REI DO FUTEBOL

Imprensa internacional repercute a morte de Pelé, aos 82 anos

Óbito do maior jogador de todos os tempos foi confirmada nesta quinta-feira (29/12), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo

A morte de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, é assunto nos principais jornais do mundo. O maior jogador de futebol de todos os tempos foi a óbito aos 82 anos, nesta quinta-feira (29/12), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

O jornal norte-americano The New York Times definiu o Rei do Futebol como "figura transformadora nos esportes do século 20". O britânico The Telegraph classificou o ex-jogador do Santos e da Seleção Brasileira “um dos esportistas mais icônicos de todos os tempos, enquanto The Washington Post ressaltou que Pelé “evocou raro brilho colocado em seu corpo diminuto”.

O diário argentino Olé descreveu a morte de Pelé como uma “dor mundial”. O francês L’Équipe disse que o brasileiro foi uma “lenda do futebol e do esporte em geral”. O italiano La Gazzetta dello Sport lembrou que o “mundo do futebol chora” com a partida do Rei.

O tradicional Marca, da Espanha, desejou que Pelé “descanse em paz” e classificou o brasileiro como “uma lenda, um dos maiores da história e, sem dúvidas, o melhor de sua época”.

A história do Rei

Pelé nasceu em 23 de outubro de 1940, em Três Corações, para onde o pai, João Ramos do Nascimento, o jogador Dondinho, se mudou para servir o exército. Estabelecido na cidade, Dondinho conheceu Celeste, filha de um vendedor de lenha, com quem se casou e teve três filhos, o primeiro deles batizado de Edson em homenagem a Thomas Edison, inventor da luz elétrica. Nos primeiros anos, o garoto recebeu da família o apelido de Dico. A mudança para Pelé foi em 1943, em homenagem ao goleiro Bilé, do Vasco da Gama de São Lourença, clube de Dondinho à época.

Em 1945, a família Arantes do Nascimento trocou Três Corações por Bauru, no interior de São Paulo, onde Dodinho foi jogar. Na cidade, Pelé atuou em categorias de base do Sete de Setembro e, em seguida, no Baquinho, os juvenis do Bauru Atlético Clube. Em 1956, foi levado pelo ex-atacante Waldemar de Brito para treinar no Santos.

Pelé chegou ao Santos com 15 anos e 10 meses, no início de agosto de 1956. A estreia com a camisa do Santos não demoraria: em 7 de setembro, marcaria o primeiro de seus 1.091 gols pelo Peixe, substituindo o veterano Del Vecchio no segundo tempo da vitória sobre o Corinthians de Santo André, por 7 x 1, no ABC Paulista.

Todos os feitos foram precoces na carreira meteórica de Pelé. Em 7 de julho de 1957, estreou pela Seleção Brasileira marcando o gol da derrota, por 2 x 1, no Macaranã, em 7 de julho de 1957. Caçula do grupo na Copa do Mundo da Suécia, assumiu o posto de titular na terceira partida. O garoto foi decisivo na fase final, ao marcar o gol da vitória sobre País de Gales, por 1 a 0, que classificou o Brasil às semifinais. Até hoje é o único jogador a marcar três gols em uma final de Copa, na goleada sobre a França, por 5 a 2. No fim do ano, levantou o primeiro dos 10 troféus do Paulista pelo Santos.

A consagração viria na década de 1960. Com a Seleção Brasileira, conquistou o bicampeonato no Chile'1962, embora tenha se machucado na segunda partida. Com o Santos foi bicampeão da Libertadores e do Mundial Interclubes, em 1962 e 1963. No Brasil, teve a sequência de cinco títulos da Taça Brasil, iniciada em 1961, interrompida em 1966, quando perdeu para o Cruzeiro.

Na década de 1970, na considerada maior Seleção Brasileira de todos os tempos, conquistou o tricampeonato no México. Os anos seguintes foram marcados pelas despedidas, primeiro da Seleção (em julho de 1971), depois do Santos (em outubro de 1974). Os três anos seguintes foram no New York Cosmos, até se aposentar definitivamente em 1977. Desde a aposentadoria, Pelé é o embaixador mundial de futebol. Recebeu as mais variadas homenagens, da ONU ao Palácio de Buckingham.

Em 21 anos de carreira profissional, foram 1.367 jogos e 1.279 gols por Santos, Seleção Brasileira, Seleção Paulista, Seleção das Forças Armadas e New York Cosmos, para onde se transferiu em junho de 1975. Com a camisa do Peixe, Pelé jogou 1.116 partidas e balançou as redes 1.091 vezes. Pelo Brasil, foram 114 jogos e 91 gols.