NFL

Bills sofrem além da conta, mas superam Dolphins no Wild Card da NFL

Abertura da rodada de domingo (15/01) teve mudança de narrativas e equilíbrio inesperado em um duelo de quase quatro horas de duração

Paulo Martins*
postado em 15/01/2023 19:01
O recebedor Cole Beasley (ao centro) foi um dos jogadores determinantes nos esporádicos momentos altos da classificação dos Bills às semifinais da Conferência Americana -  (crédito:  Getty Images via AFP)
O recebedor Cole Beasley (ao centro) foi um dos jogadores determinantes nos esporádicos momentos altos da classificação dos Bills às semifinais da Conferência Americana - (crédito: Getty Images via AFP)

O Buffalo Bills cumpriu, na tabela, seu favoritismo na rodada de Wild Card da National Football League (NFL) ao eliminar o Miami Dolphins. Neste domingo (15/01), o time do estado de Nova York venceu por 34 x 31 e está nas semifinais da Conferência Americana, onde joga como mandante diante do vencedor de Cincinnati Bengals x Baltimore Ravens

O confronto confirmou o outro confronto da fase seguinte dos playoffs. O Jacksonville Jaguars deve ir ao centro-oeste dos Estados Unidos para encarar o Kansas City Chiefs, descansado nesta semana pela melhor campanha na AFC.


1º Quarto: Sem brecha para erros

A atenção da defesa visitante dificultou as ações do quarterback Josh Allen ao tentar levar a um rápido touchdown de abertura do placar. Logo o camisa 17 se viu sozinho em uma quarta descida, optando por tentar renovar o poderio da posse, cedendo a bola oval aos rivais sulistas. Sem seu lançador titular, o lesionado Tua Tagovailoa, Skylar Thompson foi o titular e viu Jaylen Waddle não agarrar um passe decisivo para sua primeira campanha, tendo de devolver a propriedade do jogo ofensivo aos locais.

Para ser campeão e jogador mais importante da liga, Allen saiu de uma situação em uma terceira descida para 15 jardas no próprio campo para o touchdown em duas jogadas. O primeiro alvo foi Stefon Diggs, para 52 jardas e em seguida para Darwin Knox, na endzone: 7 x 0 Bills após o chute extra. Mostrando os poderes defensivos de ambos, Dean Marlowe destruiu o ataque de Miami ao interceptar um passe em excelente posição para o ataque, nas primeiras jogadas da campanha. James Cook não decepcionou e correu 12 jardas para ampliar o marcador a 14 x 0 após e ponto extra.


2º Quarto: Qualquer oscilação faz toda diferença

Com uma dianteira previsível e ineficaz da representação da Flórida, os nova-yorkinos cadenciaram campo e relógio com a solidez necessária para orquestrar a vantagem. Em campanha demorada, trazida do primeiro período, o kicker Tyler Bass acertou um chute de 33 jardas para levar o jogo ao 17 x 0. Thompson teve desconto (pelo menos no aspecto moral) ao conectar bons passes em situações de jogadas longas e com sua linha ofensiva prejudicando-o. Seu jogo levou ao field goal de Jason Sanders, reduzindo a fatura para 17 x 3.

Um outro alívio para os Golfinhos foi uma inesperada interceptação de Xavien Howard contra o lançador local, em tentativa para a endzone, ainda retornando metade do campo a favor de seu time. No ataque, a equipe conseguiu converter uma quarta descida para oito jardas diante de uma das melhores retaguardas da liga, tendo uma reação enérgica, sobretudo após uma briga generalizada após o turnover. Após nova ocasião em quarta descida, a escolha pelo field goal reduziu menos do que o esperado a desvantagem dos Dolphins para 17 x 6.

Ainda na última campanha, os visitantes conseguiram mais uma curta recuperação. Esta foi iniciada com um retorno de punt de 50 jardas de Cedrick Wilson e finalizada com outro field goal de Sanders: 17 x 9. Inesperadamente, faltando um minuto, Allen lançou para Cole Beasley e o wide receiver não segurou a bola, entregando-a para Jevon Holland retornar para as 20 jardas finais de seu ataque. Mike Gesicki recebeu grande passe para contar no empate do jogo, confirmado pela conversão de dois pontos de Tyrekk Hill.

Com poucos segundos, Josh Allen ainda conseguiu chegar ao fundo do campo com excelentes passes, chegando à endzone com Diggs. Entretanto, a chamada da arbitragem deu passe incompleto com sete segundos no relógio, restando não mais que um seguro field goal de Bass para dar o 20 x 17 aos locais.


3º Quarto: Do silêncio atroz à reação tardia

Com a primeira posse do segundo tempo, o time de Miami teve sua reviravolta a partir do jogo defensivo, desperdiçando o ataque inicial da etapa complementar. O golpe veio com um aperto em Allen e o melhor dos fins para os visitantes: fumble (bola viva) e recuperação para touchdown de Zach Sieler: virada para o 24 x 20 e silêncio no Highmark Stadium. Agora perdido em campo e sentindo a clara pressão da ocasião, o lançador de Buffalo fracassou em duas campanhas, ao não apurar o jogo aéreo.

Vale a menção à defesa da equipe da Flórida, eficiente em terra e ar. O correspondente local também fez valer sua técnica e conseguiu uma interceptação contra Skylar Thompson, executada por Kaiser Elam no próprio campo de ataque. Desta vez, pela posição, se tornou mais fácil acionar para Beasley revirar o placar parcialmente, com 27 x 24 após o ponto extra.

A explosão deu ar de alívio à torcida e aos homens em campo. Com uma grande recuperação na defesa e em dois passes fundamentais para Beasley e depois para Gabe Davis ampliar a diferença para 34 x 24.


4º Quarto: O medo de perder tira a vontade de ganhar

Desde o fim do período anterior, a campanha de resposta dos visitantes foi construída a bom ritmo em mescla de corrida e jogo aéreo. O resultado em meio ao envolvimento da defesa rival não seria diferente: touchdown ao forçar jogo corrido entre as linhas de proteção e o 34 x 31 para Buffalo após o tento extra. Os Golfinhos voltaram a ter a chance da virada após escolhas precipitadas de Allen na série de descidas de devolução, com dois passes longo incompletos e rompimento de linha protetora na terceira chance.

Com a bola, a franquia subestimada tinha a bola e nove minutos para, pelo menos, empatar o duelo. A oportunidade de quarta descida tinha sido errada e a bola voltaria para os mandantes, não fosse a solicitação de tempo pelo próprio técnico dos Bills antes da jogada, cancelando o turnover a seu favor. Em seguida, a devolução foi com punt.

Os locais sequer chegaram ao campo ofensivo e com quatro minutos voltaram a entregar a bola oval para os Dolphins. Uma campanha exclusivamente útil para a queima de relógio. Para efeito de erros na concentração e na contagem do tempo de jogada, foi nesta altura que os sulistas solicitaram seu último tempo. Sem pressa no relógio e cometendo várias faltas, o turnover após a queima de descidas aconteceu ao faltar dois minutos. Com isso, entregou a vaga na próxima fase aos Bills, praticamente de bandeja, quando teve a oportunidade de eliminar uma atuação incometente do outro lado.

*Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz

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