração. Com a participação direta na goleada por 4 x 1 sobre a Portuguesa-RJ, Gabigol ostenta 134 bolas na rede em 211 partidas. A camisa da última delas, inclusive, foi prometida ao antecessor. "Dia especial, com a camisa especial, do nosso rei. Prometi a ele a camisa e o gol, espero encontrá-lo logo", compartilhou.
O casamento entre Gabi e Flamengo é um mar de rosas. Além das taças empilhadas e medalhas colecionadas, ele se orgulha de marcas individuais de causar inveja em adversário e, talvez, até em alguns companheiros e ex-flamenguistas. O xodó da torcida é o maior artilheiro do clube da Gávea na Libertadores, com 27 gols. Superou Zico (16) e igualou-se a Luisão (29) como o principal artilheiro brasileiro na competição continental.
Após brindar o Flamengo com o tri da Liberta em 2022, o novo dono da camisa 10 tem uma nova chance de colocar o vermelho e o preto como principais cores do planeta novamente. O Flamengo irá enfrentar o vencedor do duelo entre Wydad Casablanca e Al Hilal em 7 de fevereiro.
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Honrar o ídolo
Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. A camisa 10 tem peso. Para o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, o número vai além de um símbolo; é, também, um voto de confiança. "Falei para ele (Gabigol): 'Você vai ter que mostrar para mim que está preparado, em termos de mudar algumas posturas que tem, e acho que você sabe do que eu estou falando'. Ele olha e não responde nada", disse o dirigente à TV Brasil.
Apesar do discurso firme, Landim rasga elogios ao 10 da nova geração. "Ele é muito maduro, muito inteligente, de resposta muito rápida. Captou o que a gente falou e sabe que tem é um símbolo muito maior do que apenas o número", concluiu o cartola.
No domingo, Gabigol assimilou o recado do chefe. Além do gol, comportou-se durante os 90 minutos, marcou gol e foi fundamental para as tramas ofensivas. A camisa 10 parece lhe ter caído bem. Após o apito final, comemorou a nova experiência. "Obrigado, Deus, por mais um dia especial. Zico, foi uma honra e sempre será", escreveu nas redes sociais.
A torcida torce para Gabigol incorporar o espírito de Zico, sobretudo no Maracanã. O Galinho é o maior artilheiro do palco, com 333 gols. Até o momento, ninguém se arriscou a romper a marca. Gabriel está longe, tem apenas 70, mas a juventude e a qualidade lhe dão esperanças para, pelo menos, conquistar a primeira centena de bolas na rede no principal palco do futebol mundial.
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Vestido como 10
Não é segredo para ninguém: Gabriel Barbosa é um personagem midiático e adora trabalhar a própria imagem. O queridinho rubro-negro é polêmico, chama a atenção e chama para si o ditado: "Falem bem ou falem mal, mas falem de mim". E na estreia pelo Campeonato Carioca foi assim. Levou a internet à loucura ao vestir-se como um 10 dos anos 1980. Baixou os meiões de jogo, entrou com um penteado diferente, mais volumoso, e até desfilou com par de chuteiras predominantemente pretas. É uma nova fase para um novo Gabigol. A nação torce pela continuidade do legado da 10.
*Estagiária sob a supervisão de Victor Parrini
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